Este blog é um território para vadiar, de atenção às dobras dos acontecimentos, do acaso e dos bons encontros... Espaço para fazer reverberar afetações cotidianas! "(...) A vida não tem ensaio, mas tem novas chances... Viva a burilação eterna, a possibilidade: o esmeril dos dissabores! Abaixo o estéril arrependimento, a duração inútil dos rancores! Um brinde ao que está sempre nas nossas mãos: a vida inédita pela frente e a virgindade dos dias que virão!" Elisa Lucinda
quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
Gracias
terça-feira, 8 de dezembro de 2009
(Des)manchando papéis
* Na travessia: como criar uma ideia? Como operar um/em coletivo de humanos e não humanos?
- Encontros e desencontros
- Grande encontro em Araras- Petrópolis: por uma política de humor no mundo psi senão sufocamos!
Atores, diretores, cinegrafistas, figurinistas, protagonistas
e hoje... hum... editores... toda edição é traição...
estamos ainda na travessia... amanhã será o dia de apresentar/ inventar/ desdobrar o vídeo em aula... aguardem as cenas dos próximos capítulos (ou não...)
'tudo de compõe, se decompõe'
segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
Caminho
Cris Guerra
http://www.amoreponto.blogspot.com/
domingo, 6 de dezembro de 2009
Habitando as dobras do tempo
Fim de semana em casa. Busca de 'um em casa'.
Incrível como o tempo parece render quando nos reconciliamos com ele, nos olhando cara-a-cara, parando de disputar...
Várias leituras sobre pós-graduação, alguns escritos, correções de prova, intercalados com tantas outras leituras internet a fora, andanças sala-cozinha tentando controlar os ímpetos de boquinha nervosa em franca tpm e abstinente de chocolate há mais de 24 h, cochilos fortuitos no sofá...
Maria Bethânia, Eddie, Vanessa da Matta, Mayra Andrade como companhias, entrecortadas pelos estampidos dos fogos comemorativos do jogo Flamengo X Grêmio...
Que alegria ter o tempo como aliado e desfrutar de cada momento com menos ansiedade, principalmente sabendo que logo, logo entrarei em férias... tudo bem que terei trabalhos do doutorado pra escrever... mas terei tempo... tudo a seu tempo...
Casca
Cris Guerra
http://www.amoreponto.blogspot.com/
sábado, 5 de dezembro de 2009
Marin(d)a em festa
segunda-feira, 30 de novembro de 2009
Doce novembro
'Madruguei' em Vitória
'Sol- nasci' em Araras
E agora vou ao encontro de Morfius
oxalá dezembro não me atropele!
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
Tão longe, de mim distante
Richard Bach nem sonhava. Mas em tempos de internet, telefone celular, conexão sem fio e GPS, longe é mesmo um lugar que não existe. Ninguém mais fica, involuntariamente, longe de ninguém. Toda conexão é possível. Mais que isso: desejada.
Essa história de ver e falar com todo mundo na hora em que bem se entende, do lugar em que se esteja, empolga. É bom. Diz que não? Ver, em tempo real, como é o quarto do seu filho de dezesseis anos em intercâmbio de um ano na Nova Zelândia. Falar com sua irmã que trabalha numa estação da Antártida como se ela estivesse ali, na rua ao lado. Assistir ao vivo o show do U2 na Califórnia, do melhor camarote que há: o seu computador. Achar e ser achável.
Está certo: reduziram-se as distâncias e produziu-se uma espécie de onipresença. Isso é bom e não tem volta, o que é fascinante. Pois bem. Quero é saber o que foi feito da distância. E agora, que ninguém consegue mais desaparecer, sumir, escafeder-se? Conseguir, consegue. Mas dá trabalho. Arlindo Orlando, aquele caminhoneiro fictício da pacata Miracema do Norte, não conseguiria ter fugido assim tão fácil da sua noiva, fosse hoje. Como fica o mundo, então?
Com tanta presença, qual o futuro da saudade? Assim como os mistérios insondáveis do não estar, a necessidade do cadê, a curiosidade sobre como deve ser – tudo parece estar com os dias contados. A lembrança, que é feita de ausência, pode ser extinta. Tudo é perto e pertencente demais. Mas não é. Nem pode ser.
Gente precisa de desconexão para existir. [Quem diria. Logo eu, pensar isso.] Precisa saber da distância fundamental que marca sua posição no planeta. Precisa do despertencimento e do tempo que constroi as relações todas. Precisa da demora – e não da volta ao mundo em oitenta cliques.
Longe precisa ser um lugar real. O universo, imenso, deve continuar assim. Sua grandeza é que dá dimensão às coisas. Sem ela, nós nos perdemos – em tamanho, função e sentido.
Silmara Franco
http://fiodameada.wordpress.com/
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
Amargo, doce que eu sorvo
Lua de Luz
(Clarice Lispector )
terça-feira, 24 de novembro de 2009
Coração vazio
Cris Guerra
http://www.amoreponto.blogspot.com/
De volta pro meu aconchego
Fora de casa há quase uma semana, cheguei ontem pela manhã, sentindo falta dos detalhes que produzem uma alegre sensação de 'estar em casa'.
Se por um lado a viagem possibilitou suspender o tempo novamente, em que fiquei só na espreita... por outro lado, acumulou trampo e essa semana tá punk! Além das atividades rotineiras, estou fazendo um curso muito bacana com Despret, (psicóloga belga, que aborda várias temáticas sobre as ciências das emoções e clínica na contemporaneidade) repondo aulas, leituras, etc. E parece que até o final do ano o ritmo vai ser acelerado!
Mas as duas viagens que fiz este mês engendraram um certo contra-tempo e, embora esteja cansada e com muuuuuuuuuitas coisas pra fazer, estou tranquila e em paz, fazendo do humor uma política existencial. Salve! Até dá pra 'não morrer' com o Rio 40 graus...
E nada como estar de volta pro meu aconhego, cheiros, sons e a você, 'my bloguer'! hehehe
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
Rumo a Vitória
Estou doida pra encontrar com Dani Zani, que tá gravidíssima! E que bons encontros me aguardem! Salve!
Cuba, lá vamos nós!!
Décima Junta Consultiva Sobre el Posgrado en Iberoamérica
ASOCIACIÓN UNIV ERS IT ARIA IBEROAMERICANA DE POSGRADO
Sede Regional: Dirección de Posgrado, Ministerio de Educación Superior.
Calle 23 No. 565 esq. a F, El Vedado, CP 10400. Ciudad de La Habana. CUBA
Tel.: (53 7) 8382352 Email: jcastro@reduniv.edu.cu
Habana, 16 de noviembre de 2009.
“Año del 50 aniversario del triunfo de la Revolución”
Luana da Silveira Estudante do doutorado em Psicologia Social Universidade do Estado do Rio de Janeiro- UERJ Brasil
Distinguida colega: Por la presente le comunico que la Comisión Científica de la Décima Junta Consultiva Sobre el Posgrado en Iberoamérica de la Convención Universidad 2010 que se celebrará en La Habana del 8 al 12 de febrero de 2010 ha aprobado el resumen de su ponencia Navegar é preciso - análise da experiência migratória de estudantes brasileiros de pós-graduação que participam de programas de intercâmbio internacional
Nos mantendremos en contacto con usted para mantenerla informada de los pormenores de la organización de la Junta y de la ubicación de la exposición de su ponencia dentro de las comisiones de trabajo.
La saluda, atentamente Dr. Julio Castro Lamas Secretario Ejecutivo Comisión Organizadora X Junta de Posgrado Director Oficina Regional AUIP Centroamérica y Caribe
domingo, 15 de novembro de 2009
Domingo
Que hoje é domingo
Domingo eu não choro
Domingo eu não sofro
Domingo eu sou de paz
E alegria
Tristeza, hoje eu não estou
Saudade, volte outro dia
Domingo eu não sou boa
Companhia
Se o amor quer me deixar
Me deixe num domingo
Eu não vou reclamar
E posso até achar
Que ficar só é lindo
Domingo a minha vida é o circo
Eu sou a trapezista
Alguém avise à dor
Que não insista
Tristeza, hoje eu não estou
Saudade, volte outro dia
Domingo eu não sou boa
Companhia
Se o amor quer me deixar
Me deixe num domingo
Eu não vou reclamar
E posso até achar
Que ficar só é lindo
Domingo a minha vida é o circo
Eu sou a trapezista
Alguém avise à dor
Que não insista.
Maria Bethânia
Composição: Roque Ferreira
Don't let me down
Don't Let Me Down
Composição: Lennon / McCartney
Don't let me down, Don't let me down
Don't let me down, Don't let me down
Nobody ever loved me like she does
Oooo she does..yes she does
And if somebody loved me like she do me
Yes she do me Yes she does
Don't let me down, Don't let me down
Don't let me down, Don't let me down
I'm in love for the first time
Don't you know it's gonna last
I'ts a love that lasts forever
It's a love that has no past
Don't let me down, Don't let me down
Don't let me down, Don't let me down
And from the first time that she really done me
Oooo she done me she done me good
I gues nobody ever really done me
Ooo she done me...she done me good
Don't let me down, Don't let me down
Don't let me down, Don't let me down
sexta-feira, 13 de novembro de 2009
Eu e meus ex pupilos
Já no primeiro dia vi Liliane, que foi minha aluna na FTC em Conquista (onde trabalhei em 2004 e 2005) e hoje atua em CRAS em Brumado. E deste encontro, surgiram várias resenhas e muita saudade!
Neste mesmo dia, fui surpreendida pela invasão de uma turma de peso da psi da FSBA (Tóia, Bila, Brisa e Enéias) na sala onde participei da mesa redonda 'Vestindo roupa de trapo'. Eta coisa boa!
Também encontrei com Edlamar (É do mar... hehehe), da FSBA (onde trabalhei de 2006 a 2008), que ficou com os olhinhos cheios de lágrimas dizendo que eu fui uma das professoras mais importantes da sua formação...
São criaturinhas como essas que fazem com que minha atuação docente produza sentido e me fazem acreditar na potência desse trabalho!
Ah! E ainda viajei com uma ex aluna da pós de saúde mental da Ruy Barbosa de Salvador e 'fui encontrada' por uma ex aluna no aeroporto de Salvador, quando fiz a conexão na volta pro Rio... eita!
Dinos em Maceió
Quanta alegria reencontrar amigos das antigas (os dinossauros), dos bons tempos de movimento estudantil psi da década de 90 (vixe!!!)! Cássia (sempre de BH, conservada na cachaça, que foi prof de Marin(d)a na PUC- MG), Fábio (sempre de POA e assíduo participante dos EREP'S sul, pentelhando como sempre), Alessandro (RS,SP,MG), Junior e Renata (RJ, ES, BA), Sílvio (sempre de Sta Maria!), Marquinhos (PI, PB, SC, SP e AL)... esqueci de alguém? E ainda teve o encontro com Ariane, que foi minha 'sucessora' na UNISC, que conheci na Bahia (através da Cau e da Michele). O difícil foi conciliar tantas agendas e tantos grupos diferentes! Muitos encontros se deram nos corredores, entre uma atividade e outra e alguns, claro, em mesas de bar!
Muitos seguiram a vida acadêmica e militam por uma psicologia mais crítica, política e subversiva! Alguns se enverederam pelos conselhos, sindicatos, associação de psi social, psi política e por aí vai...
A participação no movimento estudantil em psi fez toda a diferença na minha formação... tive mais dificuldades para lidar com o luto da saída do movimento, do que da faculdade... foi um processo bacana de ampliação de horizontes, de perspectivas... tanta coisa! Merece outro post!
quinta-feira, 12 de novembro de 2009
Efeito Maceió
- quero levar minha jangada pro mar, à céu aberto, com uma tonelada de desejos...
- quero ouvir palavras cantadas com 'di' e 'ti'...
... quero outra tpm sem saber que estava na tpm! viva!
quarta-feira, 11 de novembro de 2009
Sobre o caso da 'Unitaliban'
'As turbas têm um ponto em comum: detestam a ideia de que a mulher tenha desejo próprio
NA SEMANA passada, em São Bernardo, uma estudante de primeiro ano do curso noturno de turismo da Uniban (Universidade Bandeirante de São Paulo) foi para a faculdade pronta para encontrar seu namorado depois das aulas: estava de minivestido rosa, saltos altos, maquiagem -uniforme de balada.
O resultado foi que 700 alunos da Uniban saíram das salas de aula e se aglomeraram numa turba: xingaram, tocaram, fotografaram e filmaram a moça. Com seus celulares ligados na mão, como tochas levantadas, eles pareciam uma ralé do século 16 querendo tocar fogo numa perigosa bruxa.
A história acabou com a jovem estudante trancada na sala de sua turma, com a multidão pressionando, por porta e janelas, pedindo explicitamente que ela fosse entregue para ser estuprada. Alguns colegas, funcionários e professores conseguiram proteger a moça até a chegada da PM, que a tirou da escola sob escolta, mas não pôde evitar que sua saída fosse acompanhada pelo coro dos boçais escandindo: "Pu-ta, pu-ta, pu-ta".
Entre esses boçais, houve aqueles que explicaram o acontecido como um "justo" protesto contra a "inadequação" da roupa da colega. Difícil levá-los a sério, visto que uma boa metade deles saiu das salas de aula com seu chapéu cravado na cabeça.
Agora, devo umas desculpas a todas as mulheres que militam ou militaram no feminismo. Ainda recentemente, pensei (e disse, numa entrevista) que, ao meu ver, o feminismo tinha chegado ao fim de sua tarefa histórica. Em particular, eu acreditava que, depois de 40 anos de luta feminista, ao menos um objetivo tivesse sido atingido: o reconhecimento pelos homens de que as mulheres (também) desejam. Pois é, os fatos provam que eu estava errado'.
Contardo Calligaris
http://contardocalligaris.blogspot.com/
Vestindo roupa de trapo
Este foi o título da mesa-redonda que participei com Mônica e Bruno, colegas do doutorado, na ABRAPSO. Depois de muitos fios e trapos soltos, conseguimos boas costuras e o patchwork ficou lindo! hehehe
Inicialmente eu achava que não falávamos lé com cré... mas foi muito bonito o processo de construção do resumo, e principalmente nossas articulações na mesa, colocando a formação em análise e tentando romper com a lógica empresarial que tem atravessado as instituições. E foram muito interessantes as costuras que foram feitas durantes as falas... gerando bons debates!
Eu tava tensa por falar de uma pesquisa que ainda está germinal, mas consegui dar vida à todos os afetos que me mobilizam a pensar a experiência de migração de estudantes de pós-graduação em intercâmbio internacional e minha fala foi potente! Viva!
Vejam o resumo da mesa.
Esta mesa tem como objetivo pôr em discussão práticas de formação e os processos de gestão de si e do mundo, a partir de diferentes referenciais teórico-metodológicos e pautando-se em experiências institucionais diversas. Enredamo-nos, assim, entre trapos, interrogando para que servem. Com trapos, atribuímos sentido ao que a história não dá nenhuma importância, ao que se supõe sem funcionalidade. Em nossos campos de intervenção nas instituições educacionais nos inquietamos com a formação disciplinar que conduz os sujeitos a serem gestores de um si já dado na repetição de um mundo já constituído. Nas nossas pesquisas temos como foco o que se constitui como disruptivo, resistência ao esperado, ações aparentemente desconexas que emergem no limiar da existência, convocando à mudança. Dispomo-nos a recolher retalhos de experiências, farrapos de gente, fiapos que nos conduzam às histórias potentes que facultam a emergência de um devir outro. Para isso abordamos as experiências educacionais em algumas de suas múltiplas pontas, considerando nesta mesa: jovens em orientação profissional que procuram descobrir-se a partir das experiências escolares; professores que entre leis e hierarquia lutam para uma gestão de si no trabalho da docência; estudantes migrantes durante a realização de seus cursos de pós-graduação que buscam forças para fazer da estranheza um modo possível de vida. Trata-se de uma tessitura cujo propósito é interrogar os imperativos de transformação de si em debate com as normativas e padrões de eficiência apontadas como formação competente. O que está em jogo, então, nas demandas de escolha profissional, de definição de quem ser em meio aos modelos de sucesso? Como habitar inventivamente a escola pública na atualidade sem um devir outro no rigor e na eficácia? O que está em questão nas experiências de migração, no situar-se, quando tudo muda menos a aceleração das exigências adaptativas? Neste encontro, com fiapos de idéias, de afetos e de questões que a todo tempo nos convocam a pensar a formação, promovemos costuras tecidas entre os balaios da esquizoanálise, da análise institucional e de uma perspectiva discursiva. Privilegiando conceitos como os de experiência, acontecimento e polifonia, exercitamos um outro tempo, de coletivizar questões e escritas, com o foco no que escapa à cena empresarial da eficiência e da qualidade total, afirmando a criação de novos possíveis a partir do exercício da autonomia e de diferentes modos de gerir o pensar e o sentir a si mesmo e ao mundo.
Palavras-chave: formação, gestão, subjetividade
terça-feira, 10 de novembro de 2009
Invocação para um dia líquido
Para comemorar, nada como a música do Cordel do Fogo Encantado, título deste post (como 'ainda não voltei do nordeste', resolvi dar uma 'subidinha' no mapa e pousar em Pernambuco, minha próxima morada (?!), depois que retornar da Espanha)
"O sabiá no sertão
Quando canta me comove
Passa três meses cantando
E sem cantar passa nove
Porque tem a obrigação
De só cantar quando chove*
Chover, chover
Valei-me Ciço o que posso fazer
Chover, chover
Um terço pesado pra chuva descer
Chover, chover
Até Maria deixou de moer,
Chover, chover
Banzo Batista, bagaço e banguê
Chover, chover
Cego Aderaldo peleja pra ver
Chover, chover
Já que meu olho cansou de chover
Chover, chover
Até Maria deixou de moer
Chover, chover
Banzo Batista, bagaço e banguê
Meu povo não vá simbora
Pela Itapemirim
Pois mesmo perto do fim
Nosso sertão tem melhora
O céu tá calado agora
Mais vai dar cada trovão
De escapulir torrão
De paredão de tapera**
Bombo trovejou a chuva choveu
Choveu, choveu
Lula Calixto virando Mateus
Choveu, choveu
O bucho cheio de tudo que deu
Choveu, choveu
suor e canseira depois que comeu
Choveu, choveu
Zabumba zunindo no colo de Deus
Choveu, choveu
Inácio e Romano meu verso e o teu
Choveu, choveu
Água dos olhos que a seca bebeu
Quando chove no sertão
O sol deita e a água rola
O sapo vomita espuma
Onde um boi pisa se atola
E a fartura esconde o saco
Que a fome pedia esmola**
Seu boiadeiro por aqui choveu
Seu boiadeiro por aqui choveu
Choveu que amarrotou
Foi tanta água que meu boi nadou***
*Zé Bernardinho
**João Paraibano
***Toque pra boiadeiro
Composição: Lirinha; Clayton Barros
Cordel Do Fogo Encantado
Mormaço
Tá fazendo sol, tá fazendo sol
Vai chover, vai chover
Já nasceu mais um
Pra morrer, pra morrer
Tá fazendo sol
Vai chover, vai chover
Já nasceu mais um
Pra morrer, pra morrer
Toalha nova não enxuga
Que faça sol ou venha a chuva
A vida aqui ainda é dura
Minha sombra me acompanha
Quando chove, me abandona
A chuva disse ao sol, a chuva disse ao sol
Pra esquecer, pra esquecer
Encarei o céu, vai escurecer
A chuva disse ao sol, pra esquecer
Encarei o céu, vai escurecer
Toalha nova não enxuga
Que faça sol ou venha a chuva
E na moleira, só quentura
Não vejo o sol dar trégua
Água aqui é lenda
Secura não é pouca, e o céu desaba em conta-gotas
Acordou com o sol e subiu pra ver a chuva
Já vejo o céu escurecer
Agora o temporal inteiro se aproxima...
Nação Zumbi
Composição: Letra: Jorge Du Peixe/música: Lúcio Maia, Dengue E Pupillo
O inferno é aqui...
Desliguem o fooooooooooooooooooooooornooooooooooooooooooooo!!! Pleeeeeeeeeease!
Desde que cheguei de Maceió, o Rio está derretendo, entranhado numa onda de calor que beira aos 40 graus diariamente... me deixando mole... pressão baixíssima...
'não há vida pensante nos trópicos' tou começando a concordar... eita calor do cabrunco!
Tá difícil retomar a vida aqui... e o blog tem sofrido os efeitos de tanto calor e do desejo de reter o tempo reconciliado na viagem... voltei a ficar só na cocorinha (meus tornozelos inchados que o digam!).
Já passa da 1 h da madrugada, tomei mais um banho frio (isso mesmo! pasmem!) e agora me tranquei no quarto e liguei o ar condicionado (isso mesmo... pasmem!!!). O que tem acontecido diariamente, há quase uma semana. E finalmente fiz minha estréia no mar a 'la garota de Ipanema' no último domingo e pra minha surpresa e alegria, o mar estava calmo e morninho!!!
Tantas mudanças...
Acho que morri e esqueceram de avisar... o cérebro já pifou... disso eu tenho certeza! peraí... Então não morri?! hehehe
Ai ai... vai dormir Luana!!!
segunda-feira, 9 de novembro de 2009
Por um mundo sem contenção!
e hoje, finalmente, tirei a parte superior! Pensem na alegria da criança!
Vou aproveitar enquanto o aparelho móvel não vem... tá pronta sua vampira?
domingo, 8 de novembro de 2009
Minha véia em festa!
terça-feira, 3 de novembro de 2009
Ai que saudade...
Eita viagem boa do cabrunco!
Vários encontros, em muitos sentidos!
Tempo cronológico suspenso e a alma livre, à deriva...
Alegrias, prosas, problematizações, risadas, fúrias gastronômicas...
E o mar verdão e quente? Levou todas as nhacas e zicas!!!
Acabei de chegar da viagem e fui acolhida pela lua boluda e dourada!
São tantas as histórias e fotos! Virei sereia! hehehe
Serão vários post's para compartilhar momentos tão bacanas! Sem pressa...
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
Maceió, tô indo!
Loucura demais pra minha cabeça aquariana que desacelerou, ainda mais tomando 3 antialérgicos por dia!
Até perdi o cel hoje... essa semana esqueci dele duas vezes... será que estou pronta pra viver sem celular? hehehe
Aí lembrei de Pâmella dizendo que não está preparada para ter uma amiga sem celular...
Mas que ando com vontade... ah... se ando... e em Maceió pretendo me desconectar da net também e tomar uns bons banhos de mar e tirar toda a nhaca...
Que bons ventos nos levem pros mares alagoanos e nos tragam de volta, com maior alegria e leveza! Oxalá!
Simplesmente eu, Clarice, Beth...
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
O que (não) pode (pede) o corpo?
E em cada degrau, mais uma página lida de um livro-acompanhante. Foi assim que em duas salas de espera li "O Estrangeiro" de Albert Camus. E Zarastrustra (Nietzsche) me acompanhou também, junto com Paixão Segundo GH e Água Viva (Clarice Lispector). E até corrigi alguns trabalhos (!!!).
E foi deste modo que me dei conta do quanto 'faltou possível e eu me sufoquei' há cerca de 1 ano, resultando numa alergia que teima em me habitar e constantemente me entope, sufoca e arranha a garganta... são as ites (faringite, sinusite...) a comprovar que se por um lado a memória do corpo é mais lenta pra esquecer... por outro, há uma rapidez estúpida em expressar aquilo que não suporto e sufoco...
O que (não) pode (pede) o corpo?
Assim falou...
Friedrich Nietzsche – Além do bem e do mal.
http://cafesfilosoficos.wordpress.com/
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
Estrela
Trem do desejo penetrou na noite escura
foi abrindo sem censura
o ventre da morena terra
o orvalho vale e a flor
que nasce desse prazer
nesse lampejo de dor
meu canto é só pra dizer
que tudo isso é por ti
Eu vi
Virei estrela
Uma jangada à deriva, céu aberto
leva aos corações despertos
a sonhar com terras livres
veio a manhã e eu parti
mas como cheguei aqui
os astros podem contar
no dia em que me perdi
foi que aprendi a brilhar
Eu vi
Virei estrela
Maria Bethânia
Composição: Vander Lee
Fui feita na Bahia
Num terreiro de Oxum
Os tambores sagrados
Bateram pra mim
Me banhei com guiné
Alfazema e dandá
Defumei com quaró, benjoim
E de pano da costa
Batizei no Bonfim
Um velho preto alaketu
Me disse que foi
Lá de Ketu que eu vim
Eu já vim predestinada
Pra cantar assim
Sou iluminada, eu sou,
Sou de Ketu sim
(Maria Bethânia)
domingo, 25 de outubro de 2009
Amor, festa e devoção
Com o vozeirão de sempre, um repertório que mistura "Amor, festa e devoção" em homenagem a sua mãe Dona Canô, Bethânia encantou e emocionou.
E os cenários? Nossa... Um deles era composto por várias fotos de casas de Santo Amaro da Purificação... e eu não aguentei, chorei muito... que saudade! Tema, aliás, presente em várias músicas, como a que fez em homenagem a Edith do Prato, que morreu este ano, aos 94 anos.
E presto homenagem a Lu, minha grande amiga e companheira, com lugar cativo em meu coração, que adoraria ter ido ao show, mas não pode ir.
Por isso... 'quando me perco, brilho'...
sábado, 24 de outubro de 2009
Guerra na terra de Noel
'Como nascem as guerras?
Pâmella Passos
Profª de História do IFRJ e Doutoranda da UFF
Como nascem as guerras? Essa é a pergunta que todo cidadão carioca, bombardeado nos últimos dias pela grande mídia deveria se fazer? Que a violência e o medo crescem, isso é fato, mas de onde eles vem?
Hoje, durante meu almoço, recorrentemente mal digerido devido as reportagens sensacionalistas de jornais como SBT-Rio, Balanço Geral (Record) e RJ TV, não pude terminar a refeição. Ela, a “Guerra contra o Tráfico” era anunciada em todos esses telejornais.
É verdade que infelizmente já assisti cenas mais chocantes nesses veículos de comunicação, como há algumas semanas a transmissão do desfecho de uma operação policial em que um atirador de elite da Polícia Militar, despedaça a cabeça de um bandido na Tijuca. No entanto, o que me fez parar de comer? O que me despertou dessa desumanização cotidiana na TV?
Não sei ao certo dizer, mas o fato é que o garfo caiu de minha mão quando um vídeo propagandeando o blindado Águia foi ao ar. A música, as cenas, as luzes...tudo, me lembrava as guerras do século XX. E como estas nasceram? Por que os homens daquela época aceitaram e lutaram nesta guerra que não era deles? Pensar sobre isso talvez nos ajude a decidir se acreditamos ou não nessa guerra.
O século XX foi marcado por duas grandes guerras mundiais, além da famigerada Guerra Fria e seus desdobramentos pelo mundo, como em nosso caso as ditaduras latino-americanas. No entanto, qual o motivo dessas guerras? Lembrando rapidamente das aulas de história na escola, reconhecemos a origem desses conflitos nas disputas imperialistas, ou ainda, nas demandas do sistema capitalista.
Bom, para muitos esse é um discurso esquerdista e ultrapassado, no entanto poderíamos pensar. Quantos milhões de reais são movimentados pela economia do tráfico? Como a matéria prima das drogas, que não são produzidas nas favelas, chega lá? De que forma as armas importadas e de alta tecnologia entram no país e vão parar nas mãos dos traficantes, que disputam entre si o mercado das drogas?
Parece-me que nem o Caveirão nem o blindado Águia são capazes de responder a essas perguntas. No entanto, são eles que estão sendo arduamente defendidos pela política de segurança pública de nosso estado. Por que o grampo telefônico que captou a conversa de um traficante ensinando ao outro como usar uma arma, não captou também os nomes e endereços de seus fornecedores?
Após perder o apetite, resolvi reler alguns textos e acho que encontrei uma resposta plausível. Está no livro do O longo Século XX do doutor em Economia e professor de sociologia Giovanni Arrighi. Ao falar sobre o final da Segunda Guerra Mundial e a situação econômica do período ele diz:
Esse impasse acabou sendo resolvido pela invenção da Guerra Fria. O medo conseguiu o que os cálculos de custo-benefício não tinham como conseguir, nem haviam conseguindo. (p. 305)
A Guerra contra o tráfico movimenta a economia. O medo libera recursos públicos que poderiam ser investidos em saúde, educação, transportes para compra de Caveirões e Águias, e assim optamos por uma guerra que não é nossa, e sim do capital.
Em uma de minhas últimas aulas sobre a Primeira Guerra Mundial utilizei o seguinte fragmento de um soldado de trincheira:
“O odor fétido nos penetra a garganta a dentro ao chegarmos na nossa nova trincheira... Chove torrencialmente e nos protegemos com o que tem de lonas e tendas de campanha afiançadas nos muros da trincheira. Ao amanhecer do dia seguinte constatamos estarrecidos que nossas trincheiras estavam feitas sobre um montão de cadáveres...”
Este soldado dormiu sobre humanos mortos por uma guerra que não era deles. A cada dia que se passa nessa guerra propagandeada, mães, tias, sobrinhos, filhos, avós, amigos recolhem os corpos dos seus, e nos becos, ruas e vielas desta cidade ficam as marcas de uma opção pela morte.
Por isso, declaro: Esta Guerra não é minha! Desejo uma paz pela vida e por outra política de Segurança Pública.
Deleuze e álcool- boa combinação
'Quando se bebe, se quer chegar ao último copo. Beber é, literalmente, fazer tudo para chegar ao último copo. É isso que interessa' (Abecedário de Deleuze, letra B)
'Dentre os comentários sobre a obra de Deleuze, o tema que trata de suas relações com o álcool é raramente abordado, para não dizer inexistente. Ora, ao longo de sua obra, Deleuze fala diversas vezes a respeito do álcool. Durante nossa discussão, dialogaremos, sobremodo, com três textos: a 22ª série da Lógica do sentido, o 2º capítulo dos Diálogos, e “B como Bebida”, do Abecedário. Cabe observar que não existe uma experiência unitária do álcool em Deleuze, mas experiências do álcool: A linha de fuga. Álcool e pensamento. Escrita e álcool. A literatura anglo-americana. A fissura. O sacrifício. A junção. O devir sóbrio e a linha de morte'
Para degustar mais, entrem no site:
http://cafesfilosoficos.wordpress.com/2009/10/23/integra-deleuze-e-o-alcool-daniel-lins/
onde Daniel Lins aborda esta 'boa' combinação. Um brinde!
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
A Criança
Age como um deus doente, mas como um deus.
Porque embora afirme que existe o que não existe
Sabe como é que as cousas existem, que é existindo,
Sabe que existir existe e não se explica,
Sabe que não há razão nenhuma para nada existir,
Sabe que ser é estar em um ponto
Só não sabe que o pensamento não é um ponto
(Poemas Inconjuntos- Fernando Pessoa)
terça-feira, 20 de outubro de 2009
Heliana na veia
Essa frase só poderia ser da Heliana Conde!
Foi uma das pérolas da aula de hoje de História Oral quando discutíamos as implicações do pesquisador no campo.
E isso me fez pensar sobre algumas questões que estão me incomodando em relação a abordagem da mídia sobre os conflitos em Vila Isabel reatualizando a velha dicotomia 'bandido x mocinho'.
No post 'Noite (a)típica' falei sobre a superficialidade das notícias, do pânico moral e da defesa da polícia, o que gerou alguns questionamentos (que não foram postados), pois parecia que estava defendendo o tráfico de drogas.
Não é isso! O que estou tentando expressar é minha indignação em relação a essas dicotomias que são produzidas e equivocadas, levando a análises mais rasas que um pires!!!
O tráfico de drogas é efeito do capitalismo, da sociedade do consumo... e requer que se coloque em análise trocentas questões. A própria polícia tá envolvida até o osso com tudo isso!
Não aguento mais essa simplificação da vida em 'bem' e 'mal'!
Vou escrever sobre isso com mais calma em outro momento, mas a recomendação tá feita!!!
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
Desassossegada
pus grades altíssimas a demarcar o jardim do meu ser,
de modo que, vendo perfeitamente os outros,
perfeitissimamente eu os excluo e mantenho
outros'. Fernando Pessoa - Livro do Desassossego
domingo, 18 de outubro de 2009
Luan em festa
Amor em P e G
Ratatatatá e seus efeitos
Depois que havia postado sobre a noite mal dormida por causa dos 'ratatatatatá' madrugada a fora, o tal 'pânico moral' seguiu produzindo efeitos... Ligação de amigos me alertando para ficar ou sair de casa (o que me deixou numa dúvida tremenda!), recados via msn de que um helicóptero havia caído e se era por aqui e só assim liguei a TV e vi que haviam atingido um helicóptero, bem perto daqui... ruas interditadas próximas da minha rua, ônibus sendo incendiados, protestos diversos e claro... pânico espalhado!
Havia uma tensão no ar, como ainda não havia percebido... quando saí de casa, por volta das 13 h, esse era o principal assunto nas ruas, no ponto de ônibus, no próprio ônibus e até mesmo na casa de Pat e César, em Copacabana, onde fui almoçar. E era o principal assunto na TV, nos jornais... e confesso, foi algo que martelou meu juízo também.
Passei uma tarde muito agradável e gostosa em boas companhias de vários lugares (Rio, Niterói, SP, Maranhão, Paraíba), tomando um bom vinho Porca de Murça. Comi um peixe capixaba preparado pelo prof Ronald, pirãozinho e uma sobremesa divina que esqueci o nome, e brownie. Resultado: aliviou a tensão, me ajudou a relaxar e foi rápido pra dormir quando cheguei em casa por volta das 19 h. Nem as novas imagens vistas pela tv, os estampidos guardados na memória e as várias ligações telefônicas para saber se eu estava bem conseguiram interceptar meu sono... capotei! E acordei por volta das 4 h passando mal... efeito do urucum e de mais um dia de ataque de boquinha nervosa... felizmente, o som que ouço agora é dos passarinhos cantando... ufa!
sábado, 17 de outubro de 2009
Madrugada (a)típica
Enquanto estava trabalhando em um dos textos pra ABRAPSO e papeando com Marin(d)a pelo msn... 'meno male'! O duro foi dormir e ter o sono interceptado por tantos estampidos!
Bora movimentar essa manhã cinza...
sexta-feira, 16 de outubro de 2009
Me diga...
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
Campanha Marin(d)a Rio 2010
Menina doce, meio amarga (só ela pensa isso!), com um humor ímpar (mistura boa de capixaba e mineira) cheia de tiradinhas, parece desligada às vezes, mas é seu lado meio autista...
Totalmente conectada com tudo... faz vários conexões entre Rio, BH e Vitória (com pé musical em Pernambuco e umas derivas em Maceió). E as tantas entradas e saídas, de mochila nas costas e um sorrisinho mineirim estampado, os tantos sustos que me dá quase todos os dias (porque eu sou meio autista...), os bons papos e boas cervejas e parceria para comer tudo e de tudo, me fizeram acostumar e desejar sua presença nômade...
Ontem fiquei toda triste, quando falamos sobre a possibilidade dela não continuar no Rio em 2010... fiquei murcha mesmo... bom encontro, boba!
E agora tá oficialmente lançada a Campanha Marina Rio 2010!