segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Doce novembro

'Anoiteci' em Maceió
'Madruguei' em Vitória
'Sol- nasci' em Araras
E agora vou ao encontro de Morfius

oxalá dezembro não me atropele!

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Tão longe, de mim distante

Richard Bach nem sonhava. Mas em tempos de internet, telefone celular, conexão sem fio e GPS, longe é mesmo um lugar que não existe. Ninguém mais fica, involuntariamente, longe de ninguém. Toda conexão é possível. Mais que isso: desejada.

Essa história de ver e falar com todo mundo na hora em que bem se entende, do lugar em que se esteja, empolga. É bom. Diz que não? Ver, em tempo real, como é o quarto do seu filho de dezesseis anos em intercâmbio de um ano na Nova Zelândia. Falar com sua irmã que trabalha numa estação da Antártida como se ela estivesse ali, na rua ao lado. Assistir ao vivo o show do U2 na Califórnia, do melhor camarote que há: o seu computador. Achar e ser achável.

Está certo: reduziram-se as distâncias e produziu-se uma espécie de onipresença. Isso é bom e não tem volta, o que é fascinante. Pois bem. Quero é saber o que foi feito da distância. E agora, que ninguém consegue mais desaparecer, sumir, escafeder-se? Conseguir, consegue. Mas dá trabalho. Arlindo Orlando, aquele caminhoneiro fictício da pacata Miracema do Norte, não conseguiria ter fugido assim tão fácil da sua noiva, fosse hoje. Como fica o mundo, então?

Com tanta presença, qual o futuro da saudade? Assim como os mistérios insondáveis do não estar, a necessidade do cadê, a curiosidade sobre como deve ser – tudo parece estar com os dias contados. A lembrança, que é feita de ausência, pode ser extinta. Tudo é perto e pertencente demais. Mas não é. Nem pode ser.

Gente precisa de desconexão para existir. [Quem diria. Logo eu, pensar isso.] Precisa saber da distância fundamental que marca sua posição no planeta. Precisa do despertencimento e do tempo que constroi as relações todas. Precisa da demora – e não da volta ao mundo em oitenta cliques.

Longe precisa ser um lugar real. O universo, imenso, deve continuar assim. Sua grandeza é que dá dimensão às coisas. Sem ela, nós nos perdemos – em tamanho, função e sentido.

Silmara Franco

http://fiodameada.wordpress.com/


quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Amargo, doce que eu sorvo


Depois de ter provado cervejas tcheca e alemã na Cervejaria em Vitória, meu argumento de que toda cerveja é igual, o que importa é que esteja gelada e seja a mais barata, vai pro ralo... ou desce pela garganta... salgaaaado!!!

Habitando a dobra da onda

Lua de Luz


"Minha alma tem o peso da luz. Tem o peso da música. Tem o peso da palavra nunca dita, prestes quem sabe a ser dita. Tem o peso de uma lembrança. Tem o peso de uma saudade. Tem o peso de um olhar. Pesa como pesa uma ausência. E a lágrima que não se chorou. Tem o imaterial peso da solidão no meio de outros."

(Clarice Lispector )

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Joaninha na veia


http://bichinhosdejardim.com/2009/11/

Coração vazio

Meu coração estava grávido. Grávido de um coração de vazios. Grávido de um coração oco. Que viveu de quases. Quase amor, quase entrega, quase coragem, quase inteiro, quase ele mesmo. Quase. Meu coração grávido tudo viveu, tudo disse, tudo fez. Agora, não há mais nada. Nada a dizer, a fazer, nada a somar. Meu coração estava grávido de uma história só sua, tentando em vão entrar num roteiro fechado. Grávido e solteiro. Meu coração estava grávido de um amor só meu. Não respirou outro ar, não bebeu de outro leite. Quase morreu à míngua. Mas era de si mesmo que o meu coração estava grávido. Meu coração pariu outro coração de mim mesma e agora está vazio. Mas é um vazio bom. Vazio de outro vazio, meu coração se enche de si. Vazio de prisões, meu coração está cheio de possibilidades. Eu o sinto vazio e quieto. Eu o sinto em paz.

Cris Guerra

http://www.amoreponto.blogspot.com/

De volta pro meu aconchego

Coisa boa viajar... e coisa linda voltar pra casa! "Viajo porque preciso e volto porque me preciso"...
Fora de casa há quase uma semana, cheguei ontem pela manhã, sentindo falta dos detalhes que produzem uma alegre sensação de 'estar em casa'.
Se por um lado a viagem possibilitou suspender o tempo novamente, em que fiquei só na espreita... por outro lado, acumulou trampo e essa semana tá punk! Além das atividades rotineiras, estou fazendo um curso muito bacana com Despret, (psicóloga belga, que aborda várias temáticas sobre as ciências das emoções e clínica na contemporaneidade) repondo aulas, leituras, etc. E parece que até o final do ano o ritmo vai ser acelerado!
Mas as duas viagens que fiz este mês engendraram um certo contra-tempo e, embora esteja cansada e com muuuuuuuuuitas coisas pra fazer, estou tranquila e em paz, fazendo do humor uma política existencial. Salve! Até dá pra 'não morrer' com o Rio 40 graus...
E nada como estar de volta pro meu aconhego, cheiros, sons e a você, 'my bloguer'! hehehe

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Rumo a Vitória

Eita nós, cá estou yo correndo pra terminar de arrumar a mala (que nem foi desfeita totalmente da viagem a Maceió) para viajar daqui a pouco pra Vitória. Vou participar do Congresso Internacional de História na UFES, organizado junto com a Paris - Est. Por um mundo menos psi! hehehe

Estou doida pra encontrar com Dani Zani, que tá gravidíssima! E que bons encontros me aguardem! Salve!

Cuba, lá vamos nós!!

Convención Universidad 2010 Habana 8 al 12 de febrero
Décima Junta Consultiva Sobre el Posgrado en Iberoamérica
ASOCIACIÓN UNIV ERS IT ARIA IBEROAMERICANA DE POSGRADO
Sede Regional: Dirección de Posgrado, Ministerio de Educación Superior.
Calle 23 No. 565 esq. a F, El Vedado, CP 10400. Ciudad de La Habana. CUBA
Tel.: (53 7) 8382352 Email: jcastro@reduniv.edu.cu

Habana, 16 de noviembre de 2009.

“Año del 50 aniversario del triunfo de la Revolución”

Luana da Silveira Estudante do doutorado em Psicologia Social Universidade do Estado do Rio de Janeiro- UERJ Brasil

Distinguida colega: Por la presente le comunico que la Comisión Científica de la Décima Junta Consultiva Sobre el Posgrado en Iberoamérica de la Convención Universidad 2010 que se celebrará en La Habana del 8 al 12 de febrero de 2010 ha aprobado el resumen de su ponencia Navegar é preciso - análise da experiência migratória de estudantes brasileiros de pós-graduação que participam de programas de intercâmbio internacional

Nos mantendremos en contacto con usted para mantenerla informada de los pormenores de la organización de la Junta y de la ubicación de la exposición de su ponencia dentro de las comisiones de trabajo.

La saluda, atentamente Dr. Julio Castro Lamas Secretario Ejecutivo Comisión Organizadora X Junta de Posgrado Director Oficina Regional AUIP Centroamérica y Caribe

domingo, 15 de novembro de 2009

Domingo

Veja, meu bem
Que hoje é domingo
Domingo eu não choro
Domingo eu não sofro
Domingo eu sou de paz
E alegria
Tristeza, hoje eu não estou
Saudade, volte outro dia
Domingo eu não sou boa
Companhia

Se o amor quer me deixar
Me deixe num domingo
Eu não vou reclamar
E posso até achar
Que ficar só é lindo

Domingo a minha vida é o circo
Eu sou a trapezista
Alguém avise à dor
Que não insista

Tristeza, hoje eu não estou
Saudade, volte outro dia
Domingo eu não sou boa
Companhia

Se o amor quer me deixar
Me deixe num domingo
Eu não vou reclamar
E posso até achar
Que ficar só é lindo

Domingo a minha vida é o circo
Eu sou a trapezista
Alguém avise à dor
Que não insista.

Maria Bethânia
Composição: Roque Ferreira

Don't let me down



Don't Let Me Down

The Beatles

Composição: Lennon / McCartney


Don't let me down, Don't let me down
Don't let me down, Don't let me down

Nobody ever loved me like she does
Oooo she does..yes she does
And if somebody loved me like she do me
Yes she do me Yes she does

Don't let me down, Don't let me down
Don't let me down, Don't let me down

I'm in love for the first time
Don't you know it's gonna last
I'ts a love that lasts forever
It's a love that has no past

Don't let me down, Don't let me down
Don't let me down, Don't let me down

And from the first time that she really done me
Oooo she done me she done me good
I gues nobody ever really done me
Ooo she done me...she done me good

Don't let me down, Don't let me down
Don't let me down, Don't let me down


sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Eu e meus ex pupilos


Turminha da FSBA


Lili da FTC

Eu parecia uma tia babona reencontrando meus ex alunos na ABRAPSO! hehehe

Já no primeiro dia vi Liliane, que foi minha aluna na FTC em Conquista (onde trabalhei em 2004 e 2005) e hoje atua em CRAS em Brumado. E deste encontro, surgiram várias resenhas e muita saudade!

Neste mesmo dia, fui surpreendida pela invasão de uma turma de peso da psi da FSBA (Tóia, Bila, Brisa e Enéias) na sala onde participei da mesa redonda 'Vestindo roupa de trapo'. Eta coisa boa!

Também encontrei com Edlamar (É do mar... hehehe), da FSBA (onde trabalhei de 2006 a 2008), que ficou com os olhinhos cheios de lágrimas dizendo que eu fui uma das professoras mais importantes da sua formação...

São criaturinhas como essas que fazem com que minha atuação docente produza sentido e me fazem acreditar na potência desse trabalho!

Ah! E ainda viajei com uma ex aluna da pós de saúde mental da Ruy Barbosa de Salvador e 'fui encontrada' por uma ex aluna no aeroporto de Salvador, quando fiz a conexão na volta pro Rio... eita!

Dinos em Maceió


Nômades unisckianas de duas gerações, Ariane e Eu

Chapolin Fábio Colorado e Ariel Luana Pequena Sereia

Os 16 olhos: Alessandro, yo, Cássia e Marquinhos

A velha (Eu) e a moça da esquina do clube da esquina (Cássia)


Quanta alegria reencontrar amigos das antigas (os dinossauros), dos bons tempos de movimento estudantil psi da década de 90 (vixe!!!)! Cássia (sempre de BH, conservada na cachaça, que foi prof de Marin(d)a na PUC- MG), Fábio (sempre de POA e assíduo participante dos EREP'S sul, pentelhando como sempre), Alessandro (RS,SP,MG), Junior e Renata (RJ, ES, BA), Sílvio (sempre de Sta Maria!), Marquinhos (PI, PB, SC, SP e AL)... esqueci de alguém? E ainda teve o encontro com Ariane, que foi minha 'sucessora' na UNISC, que conheci na Bahia (através da Cau e da Michele). O difícil foi conciliar tantas agendas e tantos grupos diferentes! Muitos encontros se deram nos corredores, entre uma atividade e outra e alguns, claro, em mesas de bar!

Muitos seguiram a vida acadêmica e militam por uma psicologia mais crítica, política e subversiva! Alguns se enverederam pelos conselhos, sindicatos, associação de psi social, psi política e por aí vai...

A participação no movimento estudantil em psi fez toda a diferença na minha formação... tive mais dificuldades para lidar com o luto da saída do movimento, do que da faculdade... foi um processo bacana de ampliação de horizontes, de perspectivas... tanta coisa! Merece outro post!

Máquina faminta



http://bichinhosdejardim.com/2008/06/

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Profano e sagrado 'nas alagoas'


Jangada 'estacionada', galera folgada... devir sereia!

Pratos se esvaziando e 'barriguinhas' crescendo... eita comida boa!

Time da mesa 'metodologia inutensílio: pesquisar para morrer!'

Efeito Maceió

- quero comer camarão de tudo quanto é jeito, filé de caranguejo, salmão ao molho de maracujá, arroz de brócolis, carne seca na nata, carne do sol com queijo, arroz com queijo, carne de bode, carneiro ao molho de vinho e canela, tapioca com leite condensado, escondidinho, arrumadinho, cajá, umbu, mangaba...
- quero levar minha jangada pro mar, à céu aberto, com uma tonelada de desejos...
- quero ouvir palavras cantadas com 'di' e 'ti'...
... quero outra tpm sem saber que estava na tpm! viva!

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Super sincera

Sobre o caso da 'Unitaliban'

Intolerante com a intolerância ao que perturba, compartilho um texto de Calligaris sobre o caso da 'Unitaliban', que tem mobilizado tantas discussões, posições, desafetos, etc. Foi um dos temas da aula de História Oral, ontem, na UERJ. Fiquei besta e triste com certos comentários reacionários invandindo a cena psi (não menos reacionária...). Muita calma e indignação nesta hora! Bora ao texto...



'As turbas têm um ponto em comum: detestam a ideia de que a mulher tenha desejo próprio


NA SEMANA passada, em São Bernardo, uma estudante de primeiro ano do curso noturno de turismo da Uniban (Universidade Bandeirante de São Paulo) foi para a faculdade pronta para encontrar seu namorado depois das aulas: estava de minivestido rosa, saltos altos, maquiagem -uniforme de balada.

O resultado foi que 700 alunos da Uniban saíram das salas de aula e se aglomeraram numa turba: xingaram, tocaram, fotografaram e filmaram a moça. Com seus celulares ligados na mão, como tochas levantadas, eles pareciam uma ralé do século 16 querendo tocar fogo numa perigosa bruxa.

A história acabou com a jovem estudante trancada na sala de sua turma, com a multidão pressionando, por porta e janelas, pedindo explicitamente que ela fosse entregue para ser estuprada. Alguns colegas, funcionários e professores conseguiram proteger a moça até a chegada da PM, que a tirou da escola sob escolta, mas não pôde evitar que sua saída fosse acompanhada pelo coro dos boçais escandindo: "Pu-ta, pu-ta, pu-ta".

Entre esses boçais, houve aqueles que explicaram o acontecido como um "justo" protesto contra a "inadequação" da roupa da colega. Difícil levá-los a sério, visto que uma boa metade deles saiu das salas de aula com seu chapéu cravado na cabeça.

Então, o que aconteceu? Para responder, demos uma volta pelos estádios de futebol ou pelas salas de estar das famílias na hora da transmissão de um jogo. Pois bem, nos estádios ou nas salas, todos (maiores ou menores) vocalizam sua opinião dos jogadores e da torcida do time adversário (assim como do árbitro, claro, sempre "vendido") de duas maneiras fundamentais: "veados" e "filhos da puta".

Esses insultos são invariavelmente escolhidos por serem, na opinião de ambas as torcidas, os que mais podem ferir os adversários. E o método da escolha é simples: a gente sempre acha que o pior insulto é o que mais nos ofenderia. Ou seja, "veados" e "filhos da puta" são os insultos que todos lançam porque são os que ninguém quer ouvir.

Cuidado: "veado", nesse caso, não significa genericamente homossexual. Tanto assim que os ditos "veados", por exemplo, são encorajados vivamente a pegar no sexo de quem os insulta ou a ficar de quatro para que possam ser "usados" por seus ofensores. "Veado", nesse insulto, está mais para "bichinha", "mulherzinha" ou, simplesmente, "mulher".

Quanto a "filho da puta", é óbvio que ninguém acredita que todas as mães da torcida adversa sejam profissionais do sexo. "Puta", nesse caso (assim como no coro da Uniban), significa mulher licenciosa, mulher que poderia (pasme!) gostar de sexo.

Os membros das torcidas e os 700 da Uniban descobrem assim um terreno comum: é o ódio do feminino -não das mulheres como gênero, mas do feminino, ou seja, da ideia de que as mulheres tenham ou possam ter um desejo próprio.

O estupro é, para essas turbas, o grande remédio: punitivo e corretivo. Como assim? Simples: uma mulher se aventura a desejar? Ela tem a impudência de "querer"? Pois vamos lhe lembrar que sexo, para ela, deve permanecer um sofrimento imposto, uma violência sofrida -nunca uma iniciativa ou um prazer.

A violência e o desprezo aplicados coletivamente pelo grupo só servem para esconder a insuficiência de cada um, se ele tivesse que responder ao desejo e às expectativas de uma parceira, em vez de lhe impor uma transa forçada.

Espero que o Ministério Público persiga os membros da turba da Uniban que incitaram ao estupro. Espero que a jovem estudante encontre um advogado que a ajude a exigir da própria Uniban (incapaz de garantir a segurança de seus alunos) todos os danos morais aos quais ela tem direito. E espero que, com isso, a Uniban se interrogue com urgência sobre como agir contra a ignorância e a vulnerabilidade aos piores efeitos grupais de 700 de seus estudantes. Uma sugestão, só para começar: que tal uma sessão de "Zorba, o Grego", com redação obrigatória no fim?

Agora, devo umas desculpas a todas as mulheres que militam ou militaram no feminismo. Ainda recentemente, pensei (e disse, numa entrevista) que, ao meu ver, o feminismo tinha chegado ao fim de sua tarefa histórica. Em particular, eu acreditava que, depois de 40 anos de luta feminista, ao menos um objetivo tivesse sido atingido: o reconhecimento pelos homens de que as mulheres (também) desejam. Pois é, os fatos provam que eu estava errado'.

Contardo Calligaris
http://contardocalligaris.blogspot.com/

Vestindo roupa de trapo



... Gestão de si e do mundo - a formação por um fio

Este foi o título da mesa-redonda que participei com Mônica e Bruno, colegas do doutorado, na ABRAPSO. Depois de muitos fios e trapos soltos, conseguimos boas costuras e o patchwork ficou lindo! hehehe
Inicialmente eu achava que não falávamos lé com cré... mas foi muito bonito o processo de construção do resumo, e principalmente nossas articulações na mesa, colocando a formação em análise e tentando romper com a lógica empresarial que tem atravessado as instituições. E foram muito interessantes as costuras que foram feitas durantes as falas... gerando bons debates!
Eu tava tensa por falar de uma pesquisa que ainda está germinal, mas consegui dar vida à todos os afetos que me mobilizam a pensar a experiência de migração de estudantes de pós-graduação em intercâmbio internacional e minha fala foi potente! Viva!
Vejam o resumo da mesa.

Esta mesa tem como objetivo pôr em discussão práticas de formação e os processos de gestão de si e do mundo, a partir de diferentes referenciais teórico-metodológicos e pautando-se em experiências institucionais diversas. Enredamo-nos, assim, entre trapos, interrogando para que servem. Com trapos, atribuímos sentido ao que a história não dá nenhuma importância, ao que se supõe sem funcionalidade. Em nossos campos de intervenção nas instituições educacionais nos inquietamos com a formação disciplinar que conduz os sujeitos a serem gestores de um si já dado na repetição de um mundo já constituído. Nas nossas pesquisas temos como foco o que se constitui como disruptivo, resistência ao esperado, ações aparentemente desconexas que emergem no limiar da existência, convocando à mudança. Dispomo-nos a recolher retalhos de experiências, farrapos de gente, fiapos que nos conduzam às histórias potentes que facultam a emergência de um devir outro. Para isso abordamos as experiências educacionais em algumas de suas múltiplas pontas, considerando nesta mesa: jovens em orientação profissional que procuram descobrir-se a partir das experiências escolares; professores que entre leis e hierarquia lutam para uma gestão de si no trabalho da docência; estudantes migrantes durante a realização de seus cursos de pós-graduação que buscam forças para fazer da estranheza um modo possível de vida. Trata-se de uma tessitura cujo propósito é interrogar os imperativos de transformação de si em debate com as normativas e padrões de eficiência apontadas como formação competente. O que está em jogo, então, nas demandas de escolha profissional, de definição de quem ser em meio aos modelos de sucesso? Como habitar inventivamente a escola pública na atualidade sem um devir outro no rigor e na eficácia? O que está em questão nas experiências de migração, no situar-se, quando tudo muda menos a aceleração das exigências adaptativas? Neste encontro, com fiapos de idéias, de afetos e de questões que a todo tempo nos convocam a pensar a formação, promovemos costuras tecidas entre os balaios da esquizoanálise, da análise institucional e de uma perspectiva discursiva. Privilegiando conceitos como os de experiência, acontecimento e polifonia, exercitamos um outro tempo, de coletivizar questões e escritas, com o foco no que escapa à cena empresarial da eficiência e da qualidade total, afirmando a criação de novos possíveis a partir do exercício da autonomia e de diferentes modos de gerir o pensar e o sentir a si mesmo e ao mundo.

Palavras-chave: formação, gestão, subjetividade


terça-feira, 10 de novembro de 2009

Invocação para um dia líquido

Depois de dias e dias de sol à pino perambulando em busca das franjas do mar, com versos e canções invocando dias líquidos, eis que agora Maria vê o céu transbordar...

Para comemorar, nada como a música do Cordel do Fogo Encantado, título deste post (como 'ainda não voltei do nordeste', resolvi dar uma 'subidinha' no mapa e pousar em Pernambuco, minha próxima morada (?!), depois que retornar da Espanha)

"O sabiá no sertão
Quando canta me comove
Passa três meses cantando
E sem cantar passa nove
Porque tem a obrigação
De só cantar quando chove*
Chover, chover
Valei-me Ciço o que posso fazer
Chover, chover
Um terço pesado pra chuva descer
Chover, chover
Até Maria deixou de moer,
Chover, chover
Banzo Batista, bagaço e banguê
Chover, chover
Cego Aderaldo peleja pra ver
Chover, chover
Já que meu olho cansou de chover
Chover, chover
Até Maria deixou de moer
Chover, chover
Banzo Batista, bagaço e banguê
Meu povo não vá simbora
Pela Itapemirim
Pois mesmo perto do fim
Nosso sertão tem melhora
O céu tá calado agora
Mais vai dar cada trovão
De escapulir torrão
De paredão de tapera**
Bombo trovejou a chuva choveu
Choveu, choveu
Lula Calixto virando Mateus
Choveu, choveu
O bucho cheio de tudo que deu
Choveu, choveu
suor e canseira depois que comeu
Choveu, choveu
Zabumba zunindo no colo de Deus
Choveu, choveu
Inácio e Romano meu verso e o teu
Choveu, choveu
Água dos olhos que a seca bebeu
Quando chove no sertão
O sol deita e a água rola
O sapo vomita espuma
Onde um boi pisa se atola
E a fartura esconde o saco
Que a fome pedia esmola**
Seu boiadeiro por aqui choveu
Seu boiadeiro por aqui choveu
Choveu que amarrotou
Foi tanta água que meu boi nadou***

*Zé Bernardinho
**João Paraibano
***Toque pra boiadeiro

Composição: Lirinha; Clayton Barros
Cordel Do Fogo Encantado

Mormaço

Tá fazendo sol, tá fazendo sol
Vai chover, vai chover
Já nasceu mais um
Pra morrer, pra morrer
Tá fazendo sol
Vai chover, vai chover
Já nasceu mais um
Pra morrer, pra morrer
Toalha nova não enxuga
Que faça sol ou venha a chuva
A vida aqui ainda é dura
Minha sombra me acompanha
Quando chove, me abandona
A chuva disse ao sol, a chuva disse ao sol
Pra esquecer, pra esquecer
Encarei o céu, vai escurecer
A chuva disse ao sol, pra esquecer
Encarei o céu, vai escurecer
Toalha nova não enxuga
Que faça sol ou venha a chuva
E na moleira, só quentura
Não vejo o sol dar trégua
Água aqui é lenda
Secura não é pouca, e o céu desaba em conta-gotas
Acordou com o sol e subiu pra ver a chuva
Já vejo o céu escurecer
Agora o temporal inteiro se aproxima...

Nação Zumbi

Composição: Letra: Jorge Du Peixe/música: Lúcio Maia, Dengue E Pupillo

Delírio na madrugada

O inferno é aqui...

Rapaz, que calor é esse?
Desliguem o fooooooooooooooooooooooornooooooooooooooooooooo!!! Pleeeeeeeeeease!
Desde que cheguei de Maceió, o Rio está derretendo, entranhado numa onda de calor que beira aos 40 graus diariamente... me deixando mole... pressão baixíssima...
'não há vida pensante nos trópicos' tou começando a concordar... eita calor do cabrunco!
Tá difícil retomar a vida aqui... e o blog tem sofrido os efeitos de tanto calor e do desejo de reter o tempo reconciliado na viagem... voltei a ficar só na cocorinha (meus tornozelos inchados que o digam!).
Já passa da 1 h da madrugada, tomei mais um banho frio (isso mesmo! pasmem!) e agora me tranquei no quarto e liguei o ar condicionado (isso mesmo... pasmem!!!). O que tem acontecido diariamente, há quase uma semana. E finalmente fiz minha estréia no mar a 'la garota de Ipanema' no último domingo e pra minha surpresa e alegria, o mar estava calmo e morninho!!!
Tantas mudanças...
Acho que morri e esqueceram de avisar... o cérebro já pifou... disso eu tenho certeza! peraí... Então não morri?! hehehe
Ai ai... vai dormir Luana!!!

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Por um mundo sem contenção!

1 ano, 2 meses e 16 dias travando uma briga intermitente com o aparelho dentário...
e hoje, finalmente, tirei a parte superior! Pensem na alegria da criança!
Vou aproveitar enquanto o aparelho móvel não vem... tá pronta sua vampira?

domingo, 8 de novembro de 2009

Minha véia em festa!

Mãezinha,
Muita alegria, força e luz nesta nova idade! 5.5! Oba!
Espero vê-la com esse sorrisão sempre! Como quando esteve na Bahia! E desejo recebê-la logo no Rio, que está te esperando de braços abertos!
Te amo véia!

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Ai que saudade...

... do céu, do sol, do sal de Maceió!

Eita viagem boa do cabrunco!
Vários encontros, em muitos sentidos!
Tempo cronológico suspenso e a alma livre, à deriva...
Alegrias, prosas, problematizações, risadas, fúrias gastronômicas...
E o mar verdão e quente? Levou todas as nhacas e zicas!!!
Acabei de chegar da viagem e fui acolhida pela lua boluda e dourada!
São tantas as histórias e fotos! Virei sereia! hehehe
Serão vários post's para compartilhar momentos tão bacanas! Sem pressa...