Ontem à noite assisti novamente a peça 'Simplesmente eu. Clarice Lispector' com Beth Goulart, no teatro da UERJ. E mais uma vez me senti totalmente suspensa, tomada e expandida pela encarnação de Clarice em nós...
O primeiro encontro (na companhia de Lu e Pâmella) foi no CCBB, em um teatro mais intimista, onde o silêncio pairava... já na UERJ, alguns ruídos interceptavam o silêncio, mas foi emocionante ver um teatro grande (capacidade para 1200 pessoas) sendo capturado pela interpretação belíssima de Beth Goulart nos ajudando a 'alongar nossos olhares' sobre a vida através de Clarice. E neste segundo encontro, desfrutei da companhia de Marisa, Marin(d)a e Bruno.
'O propósito do Teatro é fazer o gesto recuperar o seu sentido, a palavra o seu tom insubstituível, permitir que o silêncio, como na boa música, seja também ouvido, e que o cenário não se limite ao decorativo e nem mesmo à moldura apenas - mas que todos esses elementos, aproximados de sua pureza teatral específica, formem a estrutura indivísivel de um drama' Clarice Lispector
Pertencimento, solidão, amor foram os temas que mais me afetaram... as palavras de Clarice são tão potentes que me atravessam em diversos momentos... e têm sido companhia constante da minha solidão, no silêncio que ora adormece, ora grita, ora simplesmente silencia...
E sua relação com a escrita? É, de algum modo, a minha relação também. 'Escrever é uma necessidade'.
"Não sou eu quem escrevo, são meus livros que me escrevem".
E dedico este post a minha amada amiga 'Michele', que é a própria Clarice encarnada em mim, um vírus vida entranhado que me faz acreditar que a vida é "POTÊÊÊNCIA!"
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