terça-feira, 30 de junho de 2009

Cartografias da alegria

cartógrafos à espreita... semicocorinha






ora comendo... ora comida... ora comendo comida e rindo!




oferendas que abriram os trabalhos







Rizoma dos bons encontros
Risos (de todos e ninguém), queijos (Ângela), vinhos (Virgínia e Bebel) e outras coisitas mais, marcaram o encontro (derradeiro?) grupal (Joana) dos aprendizes-cartógrafos. Último? Despedida? Nostalgia? Medo de ficar sozinha (Joana, Luana...), desorientados (Antônio, Laura, Duda...)?
A chatice, acompanhante rabugenta das discussões sobre método, foi ao longo dos últimos meses tomada pela leveza, suavidade, consistência e rigor: pontos pra Virgínia e seu sorriso constante (é daquelas que sorri com os olhos), para a aposta em outra política cognitiva e existencial. Pontos para o grupo (neste encontro sem as presenças queridas de Mhyrna e Márcio), para os cavalos que sabem ler, para os cegos que moldam a argila e outros olhares para o mundo, para os internos/presos que se deleitam em encontros literários, para as torcidas de futebol, para os militantes/sobreviventes da Teologia da Libertação, para os loucos e Beatles, para os migrantes e nômades, para as diversas redes e rodas: Um brinde!
Novas orientações, novos agenciamentos, agora com o DVD legendado do Abecedário de Deleuze, que fará a travessia Rio - Niterói para um outro pouso na UFF, com Eduardo Passos e Juanita e ou/ atravessando o cadeião da UERJ para encontros grupais orais (e é Heliana fazendo história), encontros etílicos, dançantes.
E o rizoma segue costurando novas linhas por vir!
Brinde aos cartógrafos!

segunda-feira, 29 de junho de 2009

"Deixa...

...eu me perder
pequeno mundo meu
deixa eu me perder...
perdido dentro da paisagem
deixa..."

Composições

"Tudo se compõe
Se decompõe..."
E é com esse zumbido do Moska que a semana, algo entre o fim de junho e início de julho, vai sendo tracejada. Ainda lenta, enrolada. Muitos cachecóis pela frente... semana de diferentes composições. Sigamos!

domingo, 28 de junho de 2009

É só começar

ninguém precisa
ter talento
pra transformar
caso em descaso
já o contrário
é que é o caso
se você não tem
lamento
é preciso ser forte
é preciso ser fraco
é preciso ganhar e perder
o juízo
sai dessa pose
pára de pensar
no prejuízo
e segue em frente
tem hora pra se chegar
tem hora pra se afastar
não sabe como?
é só começar

(Alice Ruiz e Alzira Esperidião, interpretada por Zélia Duncan)

(Des) embaraçando

Eu tô te explicando pra te confundir,
Eu tô te confundindo pra te esclarecer,
Tô iluminado pra poder cegar,
Tô ficando cego pra poder guiar.
Suavemente pra poder rasgar
...
to me despedindo pra poder voltar

(mais uma do tom)

Mora na filosofia

Eu vou te dar a decisão
Botei na balança
E você não pesou
Botei na peneira
E você não passou
Mora na filosofia
Pra que rimar amor e dor
Se seu corpo ficasse marcado
Por lábios ou mãos carinhosas
Eu saberia, ora vai mulher,
A quantos você pertencia
Não vou me preocupar em ver
Seu caso não é de ver pra crer
Tá na cara

(Caetano ou Adriana Maciel, depende do zum zum)


Poeira Leve

Solidão, que poeira leve
Solidão, olha a casa é sua
O telefo/
Solidão, que poeira leve
Solidão, olha a casa é sua
E no meu descompassa o riso dela
Na vida, quem perde o telhado
Em troca recebe as estrelas
Pra rimar até se afogar
E de soluço em soluço esperar
A vida que sobe na cama
E acende o lençol
Sol lhe chamando
Sol-licitando
Solidão, que poeira leve
Solidão, olha a casa é sua
O telefo/
Solidão, que poeira leve
Solidão, olha a casa é sua
E no meu descompassa o riso dela
Se ela nascesse rainha
Se o mundo pudesse agüentar
Os pobres ela pisaria
E os ricos queria humilhar
Milhares de guerras faria
Pra se deleitar
Por isso eu prefiro cantar sozinho
Solidão, que poeira leve
Solidão, olha a casa é sua
O telefone chamou, foi engano
Solidão, que poeira leve
Solidão, olha a casa é sua
E no meu descompasso passa o riso dela
(Tom Zé, mas agora escuto Adriana Maciel e Zeca Baleiro)

Parem de falar mal da rotina

Parem de falar mal da rotina
parem com essa sina anunciada
de que tudo vai mal porque se repete.
Mentira. Bi-mentira: não vai mal porque repete.
Parece, mas não repete
não pode repetir
É impossível!
O ser é outro
o dia é outro
a hora é outra
e ninguém é tão exato.
Nem filme.
Pensando firme
nunca ouvi ninguém falar mal de determinadas rotinas:
chuva
dia azul
crepúsculo
primavera
lua cheia
céu estrelado
barulho do mar
O que que há?
Parem de falar mal da rotina
beijo na boca
mão nos peitinhos
água na sede
flor no jardim
colo de mãe
namoro
vaidades de banho e batom
vaidades de terno e gravata
vaidades de jeans e camiseta
pecados paixões punhetas
livros cinemas gavetas
são nossos óbvios de estimação
e ninguém pra eles fala não
abraço pau buceta inverno
carinho sal caneta e quero
são nossas repetições sublimes
e não oprime o que é belo
e não oprime o que aquela hora chama de bom
na nossa peça
na trama
na nossa ordem dramática
nosso tempo então é quando
nossa circunstância é nossa conjugação
Então vamos à lição:gente-sujeitovida-predicado
eis a minha oração.
Subordinadas aditivas ou adversativas aproximem-se!
é verão
é tesão!
O enredo
a gente sempre todo dia tece
o destino aí acontece:
o bem e o mal
tudo depende de mim
sujeito determinado da oração principal.

(Elisa Lucinda- 29 de outubro de 1997)

Atrás do espelho

ali

ali
se


se alice
ali se visse
quanto alice viu
e não disse


se ali se dissesse
quanta palavra
veio e não desce


ali
bem ali
dentro da Alice
só Alice
com Alice
ali se parece


PAULO LEMINSKI[1][1]
[1][1] Melhores poemas de Paulo Leminski / seleção Fred Góes, Álvaro Martins. — São Paulo: Global, 1996, p. 30.[1][2] CARROLL, Lewis. Aventuras de Alice através do espelho. São Paulo: Círculo do Livro, 1983, p.16.

Alerta aos navegantes

Se temes minha ausência
Não exijas minha presença
A viagem é devir
Não é dever

Devir Zaratustra

Zaratustra mudou,
Zaratustra tornou-se menino,
Zaratustra está acordado.
Que vais fazer agora entre os que não dormem?

Boquinha nervosa


O temakizinho foi bem inho mesmo...

Enquanto o sono não vem...

Tá pronto seu Lobo? rs
Tava lembrando que este território nasceu há uma semana, em outra madrugada de navegações em mares abertos, cheios de ondas. É meu mais novo vício, mas não no sentido negativo do termo. Vício enquanto hábito. E hábito enquanto movimento que não leva ao automatismo: repetir e habitar certa forma de experiência pode não cristalizar em formas automáticas. Hábito que permite um acesso engajado à experiência que se quer investigar...
Há um caráter espontâneo na formação dos hábitos que indica uma mudança, não só nos modos de agir, mas na maneira como percebemos o mundo; transforma o modo como percebemos e interpretamos a realidade; o que parecia simples e dividido adquire novos contornos e nuances; processo de transformação de nossas sensibilidades e de nossas condutas
(Meu nome não é Johnny, mas penso como Johnny, cartógrafo-aprendiz da capoeira angola: Cartografar é habitar um território existencial).

Piada infame

Enquanto bebíamos o Careca, chegou o anúncio da morte de Michael (e Noel tocou tb, na hora...). Da ponta da minha língua rolou a pedra: foi de câncer de pele...
E lembrei disso hoje no centro nervoso do Rio ao ouvir um vendedor de CD pirata falando: "CD de Michael Jackson da época em que ele era negro!"
Piadas à parte, me rendo a esta figura polêmica, ainda mais cantando no Pelô, com o Olodum (diretamente de Altas Horas).

Podre

O que foi aquilo?
Eu vi mesmo?
Ou foi uma ilusão?
Rapaz... que propaganda podre! Novo ruffles "costelinha"...

Milagre da multiplicação

Deus do tempo,
multiplicai meu corpo em vários
para eu não perder nada do que vai rolar na próxima semana... (CINECUFA, Colóquio Cinema, Tecnologia e Percepção, Rita Ribeiro, FLIP)

JUREEEEEEEEEEEEMAAAAAAAAAAAAAAAA

Jurema deu um estrondo
que toda a terra estremeceu
por onde anda os companheiros da jurema
que até hoje não apareceu
jurema
ô juremê juremá
é uma cabocla de pena
filha de tupinambá
rainha das águas e areias
nunca atirou pra errar
é uma cabocla de pena

É o chamado de Rita
"Eu vou"

Tecnomacumba



"Após 20 anos de carreira brilhante a cantora Rita Ribeiro prepara o seu primeiro DVD. Em meio ao seu variado acervo musical, que marca sua trajetória no Maranhão e resto do mundo, Rita optou por registrar o disco e show “Tecnomacumba”.

O espetáculo acontece no dia 3 de julho, no projeto Vivo Rio (RJ), com as participações de Maria Bethânia, dos bailarinos Kiussan de Oliveira e Cridemar Aquino, além do tambor de crioula “As Três Marias”. O registro do show, que vai resultar no DVD Tecnomacumba, está a cargo do canal Brasil. O show será transformado também em um programa de TV que será veiculado pela emissora". (http://imirante.globo.com/noticias/pagina202433.shtml)
Eu tenho ingresso, você não tem em...

A Favela na Tela

Agenda na mão, bunda colada no CCBB...

"Com o objetivo de democratizar a Sétima Arte, o CineCufa é um festival internacional de cinema que exibe somente produções criadas por moradores e legítimos representantes das favelas. Não apenas das favelas do Brasil, mas das favelas do mundo.
Realizado no Centro Cultural Banco do Brasil (Rio de Janeiro), entre os dias 30 de junho a 9 de julho de 2009, o festival realizará sua terceira edição.
Não foram só os facilitadores tecnológicos, como a câmeras digitais e de celulares, que impulsionaram os moradores das favelas a realizarem obras cinematográficas. Esta nova ordem estética e cultural nasce também da vontade e necessidade da periferia de ser protagonista de sua própria história e de expor seu ponto de vista, de retratar o mundo segundo sua própria ótica. O fator tecnológico, entretanto, foi a mola propulsora que alavancou mundo a fora cursos e oficinas de capacitação.
Desta renovação nasceu também o Núcleo de Audiovisual da Cufa, atuante como uma produtora de vídeo desde o ano 2000. Entretanto, além de produzir é preciso exibir. E por identificar esta lacuna no mercado de exibição a Cufa criou esta janela para difusão das mais diversas obras cinematográficas realizadas pela periferia.
Com isso pretendemos valorizar cada vez mais as produções dos cineastas de favela, bem como fomentar a construção de uma identidade que passe a atuar mais fortemente no mercado cinematográfico.
O CineCufa exibe obras com tema, gênero e duração livres, tendo como única prerrogativa para exibição da obra a atuação da favela como protagonista do projeto.Como prova do crescimento do nosso festival, na 2ª edição, tivemos como novidade o prêmio “Governo do Rio – Na Tela da Favela”, que se dividiu em dois quesitos: “Voto Popular” e “Júri Especializado”. A premiação serviu como incentivo a novas produções destes realizadores, que ganharam legendagem de seus filmes e equipamentos.
Isto comprova que o CineCufa está no caminho certo, dando visibilidade aos talentosos cineastas de favela, cujas obras normalmente não têm acesso às salas de exibição.
É a favela mostrando ao mundo seu pensamento, seu talento!É a favela escrevendo sua própria história".
http://www.cinecufa.com.br/in.php?id=release

Altas Horas

Pano de fundo, com Ari Fontoura.

Índios "americanos": Brasil e EUA


Enquanto "fazia hora", aguardando o (des)encontro com Godard, visitei a galeria de arte e apreciei duas exposições...

"Duas exposições simultâneas na Caixa Cultural relacionam a cultura indígena nos Estados Unidos e no Brasil por meio de fotografias. Retratos Yanomami, da suíça naturalizada brasileira Claudia Andujar, apresenta 28 registros realizados nas décadas de 70 e 80, época em que a fotógrafa passou longos períodos vivendo com os ianomâmis. Adepta do preto-e-branco, Claudia transmite expressões às vezes angustiadas, às vezes contemplativas. Legado Sagrado reúne sessenta imagens em sépia de autoria do americano Edward Curtis (1868-1952). Entre 1901 e 1930, ele percorreu os Estados Unidos e produziu mais de 4.000 fotos de tribos como os navajos e os apaches. Além dos retratos, Curtis explora os hábitos cotidianos dos índios e as paisagens cheias de planícies do Velho Oeste. Um exemplo é o sioux de Um Oásis em Badlands, de 1905. " Por Jonas Lopes


Temakizinho pra relaxar

Ainda bem que há sempre um japinha por perto e claro, um temakizinho de salmão, com cream cheese, pra relaxar, na (sempre) companhia de Lu (compondo a dupla perturbada LuLu...)

Película tirando a pele: Godard em cena













Passei a tarde de sábado (primeiro momento do "parcialmente em férias"), nas entranhas de Godard, numa visita a "Alphaville" e "Elogio ao amor", e por um fio a la Jean-Louis Roger (da Paris VIII, dos nojentos Foucault, Deleuze e outros tantos...), aceitando o convite-intimação da Mostra À Pele da Película. http://www.apeledapelicula.com.br/

Em Alphaville, a Capital da Dor, conforme André Parente (UERJ) Godard nos apresenta um filme extraordinário, que contém os três principais modelos de subjetivação presentes na tipologia deleuziana das imagens cinematográficas. O filme é apresentado como"um policial de série B - Uma Aventura de Lemmy Caution, personagem de uma série de telefilmes interpretados por Eddie Constantine - pelos diversos estereótipos e temas que ele contém: perseguições, universo noturno, peso da fatalidade, amor à primeira vista entre o detetive-espião e a mulher que poderia ser seu pior inimigo.
Alphaville pertence a um outro gênero de filme, o de ficção científica onde o homem, sua sensibilidade e sua sociedade são massacrados por uma tecnologia e uma lógica desumanas, implacáveis. Os habitantes de Alphaville têm seus gestos, vozes e pensamentos automatizados, por Alpha 60.
Filme de aventura policial, filme de ficção científica1, Alphaville é também um filme mítico. De fato, se por um lado Alphaville remete a um passado e a um futuro próximos - referimo-nos ao fascismo hitleriano e ao fascismo mais sutil do mundo da informação e da comunicação -, por outro ele se reporta a um tempo muito antigo, mais do que remoto, tempo das origens, onde a poesia e a noite pareciam existir absolutamente"
Pros mobilizados de plantão, vale ler o texto: http://www.ipv.pt/forumedia/3/3_fi1.htm
Já em o Elogio ao amor, minha dispersão costumeira (de-quando-em-vez-quase-sempre) habitou vários territórios outros. Mas pelo que vi, não fui a única...
"Atores que ensaiam para montar um filme sobre as fases de um relacionamento amoroso. Na tela, o passado é em cores. O presente, em P&B. Vai saber! Dá tempo de fazer piada com os americanos. Diz a personagem francesa ao produtor de cinema americano: - Mas Estados Unidos de onde? - Estados Unidos da América. - Da América? Mas o país não é toda a América. Veja o Brasil: Estados Unidos do Brasil. É por isso que vivem se apropriando da história dos outros países. Enfim, esquecem da fronteira, acham que o domínio é global e fazem de Hollywood um simulacro do mundo, comportando em seus estúdios a Itália, o Marrocos e quem mais desejarem. E aí eu tenho que parar de escrever. E aí eu não falei nem de metade do filme. E aí que Godard é assim, efusivo, multicolor, multisonoro, multivisual, multicolagem-multidescolagem. E eu procurei ser tão disperso quanto. E aí que... " http://cinemira.blogspot.com/2005/12/elogio-ao-amor-de-jean-luc-godard.html
Sinopse menos caótica, mas tb provocativa/convidativa: No Amor, há quatro tempos: o encontro, a paixão física, a separação e o reencontro. Uma voz “off” descreve estes quatro momentos-chave relatando a história de três casais: um casal de jovens, um de adultos e um de velhos. O que lhes acontece quando a guerra rebenta... Não se sabe se se trata de teatro ou de cinema, de romance ou de ópera.“Elogio do Amor” é o último filme de Jean-Luc Godard, um dos maiores ícones da Nouvelle Vague francesa. Esteve em competição na última edição do Festival de Cannes.
"não é o acontecimento que deve causar o sentimento, mas o contrário"...



Nojentas

Clarice Lispector
Alice Ruiz
Marisa Monte
Elisa Lucinda
Suely "Belinha"
São algumas belas exemplares do movimento de desmontagem de territórios "pega e te solta tonta..."

Barulinho bom

Lentamente e com menos estrondos... parte a tempestade para outros territórios
Fica por aqui, um barulinho... de Marisa Monte:

Olha como a chuva cai
E molha a folha aqui na telha
Faz um som assim
Um barulinho bom
Faz um som assim
Um barulinho bom
Agua nova
Vida veio ver-te
Voa passarinho
No teu canto canta
Antiga cantiga
No teu canto canta
Antiga cantiga

Tempestades

Às vezes aprecio,
Em outras sinto medo.
Quase sempre aprecio e sinto medo...
Como agora...

Estrondos

Rajadas de vento
Estrondos novos (desta vez não são fogos de festas juninas, nem balas perdidas de algum morro)
Céu multicolorido
Molhando a cidade

Parcialmente em férias

Oba!
Alguns ciclos começam a se fechar. Pausa para outros investimentos. Férias do trabalho até 10 de agosto! Neste intervalo, alguns momentos para encontros de aparar arestas, flertar com o novo e disparar movimentos para 2009.2.
"Trabalha-se ainda porque o trabalho é uma distração; mas faz-se de modo que a distração não debilite"(Nietzsche)

sábado, 27 de junho de 2009

Diverso, pero no mucho...

26 de junho é uma data marcante para o movimento dos direitos humanos: dia internacional de combate à tortura. E foi essa data escolhida pelo GT- diversidade sexual do CRP-RJ para abrir o evento sobre Diversidade Sexual comemorando os 10 anos da resolução 001/99, que proíbe, pelos psicólogos, o tratamento da homossexualidade como doença
Muitas discussões bacanas marcaram a primeira noite. Entre elas, colocou-se em análise o fato de ainda precisarmos de uma resolução para frear o ímpeto moralista de muitos psicólogos. Nossa formação ainda não dá conta dessa discussão?
Outro momento bacana foi quando falou Eduardo Passos, psicólogo e professor da UFF (um esquizo que vem me acompanhando nos últimos anos, apresentado pela amiga "exteligente" Michele). Sempre muito articulada e afetada, sua fala produziu desestabilizações... entre elas quando falou que uma das diretrizes da clínica é o direito à diferença, mas não centrado no direito dos "diferentões", e sim DIREITO DE DIFERIR...
Não fiquei até o final pq fui ao cineclube LGBT no Odeon, assistir curtas em comemoração ao primeiro ano do cineclube, na companhia de Aureliano (pra variar) e de Thalles.
Pois é, tanto as discussões da última quinta na UERJ, como a abertura do evento e o cineclube produziram um incômodo, porque ao se falar da diversidade sexual, a heterossexualidade não é considerada... hum... como falar em multiplicidade se a referência para o diverso ainda é diferir da heteronormatividade?

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Muitas luas em 23 revoluções solares

Aviso da Lua Que Menstrua
(Elisa Lucinda)


Moço, cuidado com ela!
Há que se ter cautela com esta gente que menstrua...
Imagine uma cachoeira às avessas:
Cada ato que faz, o corpo confessa.
Cuidado, moço
Às vezes parece erva, parece hera
Cuidado com essa gente que gera
Essa gente que se metamorfoseia
Metade legível, metade sereia.
Barriga cresce, explode humanidades
E ainda volta pro lugar que é o mesmo lugar
Mas é outro lugar, aí é que está:
Cada palavra dita, antes de dizer, homem, reflita...
Sua boca maldita não sabe que cada palavra é ingrediente
Que vai cair no mesmo planeta panela.
Cuidado com cada letra que manda pra ela!
Tá acostumada a viver por dentro,
Transforma fato em elemento
A tudo refoga, ferve, frita
Ainda sangra tudo no próximo mês.
Cuidado moço, quando cê pensa que escapou
É que chegou a sua vez!
Porque sou muito sua amiga
É que tô falando na "vera"
Conheço cada uma, além de ser uma delas.
Você que saiu da fresta dela
Delicada força quando voltar a ela.
Não vá sem ser convidado
Ou sem os devidos cortejos..
Às vezes pela ponte de um beijo
Já se alcança a "cidade secreta"
A atlântida perdida.
Outras vezes várias metidas e mais se afasta dela.
Cuidado, moço, por você ter uma cobra entre as pernas
Cai na condição de ser displicente
Diante da própria serpente
Ela é uma cobra de avental
Não despreze a meditação doméstica
É da poeira do cotidiano
Que a mulher extrai filosofando
Cozinhando, costurando e você chega com mão no bolso
Julgando a arte do almoço: eca!...
Você que não sabe onde está sua cueca?
Ah, meu cão desejado
Tão preocupado em rosnar, ladrar e latir
Então esquece de morder devagar
Esquece de saber curtir, dividir.
E aí quando quer agredir
Chama de vaca e galinha.
São duas dignas vizinhas do mundo daqui!
O que você tem pra falar de vaca?
O que você tem eu vou dizer e não se queixe:
Vaca é sua mãe. de leite.Vaca e galinha...
Ora, não ofende. enaltece, elogia:
Comparando rainha com rainha
Óvulo, ovo e leite
Pensando que está agredindo
Que tá falando palavrão imundo.
Tá, não, homem.
Tá citando o princípio do mundo!

Alegria

Eu vou te dar alegria
Eu vou parar de chorar
Eu vou raiar o novo dia
Eu vou sair do fundo do mar
Eu vou sair da beira do abismo
E dançar e dançar e dançar
A tristeza é uma forma de egoísmo
Eu vou te dar eu vou te dar eu vou
Hoje tem goiabada
Hoje tem marmelada
Hoje tem palhaçada
O circo chegou
Hoje tem batucada
Hoje tem gargalhada
Riso e risada
Do meu amor

(Arnaldo Antunes)

Bebendo o "Careca"
































Hoje (0u ontem, ou melhor, dia 25...) faz 25 anos que o "Careca" (como carinhosamente a sobreimplicada Heliana chama Foucault) morreu...
Para marcar o momento, nada como biritar em Noel, como acontece todas as quintas... mas com novas companhias e novos devaneios (e um sabor gelado), com novos salgados (e claro que sem bolinho de aipim, que não foi e não veio...) e desta vez, sem a presença de Ane.
E ainda, outro acontecimento: morte de Michael Jackson...
Não deu outra... entre vááááááárias cervejas, váááááários planos de viagens (Petrópolis, Paraty, BH, Maceió, Buenos Aires, Cuba, América latina toda, outras galáxias...) e 56 fotinhos... algumas delas estão aí... registros de momentos de prazer foucaultianos, jacksonianos e etílicos...

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Sonho de poeta

Quem dera fosse meu
o poema de amor definitivo
Se amar fosse o bastante
poder eu poderia
pudera, às vezes,
parece ser esse
meu único destino
Mas vem o vento e leva
as palavras que digo minha canção de
amigo. Um sonho de poeta
não vale o instante vivo.
Pode que muita gente
veja no que escrevo
tudo que sente
e vibre, e chore e ria como eu,
antigamente, quando não sabia
que não há um verso, amor, que te contente.

(Alice Ruiz)

quarta-feira, 24 de junho de 2009

O mundo é gay?

Esta pergunta anda me matutando há tempos... incrível como a modulação do desejo em nossa cultura nos faz crer que o normal e legal é ser hetero... quanta limitação!
E agora é hora de ler, burilar textos e novas possibilidades de entendimento das questões afetivas e eróticas. Pra aula de amanhã (falar dessa disciplina merece um post, pq o trem é bom demais da conta sô!), são só os textinhos abaixo...

Cheguei até a encontrar travestis felizes (Guattari)
Devir mulher (Guattari)
Viajantes pós-modernos e Uma política pós identitária para a educação (Guacira)
Aula de 22 de janeiro de 1975 (Foucault)
Uma conversa. O que é, para que é que serve? – segunda parte (Deleuze)
Pânicos morais e controle social – reflexões sobre o casamento gay (Miskolci)

Alimento azul


E este céu azul, gente? Não dá vontade de morder?
Pois é... quando fico atacada, com vontade de morder o céu azul, fico assombrada como que na natureza, com toda sua exuberância, não existe nenhum alimento azul?

À vista



Nenhum produto está sendo vendido à vista...

Porque o que não tem preço é justamente esta vista, da janela lateral...

É o que vejo, agora, enquanto escrevo, sentada no sofá da sala...

E à vista, dedico este post... "a inspiração vem de onde? de onde?"...

Provocações entre "amigrantes"

Verena, minha "amigrante" (amiga migrante...), mora nas Ilhas Canárias- Espanha, onde faz doutorado. Mas é baiana do "babado" e vive conectada com tudo o que acontece no Brasil (é uma típica migrante meeeeeeeeeeesmo). Fomos vizinhas e colegas na FTC, em Vitória da Conquista, em 2005. E desde então, nos chamamos de vizinhas...
Hoje, dia de São João, data mais importante do que natal na Bahia, fiz uma boa provocazãozinha:
- Vizinha, já comeu canjica, amendoim, tomou quentão e licor?
- Vá tomar banho... foi a resposta simpática que recebi...
Por que será? rsrsrs
Papo vai, papo vem e ela comenta que blog é coisa de migrante... será?

Saudade de vó...






Conversando com minha amiga Lu, que tá dodói depois de quase ter congelado no último final de semana, veio a saudade de vó... da dela, das minhas... essas duas criaturinhas fofas das fotos: vó Evinha (tirando onda com meus óculos!!!) e vó Lany que me chama de Luixia... Vozinhas, beijos no coração!

Olhar fulminante

Só rindo mesmo... ai ai
Ontem, Marina (fundadora da Igreja Subjetiviana dos Últimos Dias e minha companheira de casa, de travessias pela 28, de Uerj, beritas em Noel e sessões de boquinhas nervosas, etc) foi apresentada, depois de 4 meses, ao famoso "olhar fulminante" (by Aline) de Luana. Estava eu, toda empenhada na função de fotógrafa da festa surpresa de Heliana, quando ela (a Marina), resolveu colocar a mão no meu ombro!!! Frações de segundo e lá estava ele, o olhar fulminante, a queimar o intruso!!! rsrsrsrsrs "Eu achei q fosse apanhar", disse a sobrevivente, sendo abraçada em seguida, rindo muito...
Tenha medo!!! rsrsrsrs

Recuerdos de São João






Engraçado como as memórias são movediças...


Muitas pessoas têm me perguntando se estou sentindo falta do São João da Bahia... pois é... nem tô sentindo o espírito junino, mas algumas lembranças me acompanham...


- o porre de licor de maracujá no primeiro São João baiano... (com a minha delicadeza peculiar, tomei de uma vez só, como se fosse suco!!!)


- as danças com Regi, minha amiga Siriema Cococó, no São João do frio em Piatã, na Chapada Diamantina "Bebeu, bebeu, gabiraba, não embebedô, gabiraba..."


- as festas do CAPS de Conquista, dançando com Romeu de Cangaceiro, Bruna, Célia, Verônica, Nádia... com os usuários...


- as fugas das festas instituídas (Chiclete, Ivete e Asa e afins matam o São João!!!), indo pro Pelourinho, viagem pra Mangue Seco...

- fazendo o PPA pra Saúde mental, ora sozinha, ora acompanhada e Célia em trânsito (e transe tb)...
e por aí afora...


Mas o que mais tem matutado são os recuerdos dos idos de Boqueirão, da minha infância, nas festas juninas da paróquia São João Batista, com muito pinhão, quentão (com vinho), amendoim passado no açucar (cricri), brincadeiras de pescar...
É que agora, morando no Rio, me sinto mais próxima do sul, não apenas geograficamente.
E a foto da Laurinha na festa de São João da escola desencadeou muitas lembranças (acompanhadas de muita saudade...). Queria agora entrar num tubo e abraçar minha pequena...




Implicações com novos risos, rubores e sabores





















Outra disciplina que tem me afetado muito (e que estou acompanhando como ouvinte, se é que isso é possível...) é a de Análise Institucional, que Heliana Conde está ensinando na pós de Psicologia Jurídica. Como eu peguei o bonde andando, ainda não conheço a turma direito, até pq ela é bem heterogênea, tendo alunos em várias situações (orientandos, mestrandos, doutorandos, em situação de mobilidade acadêmica, sanduíche, doutor que está cursando pelo prazer em ser aluno de Heliana e por aí vai.... e tb, claro, tem os alunos da pós em jurídica... rs). As aulas têm sido muito bacanas e a minha admiração por Heliana tem crescido cada vez mais. Que figura! A turma fica atenta, atravessada pelas flechas de São Sebastião disparadas enquanto Heliana narra acontecimentos que marcam a história da Análise Institucional. Tô toda flechada!
E por falar em flechas, ontem rolou uma comemoração antecipada do aniversário dela (da Heliana e não da A.I... rs), que no dia 26 fará 60 anos! Não dava pra deixar passar em brancas nuvens!
A surpresa a deixou alegre e ruborizada! Linda!
E a turma ainda mais heterogênea... pois surgiram ex alunos (dos tempos da graduação) pra abraçá-la.
E claro, teve bolinho e outros comes, com destaque para os biscoitos de polvilho feitos pelo mineiríssimo Aureliano (0 meu amigo que se gaba de ter todas as vogais no nome, fã de Madonna e agora de Lady Gaga...rs)!





terça-feira, 23 de junho de 2009

Cartografias da invenção

Pensem numa disciplina gostosa?
Pois é, quem tem me acompanhado no dia-a-dia (nem sei se esse hífen cabe aqui ou não), tem me ouvido falar muito dela e delas...
A disciplina é oferecida pelo programa de pós-graduação em Psicologia da UFRJ, pela professora Virgínia Kastrup (que é uma fofa!). Vai acabar na próxima semana e eu já estou com saudades... pois os textos e as discussões têm inquietado e alimentado minha alma! Quanto desassossego!
Acordo alegre, lépida e fagueira todas as segundas por causa dos bons encontros vespertinos com uma galerinha boa que só (Joana, Ângela, Laura, Cristal, Alexandra, Bebel, Duda, Márcio, Antônio, Mhyrna etc).

Espiem a ementa...

Ementa: A pesquisa científica como prática e como política cognitiva. As políticas epistemológicas no cognitivismo e nos construtivismos. Construtivismo social e construtivismo enativo. Políticas cognitivas na formação do pesquisador: a representação e a invenção. O uso do método da cartografia no estudo da invenção e dos processos de produção de subjetividade. O desenho do campo problemático como questão processual. A pesquisa do domínio cognitivo e do território existencial. A escrita do texto de pesquisa. O diário de campo como dispositivo. O lugar dos métodos de primeira pessoa na investigação cartográfica.

O curso dá continuidade à disciplina ministrada em 2008-2, que teve como tema os fundamentos filosóficos e os avanços atuais do método da cartografia. Encontrando suas bases na obra de Deleuze e Guattari, o método da cartografia é voltado para o estudo da invenção e dos processos de produção de subjetividade, abrindo um número significativo de novos problemas teóricos e desafios metodológicos. O método da cartografia mantém proximidades e afastamentos em relação aos métodos etnográficos (Clifford, 2002), Caiafa, 2007), aos métodos da análise institucional (Altoé, 2006) e às metodologias de primeira pessoa (Varela e Shear, 2000). Para o desenvolvimento do método da cartografia são definidas as seguintes pistas: 1) Cartografar é acompanhar um processo; 2) A cartografia requer uma atenção concentrada e aberta ao presente; 3) A cartografia não dissocia a pesquisa e a intervenção; 4) A cartografia exige a dissolução do ponto de vista do observador; 5) A cartografia é sempre de um coletivo de forças; 6) A prática da cartografia requer dispositivos para operar; 7) A cartografia deve dar conta de um território existencial; 9) Cartografar é traçar um campo problemático; 10) A cartografia requer uma política de narratividade.
Dando seqüência aos temas discutidos e analisados, o curso abordará o tema do desenho do campo problemático de uma pesquisa, ressaltando sua dimensão processual e suas ressonâncias políticas. O problema da cartografia do território coloca-se ainda como um desafio metodológico a ser enfrentado. O papel da entrevista no contexto da pesquisa cartográfica também requer aprofundamento. Será examinada a adequação de diferentes técnicas de entrevista (reflexiva, narrativa, explicitação) no contexto da cartografia a partir da análise de casos concretos (Petitmengin, 2000, 2007). A escrita do texto com os resultados da pesquisa também será novamente objeto de investigação. Neste contexto, será analisado o papel do diário de campo como dispositivo de pesquisa, bem como a questão da elaboração dos relatos e do grupo de supervisão. O problema da formação do cartógrafo será abordado a luz do conceito de aprendizagem inventiva (Kastrup, 2007), da discussão sobre a competência ética (Varela, 1995) e das políticas cognitivas e epistemológicas (Kastrup, Tedesco e Passos, 2008).

Deu água na boca? Quem quiser mais, posso compartilhar textos etc, etc...

Festival de jazz e blues - Rio das Ostras


Como foi surpreendente e agradável retornar a Rio das Ostras (que outrora já foi uma vila de pescadores, pelo menos nos meus devaneios...rs) no feriado de Corpus Christi.
O sol escaldante, o calor abafado, o ar condicionado gelado e o alalaô (que marcaram o passeio no carnaval) cederam lugar à chuva, ao frio, cachaças e quentões pra esquentar, e claro, muito jazz e blues.
Nem a gripe, a rouquidão de traveco, o cof, o cof atrapalharam.
Alguns momentos marcaram muito, como o tributo de Jason Miles a Miles Davis nos dias 11 e 12 de junho. Mas o que mais me afetou foram os dois shows de Coco Montoya, principalmente no dia 13 de junho, no palco instalado na praia da tartaruga, no entardecer... que espetáculo!
Pra quem perdeu e quer saber mais sobre o festival, vale a pena conferir o site:
http://www.riodasostrasjazzeblues.com/pt/index.php
E quem se animar, fique de olho na 8a. edição, em 2010!
Esse negócio é contagioso! Dani convidou Luana, que convidou Lu, que convidou Débora, que convidou Rejane...

Ponte

Como é que faz pra lavar a roupa?
Vai na fonte, vai na fonte
Como é que faz pra raiar o dia?
No horizonte, no horizonte
Este lugar é uma maravilha
Mas como é que faz pra sair da ilha?
Pela ponte, pela ponte
A ponte não é de concreto, não é de ferro
Não é de cimento
A ponte é até onde vai o meu pensamento
A ponte não é para ir nem pra voltar
A ponte é somente pra atravessar
Caminhar sobre as águas desse momento
A ponte nem tem que sair do lugar
Aponte pra onde quiser
A ponte é o abraço do braço do mar
Com a mão da maré
A ponte não é para ir nem pra voltar
A ponte é somente pra atravessar
Caminhar sobre as águas desse momento
Nagô, nagô, na Golden Gate
Entreguei-te
Meu peito jorrando meu leite
Atrás do retrato-postal fiz um bilhete
No primeiro avião mandei-te
Coração dilacerado
De lá pra cá sem pernoite
De passaporte rasgado
Sem ter nada que me ajeite
Nagô, nagê, na Golden Gate
Coqueiros varam varandas no Empire State
Aceite
Minha canção hemisférica
A minha voz na voz da América
Cantei-te, ah
Amei-te
Cantei-te, ah
Amei-te

(Lenine)

Implicar: "novo" verbo em análise

Eu me implico
Tu te implicas
El@ se implica
Nós nos implicamos
Vos vos implicais
El@s se implicam

"Em última análise, muitos não se comunicam mais, bem ou mal, como vocês e eu: implicam-se" (Lourau, 2004: 187).

Em boa companhia

Passando a tarde na companhia de Lourau e Heliana, ao som de Lenine "se vc quer me seguir, não é seguro..." e tomando chá de manga (quem pensou que fosse de boldinhosantodetodahora... errou!!!). Preparativos para a aula de Análise Institucional, com Heliana Conde (q fera mais doce!)

“Todos aqueles que hoje fazem profissão de pensar, de pesquisar, de criar, de produzir outros possíveis não mais se reconhecem em qualquer porta-voz” (Guattari, 1983/1986: 31 apud Rodrigues, H. B.C., 2005: 26).

“Ne croyonns plus aux lendemains qui chantent, changeons la vie ici et maintenant” - Não acreditemos mais nos amanhãs que cantam, mudemos a vida aqui e agora (Rodrigues, H. B.C., 2005: 24).

"O útil ou necessário para a ética, a pesquisa e a ética da pesquisa não é a implicação - sempre presente em nossas adesões e rechaços, referências e não referências, participações e não participações, sobremotivações e desmotivações, investimentos e desinvestimentos libidinais...-, mas a análise desta implicação" (Lourau, 2004: 190).

"Desafetação- força altamente instituinte" (Lourau, 2004: 190).

RODRIGUES, H.B.C. “Sejamos realistas, tentemos o impossível! Desencaminhando a Psicologia através da Análise Institucional”. Em: FERREIRA, A.; JACÓ-VILELA, A.M.; PORTUGAL, F. (orgs.) - História da Psicologia: rumos e percursos. Rio de Janeiro: Nau, 2005
LOURAU, R. - “Implicação e sobreimplicação”. Em: Altoé, S. (org.) - René Lourau: analista institucional em tempo integral. São Paulo: Hucitec, 2004.
_________. - “Processamento de texto”. Em: Altoé, S. (org.) - René Lourau: analista institucional em tempo integral. São Paulo: Hucitec, 2004 .

Morin no Rio


Dia 2 de julho (data da independência da Bahia...) Edgar Morin fará a conferência "Para além do desenvolvimento: uma via possível?".
Bora?

Pessoas com *

Na última quinta, após a aula de Tópicos Especiais em Psicologia Social I (Instituições de formação e inclusão social), como de costume, fomos beber em Noel Rosa. Já no finzinho do encontro, eu, Marina e Ane (as seminaristas do dia), estávamos num bom bate-papo sobre "de um tudo", quando Ane falou sobre a expressão "pessoas com *"... referindo-se a uma amiga que criou essa pérola (no bom sentido do termo) para expressar como pessoas legais (como nós 3, claro...) são raras...
Gostei!!!

Ministério do sono adverte:

Edredon novo provoca pesadelos...

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Momento piada ruim...

Assistindo (e rindo, claro!) CQC... tão sacaneanando o São João de Cruz das Almas, na Bahia, entrevistando os "chicleteiros"... povo mais sem noção... Deus é mais!!! rs

Lembrança de um verão difícil...

"A insônia levitava a cidade mal iluminada. Não havia porta fechada e toda janela tinha sua quente luz. Em torno dos lampiões as larvas voavam. À margem do rio as mesas, as poucas conversas cansadas, crianças adormecidas no colo. A desperta leveza da noite não nos deixava ir dormir; como andarilhos, devagar andávamos. Fazíamos parte do velório amarelado dos lampiões e das larvas aladas, e de redondas alturas suspensas, e da vigília de toda uma abóbada celeste. Fazíamos parte da grande espera que, por si mesma e sem si mesma, é que o universo inteiro faz. Desde as outras enormes larvas que haviam outrora bebido lentamente água daquele rio."

LISPECTOR, Clarice. Para não esquecer. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Para Cau, minha irmãzinha baiana

Lembrei tanto de ti quando li Clarice... esta força amiga que nos impele a encontrar outras saídas...

Fuga

"Começou a ficar escuro e ela teve medo. A chuva caía sem tréguas e as calçadas brilhavam úmidas à luz das lâmpadas. Passavam pessoas de guarda-chuva, impermeável, muito apressadas, os rostos cansados. Os automóveis deslizavam pelo asfalto molhado e uma ou outra buzina tocava maciamente.
Quis sentar-se num banco do jardim, porque na verdade não sentia a chuva e não se importava com o frio. Só mesmo um pouco de medo, porque ainda não resolvera o caminho a tomar. O banco seria um ponto de repouso. Mas os transeuntes olhavam-na com estranheza e ela prosseguia a marcha.
Estava cansada. Pensava sempre: "Mas que é que vai acontecer agora?" Se ficasse andando. Não era a solução. Voltar para casa? Não. Receava que alguma força a empurrasse para o ponto de partida."

LISPECTOR, Clarice. A bela e a fera. 2ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1979.

Dia Internacional de Luta contra a Tortura


No dia 26 de junho, 19 h, vai rolar a mesa redonda "Anistia: esquecimento e memória", no Instituto dos Arquitetos do Brasil- rua Pinheiro 10, Flamengo/ RJ.
Além da mesa redonda e de exposições, performances, videos, estaremos lançando dois livros: Clínica e Política 2 e 20 Anos da Medalha Chico Mendes de Resistência.
Sem desmerecer o evento, vale sempre lembrar que devemos lutar no cotidiano contra os microfascismos, que teimam em existir entre nós, em nós...

Psicologia e Diversidade Sexual

O CRP-RJ realizará, nos dias 26 e 27 de junho, o evento “Psicologia e Diversidade Sexual: Assim se passaram dez anos...”. O encontro debaterá os dez anos da Resolução 001/99, do Conselho Federal de Psicologia, que proíbe o tratamento, pelos psicólogos, da homossexualidade como doença.
O evento ocorrerá no Auditório Oscar Guanabarino da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), na Rua Araújo Porto Alegre, 71, 9º andar, Castelo/Centro, Rio de Janeiro.
As inscrições são gratuitas e podem ser feitas no dia do evento ou enviando email para eventos@crprj.org.br com os seguintes dados: nome completo, nome social, email, profissão, instituição, o que te trouxe a este evento e como ficou sabendo deste evento.
Maiores informações: http://www.crprj.org.br/2009052902.asp

É a Psicologia desviando rotas e produzindo novos encontros!

Roda de conversa - GT de Psicologia e Mídia

O silêncio como produtor de subjetividades: o que a Psicologia tem a ver com isso?
Data: 30 de junho de 2009
Local: Auditório do CRP-RJ – Rua Delgado de Carvalho, 53, Tijuca (próximo ao Largo da Segunda-Feira)
Informações: eventos@crprj.org.br

Filosofando no cinema...


A história da Filosofia em 40 filmes" é um projeto da Caixa Cultural e está rolando desde o dia 16 de maio, todos os sábados às 10h30. Ainda bem que vai até 28 de feveiro de 2010...
Caixa Cultural RJ • Cinema 2, Av. Almirante Barroso, 25 • Centro, Rio de Janeiro, Tels.(21) 2544 4080 / 7666 • http://www.caixacultural.com.br/.

E me diz como não ficar doida vendo essa programação, ter tempo livre durante a semana e trabalhar justamente no sábado pela manhã!!! A vida anda tirando onda... mas já, já, estarei de férias e poderei assistir...

Colóquio Internacional de Cinema, Tecnologia e Percepção


Vai rolar no período de 30 de junho a 2 de julho o "Colóquio Internacional Cinema, Tecnologia e Percepção- novos diálogos" no MAM- Av. Infante Dom Henrique, 85- Parque do Flamengo- RJ. Inscrições gratuitas pelo site: www.apeledapelicula.com.br/new/coloquio/php
Vale a pena dar uma bizoiada tb, neste site, na programação da mostra "À Pele da Película" que está rolando na Caixa Cultural desde o dia 16 e vai até o dia 28 de junho.

Afiando as garras da pantera


Na semana passada, dia 16 de junho, fui com meu amigo Aureliano no lançamento do livro "Vocabulário de Foucault", pela Autêntica, trad por Ingrid Müller Xavier, revisado por Walter Kohan e Alfredo Veiga-Neto.
O preço tá salgado (r$ 79,00!!), mas acho um bom investimento pra quem está disposto a "afiar as garras da pantera"!
Pela mesma editora, foram lançados tb o "Abcedário da criação filosófica" (já está na listinha dos livros que quero adquirir), de Ingrid Müller Xavier e Walter Kohan, e "Filosofia: o paradoxo de ensinar e aprender", dos mesmos autores. E mais o livro "Infantis: Charles Fourier e a infância para além das crianças", de René Schérer.
Boas dicas para quem curte Filosofia...

domingo, 21 de junho de 2009

Segue o seco... uma nova estação em mim

Sempre gostei de escrever
Há tempos pensava em criar um blog pra escrever "de um tudo"
Sempre detestei o inverno no período em que morava no sul
E, curiosamente, este blog nasce no primeiro dia do inverno...
Ainda bem que estou aqui, em outro Rio...
Onde até sinto um certo frio...

"Ganhei (perdi) meu dia.
E baixa a coisa fria também chamada noite,
e o frio ao frio em bruma se entrelaça, num suspiro"
(Trecho de Elegia- Carlos Drummond de Andrade)

Para minha doce amiga Gia...

O tema da saudade está sempre presente em nossas conversas. De um certo modo (como só amigas que se amam muito sabem), há uma presença na ausência. Mas como queria tê-la por perto, ser colega novamente, compartilhar as experiências como psi na saúde mental, como professoras universitárias, como dindas babonas... tantas afinidades! Mas hoje a realidade pesou... parece que só agora (depois de 10 anos que saí do Rio Grande do Sul), você se deu conta de que, provavelmente, não iremos mais habitar a mesma cidade... Aí amiga, peço socorro a Alice Ruiz:

"devia ser proibido
uma saudade tão má de uma pessoa tão boa
falar, gritar, reclamar
se a nossa voz não ecoa
dizer não vou mais voltar
sumir pelo mundo afora
alguém com tudo pra dar
tirar o seu corpo fora
devia ser proibido
estar do lado de cá
enquanto a lembrança voa
reviver, ter que lembrar
e calar por mais que doa
chorar, não mais respirar (ar)
dizer adeus, ir embora
você partir e ficar
pra outra vida, outra hora
devia ser proibido..."

Receita pra não enrouquecer...

Escrever, escrever, escrever, escrever... e isso vicia!
“escrever como um cão que faz seu buraco, um rato que faz sua toca” (Deleuze e Guattari, 1975/1977: 28-29)

Elemento xis...

No bate-papo com a minha linda Laurinha (agora banguela) no msn, ela resolveu fazer uma arte com papel, a qual chamou de "elemento xis"... vai entender... rsrsrs
E ainda soltou outra pérola: gorjeta de ar (?)
A Pequena tem cada uma...

Diferença e repetição

É preciso muita força (e luz...) pra diferir de si mesma...
xô repetição!!!

Dores de Almodóvar

Re-visitando "Fale com ela"...

"Não há gritos em "Fale com ela". Nem femininos, nem de nenhuma espécie. Aliás no filme, contrariando o clichê, as mulheres pouco falam, e o uso do tempo verbal no imperativo presente no título denuncia este silêncio. Em "Fale com ela" predomina, literalmente, a voz masculina, mas no filme, os homens também não gritam, ao contrário. Na película, o tom de voz dos personagens é o mesmo de Caetano Veloso na releitura de Cucurucucu paloma, o que contraria a idéia de que esse "diretor de mulheres seja responsável por deixar à beira de um ataque de nervos também os homens". Ao enfatizar, no filme, personagens femininas silenciadas, Pedro Almodóvar subverte não só o estereótipo relativo à verborragia feminina, como também rompe com os clichês do próprio estilo" (Renata Farias de Felippe)

Sugiro a leitura do artigo:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-83332004000200014

Tempo, tempo, tempo...

Queria publicar o vídeo do youtube, mas não consegui (ainda estou aprendendo a mexer nesses trens... rsrsrs).
Espiem então...
http://www.youtube.com/watch?v=2NUdznkCZ74

É Tempo de vadiação...

- Tempo de parar o relógio cronológico e contemplar o tempo dos eventos. Tempo do cultivo e da habitação de um território existencial, um rito de repouso e espera:
1. Desligamento dos planos da movimentação automática e claudicante do dia-a-dia.
2. Concentração de uma estranha atenção desfocada, uma espreita atenta a diversos eventos inesperados.
3. Repouso dos movimentos automáticos e espreita aos eventos, “do acaso, das flutuações da maré, do tempo, do relaxamento da vigilância policial...”
4. Espera atenta, mas não ansiosa, ciente e respeitosa do tempo dos eventos e da necessidade de não atropelá-los, estando o sujeito disposto a aproveitá-los.
5. Atenção às dobras dos acontecimentos e à sua espreita, sem ansiedade ou pré-julgamentos.
6. Não há como guiar ou controlar a vadiação, nem muito menos treiná-la, a não ser na convivência com situações propícias a ela.
7. Disposição a perder tempo – quando o perder é ganhar mais intimidade com a evolução criadora própria da duração (Bergson, 1956).


CARTOGRAFAR É HABITAR UM TERRITÓRIO EXISTENCIAL
(JOHNNY ALVAREZ E EDUARDO PASSOS)

Indo embora de mim a pé...

Transmutando
(Des) figurando...

Lá e cá, simplesmente ali... como a vida!

Vou me perder
Pra encontrar
Novos territórios existenciais...
E habitar outras vidas!