terça-feira, 29 de setembro de 2009

Efeito Rio

- Estou desgostando de samba a cada dia mais (Ritmo.repetitivo.em.mim);
- Virei fresca e não consigo tomar banho neste mar gelado (a Bahia.em.mim afugenta o Rio Grande do Sul.em.mim);
- Estou sendo mais tolerante com temperaturas em torno de 20 graus e totalmente intolerante com temperaturas acima dos 30 graus (Lítio.dosado.em.mim);
- Estou cadastrada em vários sites culturais e sigo outros tantos no twitter (Aurelius.em.mim);
- Vejo diariamente sites de tirinhas (Marin(d)a.em.mim);
- Estou muito mais atenta às "sutilezas" do preconceito étnico (Lu.em.mim);
- Vejo novas possibilidades de militância (Pâmella.em.mim);
- Quero ser uma surfer (Cigana.em.mim);
- Sinto que posso morar em qualquer lugar do mundo (Nomadismo.em.mim);
- Aplico na veia doses diárias de Filosofia da Diferença (Domando.as.feras.em.mim);
- Assisto vários filmes por mês, às vezes por semana e às vezes por dia (Tempo.vivo.em.mim);
- Contabilizo cada centavo que gasto (Vacas.magras.em.mim);
- Bebo cerveja (Calor.pobreza.barriga.em.mim);
- Raramente pego táxi (Transporte.público.e.pobreza.em.mim);
- Atravesso passarelas várias vezes na semana (Coragem.em.mim);
- O celular fica constantemente em silêncio ou esquecido (Pânico.da.repetição.em.mim);
- Sinto falta do mar e da Chapada da Bahia, mas quero continuar morando no Rio (Novos.desejos.em.mim);
- Me sinto mais próxima da minha família e das minhas amigas do sul (Minha.gente.em.mim);
- O sotaque gaúcho tá mais forte (Bah.em.mim);
- Menos deslumbramento e mais potência entre tantas possibilidades que a cidade oferece (33.anos.em.mim);
- Minha TPM está muito mais forte (Consciência.do.corpo.em.mim);
- Sinto um prazer inenarrável quando tenho tempo livre (Abolindo.a.workholic.em.mim);
- Adoro ficar só (Solidão.povoada.em.mim);
- E tantos outros.em.mim...

Destemperança

Prefiro o verão ao inverno,
Mas no verão fico mole, toda Michelin...
E no inverno literalmente murcho...

Na UERJ...
me sinto uma velha em relação aos meus amigos que estão no mestrado,
e me sinto uma guriazinha em relação aos meus colegas do doutorado...

Será por isso que gosto tanto das estações intersticiais?

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Mafalda e os "lembretes"

Calor, insônia, tempestades de ideias... super lot!

O calor de hoje (ontem) me fez temer os dias que vi(e)rão...
É madrugada, janelas abertas e o vento não deu o ar da graça... nem o sono... talvez porque depois de ter tido um final de semana intenso de atividades culturais, e lembrar de uma agenda lotada pela frente, a realidade me deixou acesa...
Tenho feito um esforço para tornar a nova rotina mais leve... mas o check list das atividades das próximas semanas me alerta que a rotina será mais do que atribulada... além das atividades e leituras costumeiras, terei que...
- Fazer o trabalho completo pro Congresso Internacional de História em VIX até o dia 30.09;
- Responder à pesquisa de Paty sobre o período em que fui Coordenadora das Políticas Transversais da DGC- SESAB até dia 30.09;
- Preparar minha apresentação pro Encontro de História Oral em BH até o dia 04.10 (e ficar alguns dias fora de casa, no evento que será de 5 a 7.10);
- Corrigir trocentos trabalhos das 7 turmas que ensino até o dia 09.10;
- Elaborar os trabalhos completos (sobre a pesquisa do mestrado e do doutorado) para a ABRAPSO, em Maceió, até dia 17.10;
- Me dar várias folgas para participar do Colóquio - Foucault de 19 a 22.10 na UFRJ;

E no meio disso, tentar:
- Ver mais alguns filmes no Festival de Cinema;
- Assistir alguma peça no Festival de Teatro;
- Fazer algum programa com Aline que passará pelo Rio esta semana;
- Encontrar Cássia em BH;
- Dormir 8 h por dia;
- Retomar as caminhadas além das rotineiras casa-UERJ;
- Não dispersar na internet (o que significa, talvez, ficar longe de você, my blog... oôôôô my bloguer!)
- Aproveitar o feriadão;
- Não enlouquecer mais (e nem enrouquecer mais)...
- E dormir agora ou começar a escrever...
hasta my bloguer!

Pistas do Método da Cartografia


Na última sexta, dia 25/09, foi lançado o tão aguardado livro sobre as pistas do método cartográfico, de autores como Virgínia Kastrup (que foi minha professora no semestre passado na UFRJ), Liliana da Escóssia (da UFS, foi da minha banca de qualificação do mestrado e parceira de outras andanças) e Eduardo Passos (meu professor na UFF este semestre).
Não pude ir, infelizmente, por estar trabalhando no horário. Mas fica registrado o meu desejo de que o livro seja um bom dispositivo para o devir cartógrafo em nós! Li alguns textos e adorei! Recomendo!
No site da Travessa, está sendo vendido por R$ 26,96!
http://www.travessa.com.br/PISTAS_DO_METODO_DA_CARTOGRAFIA_PESQUISA_INTERVENCAO_E_PRODUCAO_DE_SUBJETIVIDADE/artigo/5853a9cd-60a7-4936-b2cd-dec2d0ff7391

Deleuze- a arte e a filosofia


Na próxima quarta, dia 30/09, vai rolar o lançamento do livro Deleuze- a arte e a filosofia, de Roberto Machado, no Espaço Tom Jobim- Jardim Botânico, às 20 h.

Eu já comprei o meu, pela internet- livraria Travessa por RS 34,00. Vale a pena pesquisar se ainda está por este preço. E claro, leitura "obrigatória"!

"Toda a obra de Deleuze – e suas elaborações sobre a filosofia de diferentes épocas e campos variados, como as ciências, as artes e a literatura – é abordada nesse livro essencial. O professor Roberto Machado investiga o modo de funcionamento e a constituição do pensamento filosófico de Deleuze e conclui que ele sempre privilegiou a diferença em detrimento da identidade. Demonstra, ao mesmo tempo, que existe uma sistematicidade em sua filosofia, que em geral se desconhece. Uma visão global e, ao mesmo tempo, original do pensamento deleuziano". http://www.zahar.com.br/catalogo_detalhe.asp?id=1058

domingo, 27 de setembro de 2009

Till, a saga de um herói torto

Vários convites, intimações com direito a almoço com fricassé e mousse de chocolate...
e hoje Aureliano geriu mais uma atividade cultural... e levou uma trupe (eu, Thalles, Zeni, Ane e Carol) pra ver o grupo Galpão, de BH, que apresentou "Till, a saga de um herói torto" na Quinta da Boa Vista.

Adorei o lugar e pensei em várias atividades que podem acontecer no parque, e claro, adorei o espetáculo!!! A saga de Till é hilária, escrachada e triste... muito triste... desde o seu nascimento, abandono, agenciamentos com cegos, etc... até a perda da consciência (que só atormenta, não é mesmo?) e a busca dela... o que é mesmo alma, corpo e consciência? Como pensar nisso numa trama medieval, em pleno entardecer? Hum... quem não viu, dê um jeito de ver!
Eles retornarão ao Rio em outubro com outro espetáculo... Aguardemos e agendemos!

"O Galpão é, sem dúvida, a mais alta expressão no que se refere ao teatro de grupo no Brasil. Diferente do que acontece com a maioria das outras companhias conhecidas, que são lideradas pela figura do encenador, como o Centro de Pesquisa Teatral (CPT), de Antunes Filho, o Teatro Oficina, de José Celso Martinez Corrêa, a Companhia de Ópera Seca, de Gerald Thomas, ou o mais recente Teatro da Vertigem, dirigido por Antonio Araújo, o Grupo Galpão é um grupo de teatro formado essencialmente por atores, que geralmente convida diretores renomados para a criação de seus espetáculos.

A lista de contribuições significativas ao teatro brasileiro acompanha os 27 anos de existência do grupo, que já trabalhou sob a direção de Paulo José, Cacá de Carvalho, Paulo de Moraes e Gabriel Vilela; com o último realizou, em 1992, o espetáculo Romeu e Julieta, de Shakespeare, que foi aclamado em 2000, no Globe Theatre, em Londres, por público e crítica. Os próprios críticos ingleses escreveram, na época, que a peça teria resgatado a essência do teatro de Shakespeare, que é popular.

Nesse Till, o grupo Galpão resgata suas origens de Teatro de Rua; mas não um espetáculo de rua simples, feito para poucos espectadores, de forma improvisada. É uma peça com uma produção impecável, feita para o grande público, onde os atores tocam instrumentos e cantam na cena, que possui efeitos sofisticados, apesar da aparente simplicidade. A estória se passa na Idade Média, quando Deus e o Diabo apostam sobre a perdição dos homens: Se de uma alma forem retiradas algumas qualidades, inclusive a maioria da inteligência, ela conseguirá ou não manter a sua consciência?

Assim, ao nascer após mais de cinco anos de gestação, inclusive sendo retirado da barriga da mãe com a ajuda de um anão escafandrista, Till logo aprende que para sobreviver precisa usar de toda a astúcia e malandragem, enganando e subvertendo a tudo e a todos, como forma de escapar da miséria. O personagem perde sua consciência para o Diabo, e depois o desafia para recuperá-la, em um duelo hilário. Existe uma outra linha narrativa, dentro da trama, que conta a história de três cegos em peregrinação para Jerusalém, que criam um batalhão que combate à noite, em noites sem lua, ficando em igualdade de condições com os infiéis, e com ouvidos melhores.

Um dos pontos altos do espetáculo é o encontro dos cegos com Till, onde eles são enganados de forma primorosa pelo herói torto. Existem também alguns momentos de interação com a plateia, criados com sensibilidade, nada que espante um espectador com receio (muitas vezes com razão) de peças interativas.

O caráter popular do espetáculo, que se passa na Alemanha medieval mas poderia acontecer em outro tempo e lugar, com característica universal, é sempre reconfigurado no domínio dos atores ao envolver o público nos acontecimentos: a cena onde a mãe de Till será queimada na fogueira é um exemplo disso, quando as exclamações de “Fogueira! Fogueira!” viram uma espécie de grito de torcida de futebol.

O texto e a interpretação têm, muitas vezes um certo distanciamento, inclusive com os atores se referindo a si mesmos em terceira pessoa. Till Elenspiegel, o heroi mitológico criado pelo dramaturgo Luis Alberto de Abreu, lembra o travesso Macunaíma, de Mário de Andrade, bem como Juca e Chico, personagens criados no século XIX pelo alemão Wilhelm Busch, considerado o precursor das histórias em quadrinhos. A direção de Júlio Maciel, membro do Galpão, dá vivacidade ao texto, conseguindo realizar momentos hilários, grotescos e sublimes, se aproveitando do domínio dos atores na sua relação com o público. O cenário, de Márcio Medina, também contribui de maneira significativa, uma vez que proporciona, com alçapões e traquitanas, uma certa agilidade na movimentação da cena.

Um teatro de primeira, que está sempre questionando de forma construtiva a linguagem do próprio teatro, bem como a sua relação com a vida e as transformações: “a utopia não é um lugar no mundo, mas está na mente dos homens”. Till nos mostra a grandiosidade e a vulgaridade do homem, que junta corpo, alma e consciência na ação de inventar o sonho."

http://opiniaoenoticia.com.br/cultura/entretenimento/till-a-saga-de-um-heroi-torto-com-o-grupo-galpao/


Vestida de noiva... matar ou morrer?

Ontem entrei (na companhia de Aureliano e Thalles) no universo de 3 planos (alucinação, realidade e memória) de Alaíde, personagem encarnada por Leandra Leal, numa nova adaptação de Gabriel Vilela, para a peça o Vestido de Noiva, de Nelson Rodrigues.
Alaíde morreu? Foi assassinada por Pedro (Marcelo Antony), seu marido e por Lúcia (Vera Zimerman), sua irmã? Matou Pedro? Roubou Pedro de Lúcia? E quem é Cleci? aiaiaiaia
Achei a peça densa e muito louca e levei um bom tempo (depois de alguns cochilos e de ter visto 3 filmes e ter trabalhado pela manhã...) para entender e essa confusão de tramas, tempos foi o que achei mais fantástico! Fazer isso no teatro exige muita invenção!
A peça foi apresentada esta semana na Caixa Cultural e infelizmente a temporada acaba hoje sem previsão de retorno pro Rio. Vale a pena aguardar pra ver novamente! E bater cabeça...

Caranguejos na Vila

Ontem também assisti no Odeon, no FESTRIO, o curta "A pensão dos caranguejos", de Marcelo Pressotto, engraçadinho mas sem graça.
Assisti também o documentário sobre Martinho da Vila, com a presença do próprio no Odeon, em plena tarde ensolorada de sábado. Figura carismática, com engajamento político que eu desconhecia, me fez constatar que eu sabia pouco e muito sobre ele! Me deu vontade de pescar embaixo da ponte Rio_Niterói e de conhecer Duas Barras... o por quê? Assista...

Lado B

... de besteirol! hahaha

Na última quinta rolou a primeira festa no Brasil da Erasmus Mundi (que concebe bolsas pra intercâmbio de estudantes universitários e pós graduandos), no Cine Lapa.
Fui com Pâmella, Carol, Bia (professora de inglês) e seu namorado. Mas acabamos parando na festa B, no Alto da Lapa, prédio ao lado do Cine Lapa, porque lotou cedinho e embora tivéssemos ingressos, não conseguimos entrar. Ane entrou na festa A e acabou saindo pra nos encontrar! E claro a festa B também bombou!
Me diverti e dancei muito, o que rendeu dores no pescoço que só hoje estão mais amenas... mas o mais divertido foram as nossas piadas em inglês e espanhol... antes e depois da festa!
Tú tenges? hahaha

Viajo porque preciso, volto porque te amo...




Narrador sem rosto, atormentado por um amor, nos atormenta em sua deriva em busca de falhas nas rochas e nos encontros com flores de todos os tipos, em todos os lugares... em pleno sertão nordestino e "viaja porque precisa e não volta porque ainda ama"...
O filme abre para várias possibilidades de análise na minha pesquisa. Adorei!
Assisti ontem no Odeon, no Festival de Cinema do Rio, na companhia de Aureliano, Thalles, Paty e o marido. Por mim pode levar o prêmio!
"Depois de representar o Brasil na Mostra Horizontes, no Festival de Cinema de Veneza, em agosto, o longa-metragem pernambucano ‘Viajo porque preciso, volto porque te amo’, do pernambucano Marcelo Gomes (‘Cinema, Aspirinas e Urubus’) e o cearense Karim Aïnouz (‘Madame Satã’ e ‘O Céu de Suely’), será exibido pela primeira vez no país. A estréia nacional será nesta sexta-feira (25) durante a 11ª edição do Festival do Rio. O filme, produzido pela pernambucana REC Produtores Associados e Daniela Capelato, com co-produção da Gullane, concorrerá na mostra competitiva Premiére Brasil, na categoria longa-metragem ficção.O longa fala de uma história de amor, construída a partir de imagens investigativas, documentais, captadas na virada do século passado pelos sertões dos estados da Bahia, de Sergipe, Alagoas, Pernambuco e do Ceará, em plena globalização. O filme é uma miscelânea de belas imagens e sons captados em 1999 e registrados através de fotos, slides, fitas miniDV, Super-8, 16mm e DAT. Nessa época, os diretores fizeram uma imersão no sertão nordestino, vivência que contribuiu para a realização de ‘Cinema, Aspirinas e Urubus’ e ‘O Céu de Suely’.Na trama, o geólogo José Renato é enviado para realizar uma pesquisa de campo durante a qual terá que atravessar todo o Sertão nordestino. O objetivo de sua pesquisa é avaliar o possível percurso de um canal que será construído a partir do desvio das águas do único rio caudaloso da região. No decorrer da viagem, percebe-se que há algo comum entre José Renato e os lugares por onde ele passa: o vazio, uma sensação de abandono, de isolamento. Mas, ele decide ir em frente, seguir viagem, na esperança que a travessia transmute seus sentimentos.‘Viajo porque preciso, volto porque te amo’ explora, a partir da experiência vivida pelo geólogo José Renato, um sertão que foge à trivial lamentação nostálgica; um espaço onde as tradições culturais convivem com uma modernidade mal estabelecida. O diálogo constante gerado por esse processo conduzirá os espectadores a descobrir um ambiente cheio de contradições e peculiaridades. Depois do Rio de Janeiro, ‘Viajo porque preciso, volto porque te amo’ será exibido para o público paulista. O longa também foi selecionado para a Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, que será realizada de 23 de outubro a 5 de novembro em dezesseis pontos de exibição da cidade." http://pe360graus.globo.com/diversao/diversao/cinema/2009/09/25/NWS,499009,2,20,DIVERSAO,884-VIAJO-PRECISO-VOLTO-AMO-FAZ-ESTREIA-NACIONAL.aspx

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

DASLU, DASPU, DASDOIDA... DASNÓIS, DASEU...

PUTA QUE O PARIU VELHO!!!
Fui a uma defesa fodona hoje "Com Atitude e Catiguria: visibilidades e invisibilidades femininas- DASPU como possibilidade em Design", de Ana Beatriz, orientanda de Ronald.
"sem vergonha é a DASLU" "DASPU é moda sem vergonha e moda pra mudar"
Me afetou pra caralho em vários sentidos... e foi impossível não lembrar do meu processo do mestrado, da minha defesa... a criatura escreveu a tese do doutorado em um mês praticamente... pensem na intensidade de todo o processo? Total imersão no campo... abre pra inúmeras possibilidades... isso sim é que é multiplicidade rizomática!!! Ainda mais com Heliana Conde na mesa... eita mulher que eu admiro pra porra!!!

"DASPU É UMA PUTA PARADA
DASPU É UMA PARADA DE PUTA!" (Funk da DASPU)

http://www.daspu.com.br/


Aguardemos a tese na rede!

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Blog em festa



Diário íntimo na rede?
Diário éxtimo, portanto, que aborda "de um tudo e de um nada", compartilha afetações cotidianas de uma cigana à deriva em seu processo de produção de novos territórios existenciais. E hoje está em festa por ele mesmo. Isso, por ele mesmo! Há 3 meses nasceu, materializando o desejo de buscar novos devires através das artimanhas da escrita. E são mais de 250 posts! O que vai na contra-maré da maioria dos blogs que se tornam inativos em seus primeiros meses de existência. E sobreviveu à leitura do livro "O show do eu- a intimidade como espetáculo", de Paula Sibilia (2008), que rendeu alguns posts e tormentos. E também sobreviveu ao Twitter (são tão diferentes!).
O blog é um dispositivo contemporâneo que possibilita o registro de memórias, compartilhamento de experiências e a criação de redes sociais e afetivas, alterando as noções de tempo, espaço, distância, entre outros. A maioria dos blogs segue o modelo confessional do diário íntimo, ou como coloca Sibilia (2008), diário éxtimo que expõe a intimidade na rede, cujo número de adeptos tem crescido de modo vertiginoso. Segundo a autora, diariamente são criados cerca de cem mil novos blogs, em torno de três a cada dois segundos. O Brasil é considerado como o terceiro maior país blogueiro do mundo, o que é um analisador importante desta nova tecnologia, considerando-se que dois terços dos brasileiros não têm acesso à internet e convivemos com elevados índices de analfabetismo.
Para os desavisados de plantão, que de quando em vez visitam este espaço, vale orientar que se quiserem seguir uma sequência (i)lógica, a leitura é de baixo pra cima... isso mesmo... das publicações mais antigas até as mais recentes. É mais fácil do que parece. Basta acompanhar pela coluna à direita, no arquivo do blog, onde marca as postagens por mês. Na primeira página só aparecem as últimas 50 postagens. Para ver as demais, é só clicar ao lado ou embaixo em postagens antigas. Aviso em tempo, ler de "baixo pra cima" não significa encontrar uma linha reta... quem bem conhece a dona deste blog sabe o quanto ela abomina linhas retas... e seu pensamento esquizo jamais iria se alinhar!
Um brinde a nós e ao nosso desejo de produzir linhas de fuga pelas derivas da escrita! Sigamos!

domingo, 20 de setembro de 2009

Em busca da "caridade"

Cariocando?!

Justamente hoje, 20 de setembro, dia da Revolução Farroupilha, marco na história dos gaúchos...
Estava no carro com a Lu, indo em direção a Lagoa, quando ela me falou de um amigo que está repondo aula aos sábados à noite... surpresa, ao invés de dizer "Bah", "Capaz" (Rio Grande do Sul em mim)... e ao invés de dizer "Porra" ou "Caralho" (Bahia em mim), disse em alto e bom som: "CARACA!"
Tou cariocando??? Retratos da vida de cigana...

Desejo e reparação


Pensem num filme que atiça a vontade de jogar crianças pela janela??? hahahaha
Aureliano vivia me falando pra assistir, até que um dia peguei uma cópia com ele e comecei a assistir e a mídia apresentou defeito num momento chave do filme... e eu com vontade de garguelar a criança!!! Em outro dia, alugamos uma cópia e assistimos juntos. Nossa, do início ao fim, eu tive que conter meus ímpetos assassinos... e os dele também!
O filme tem uma fotografia belíssima e um enredo que me prendeu o tempo todo, me deixando na maior tensão para saber onde iria dar a "criabolidade" de Briony que me deixou perplexa como uma "linda menininha loirinha de olhos azuis" pode ser tão criativa e diabólica, e marcar pra sempre a trajetória de vida de sua irmã e do amado, seu objeto de desejo.
Desejo e reparação- eita parzinho potente, com alto poder de destruição!!!
O filme, de 2008, ganhou o Globo de Ouro por melhor filme e concorreu ao Oscar. Mas isso, pouco me importa...

A voz da igualdade?

Esta semana finalmente tirei um tempinho e assisti Milk- a voz da igualdade. O filme (2008) aborda a história de Harvey Milk, que movimentou São Francisco na década de 70, ao ser o primeiro político gay assumido no Estado da Califórnia "Eu não sou o candidato. Eu sou o movimento. E o movimento é o candidato".
Em uma trajetória marcada por muitas lutas, denúncias, agenciamentos, conquistas e também capturas, Milk buscou dar visibilidade a causa gay, em um momento em que o preconceito era legitimado e legal. O desfecho de sua história, infelizmente, é um analisador da intolerância ao que difere que tanto caracteriza as práticas homofóbicas. Mas seu discurso produz ecos vento a fora "se alguma bala furar meu cérebro, que ela sirva pra abrir todos os armários!"

57 anos de muita história







Há 57 anos, Lauro Schenkel e Lany Grunevald disseram sim a possibilidade de construir uma vida juntos, numa grande aposta no companheirismo. Graças a ela, nasceram Rugart e Marli.

Rugart casou com Nega e tiveram Zé, Minéia e Mano. Zé casou com Ana e tiveram Jason. Minéia teve Taís, e se uniu a Marcelo.

Marli casou com João e tiveram Valquiria e yo. Valquiria teve Laurinha, e namora Marco. Y yo nesta história ganhei dois vozinhos fofos, tios, primos, pais, irmã, afilhados (Mano, Jason e Laurinha) e a incumbência de plantar muitas árvores, escrever muitos livros e ganhar o mundo!
Hoje estão todos em festa! E eu, presente de coração e de desejo de vida longa e plena!
Um brinde com gosto de churrasco, cerveja, torta e claro, com muita alegria e saudade!

sábado, 19 de setembro de 2009

Bienal do Livro

No domingo enveredei pras bandas do Riocentro, junto com a Lu, Pâmella e Jaque para visitar a Bienal do Livro.
No caminho, tudo era lindo. Literalmente. Pegamos a estrada do Alto da Boa vista e... me senti em Boqueirão, em Santa Cruz... incrível como certas paisagens acionam certas memórias afetivas... E aquela paisagem foi o melhor da aventura, porque a Bienal...
Além de disputar no tapa cada pedacinho de chão e livro (a torcida inteira do Flamengo estava lá), um calor infernal, ressaca do cabrunco, bolha assassina em sua máxima potência, esqueci de levar meu contra-cheque de profe... não me interessei em comprar nenhum best-seller of course era o que mais tinha... aff, e os livros infantis me interessaram, pero... haja paciência!!! Como organizam um mega evento e não colocam o preço nos livros??? Precisar localizar um expositor em meio a confusão era uma tarefa ingrata e descobrir que os preços não estavam nada populares, fez a boneca Michelin zarpar em poucos segundos (após ter se perdido várias vezes... hehehe). Se recomendo??? Hahahaha E seu eu estava na TPM???

Panicados do mundo todo: não uni-vos!

Enquanto uns e outros têm pânico da repetição... outros tantos (e às vezes os mesmos uns e outros) têm pânico do novo...
Enquanto o velho não vem, tá pronto seu novo?

Pânico da repetição

- Faz tum tum pra mim?
- Tum... o quê?
- Tum tum!
- Você disse tum o quê???
- Tum tum... "faz tum tum e mel..."
- Tum... tunz!
- É tum tum...
- Eu fiz tum e "aquilo" mesmo!
- Não...
- Fiz sim...
- Só o primeiro tum... tem que repetir!
- Tem que o quê???
- Repetir...
- Não dá...
- Qualquer criança sabe...
- Eu não sou qualquer criança!!!
- Que pena... O tédio roubou seu tum...
- Quem roubou o quê?!
- Aaaaaaaaaaaaah! Faz tum tum e pronto!!!
- Hum...
- É TUM!!! Tão fácil... é só repetir...
Ei, cadê você?! Volta aqui!!!
O que deu nela? Eita criatura complicada... era só repetir...

Vem! Que o circo vem aí...

Feijão cozinhando no fogo, frango temperado no creme laranja à espreita, corpo estendido no sofá, note no colo, mtv pra embalar...
Eis que ouço"Vem, que o circo vem aí..." É o carro de som anunciando o espetáculo circense que vai acontecer à noite na Vila de Noel, na Barão das pracinhas, como diria Marin(d)a.
Eu adoro minha vila e todos os encantos e facilidades cotidianas! Não é fácil resistir ao Bob's, por isso atravesso a rua... não é fácil resistir aos inúmeros botecos e seus apelos pra só uma cervejinha... não é fácil resistir aos rodízios de pizza... são muitas as tentações... mas a alegria tá nessas e outras tantas possibilidades!
E sigo meu caminho como trapezista.bailarina.palhaça.domadora pelas entranhas da vila...

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Minha vida sem mim


Este filme foi o dispositivo que usei na aula de hoje sobre Tanatologia (e vou repetir amanhã cedinho). Possibilita a reflexão sobre o direito de morrer com dignidade, com autonomia...

Foi emocionante ver a turma sendo tomada pela história de Ann na busca de produzir sentidos novos para sua vida e para sua vida sem ela...

Assisti este filme, pela primeira vez, em 2007 e lembro como me afetou... mas eram outros afetamentos que também me atravessavam.... Deixar morrer... e buscar a boa morte... que sabedoria... me diga como produzir uma estética da morte? Como???

Ann, ao descobrir que está com câncer sem possibilidades de cura, faz uma lista de desejos que gostaria de realizar antes de morrer e como gostaria que fosse a vida de alguns familiares depois de sua partida... E tem a mentira como maior companheira nos intensos momentos de solidão...

É belíssimo... polêmico... denso... como a vida, como a morte...

E agora vou alimentar o meu leãozinho e fazer jangada com Morfius...

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Estômago



Cheiros, sabores, cores...


Alecrim, gorgonzola, vinho...


Coxinha, carpaccio, penne a putanesca, leitão assado...


Várias afetações que inebriam e embaralham os sentidos. João Miguel (que já havia me impressionado na peça sobre Bispo do Rosário, que assisti em Salvador há anos, no espaço X, e no filme "Cinema, aspirinas e urubus" que assisti em intervalos de sono...) dá vida ao personagem Raimundo Nonato, que entre várias intervenções, nos deixa salivando, desejando saborear tantas iguarias... pero...
Me fez pensar nas desventuras de tantos migrantes nordestinos na "cidade grande", na potência do amor e seus desafetos, no "peixinho com cabeça de tubarão" a la Brecht durante sua prisão... na microfísica do poder, entre os que devoram, os que são devorados e os que cozinham...
Assisti este filme ontem e hoje já estou com vontade de ver novamente...
O filme está entre os melhores que vi este ano e nos últimos tempos!
Confira o site.
http://www.estomagoofilme.com.br/apresentacao1.htm
ABR/09 - Estômago vence o Grande Prêmio Vivo do Cinema Brasileiro.
Em noite de gala, Estômago levou cinco prêmios Grande Otelo no Grande Prêmio Vivo do Cinema Brasileiro. O filme ganhou o Grande Otelo de Melhor Longa-metragem de Ficção Nacional, Melhor Longa-metragem Nacional pelo júri popular, Melhor Diretor, Melhor Roteiro Original e Melhor Ator Coadjuvante, para Babu Santana. A premiação é decidida em votação pelos membros da Academia Brasileira de Cinema, nos mesmos moldes da Academia de Holywood, que escolhe os vencedores do Oscar.

O cheiro do ralo


Depois de tantos comentários e indicações, finalmente assisti o filme "O cheiro do ralo", de Heitor Dhalia.
Mais uma atuação belíssima de Selton Mello, agora encarnando em Lourenço, um sujeito escroto que afirma sua potência na relação com as pessoas em situação financeira calamitosa, num jogo perverso, "a vida é dura", expropriando cada fiapo de dignidade dos diversos personagens que buscam vender seus objetos. Frieza, gozo, coisificação.
Afetado pelo poder, sua potência vai sendo minada de tal forma, cuja imoblização tem um poder de destruição enorme. E que fede. Ah! Como fede!
Escurraça a mãe, a noiva, o olho cresce e quer comer a bunda. Mas é aí que algumas nuances mostram outras afecções do homem.menos.que.um.carrapato...
Recomendo!
Vale a pena conferir o site http://www.ocheirodoralo.com.br/


O Cheiro do Ralo
(O Cheiro do Ralo)
ano de lançamento ( Brasil ) : 2007
direção: Heitor Dhalia
atores: Selton Mello , Paula Braun , Lourenço Mutarelli (Segurança) Flávio Bauraqui , Fabiana Guglielmetti (Noiva) Sílvia Lourenço , Martha Meola
duração: 01 hs 52 min
sinopse
Lourenço (Selton Mello) é o dono de uma loja que compra objetos usados. Aos poucos ele desenvolve um jogo com seus clientes, trocando a frieza pelo prazer que sente ao explorá-los, já que sempre estão em sérias dificuldades financeiras. Ao mesmo tempo Lourenço passa a ver as pessoas como se estivessem à venda, identificando-as através de uma característica ou um objeto que lhe é oferecido. Incomodado com o permanente e fedorento cheiro do ralo que existe em sua loja, Lourenço vê seu mundo ruir quando é obrigado a se relacionar com uma das pessoas que julgava controlar.

Mafalda na cocorinha

2009.2 com tudo, contudo...

Estamos em meados de setembro e só agora o semestre letivo está começando na UERJ... se por um lado isso embaralha os horários tradicionais de início de semestre em agosto, gerando estranhamento, por outro lado, possibilitou começar as novas atividades de 2009.2 com menos pressão. (?!?)
Ataque de polianice? Talvez.
Agosto foi um mês difícil pra mim. Sufocante em vários momentos. Depressivo em outros. Trouxe resquícios da correria do final de julho. Sofri pra botar forças em tantos novos projetos de trabalho, escrever trabalhos, resumos, etc. Saí da cocorinha diversas vezes porque o jogo de forças exigiu. E isso provocou um cansaço do caralho. Cansaço físico e existencial.
Momento paradoxal.
À alegria pelas novas possibilidades de trabalho, pelo reconhecimento da minha atuação como professora, somava-se uma certa tristeza pela sensação de "tempo perdido" das novas experimentações com o "tempo" que a nova vida no Rio me possibilitou e me fez perceber que havia "tempo" para tudo (por isso repetir: tempo, tempo, tempo, tempo... como um mantra). E nisso, agosto foi cruel, me roubando o bem mais precioso que conquistei. Esta perda trouxe velhos funcionamentos e afetos... culpa por não produzir como deveria e gostaria, medo de não dar conta, de me entupir de trabalho novamente como fiz em vários momentos da minha vida, afastamento de atividades sociais e culturais, sono interceptado em meio ao processo de salário atrasado, horas cortadas... processo de decepção do migrante?
Virei ostra. E reclamava com quem me tirava da solidão, mesmo prometendo grande parceria para novas composições. Até mesmo com Jorge Ben Jor no show com Paula Lima (a população de idiotas presente crescia em ritmo exponencial como dizia Pâmella).
Neste processo, fiz resumo e trabalho completo para apresentar trabalho no Encontro de História Oral em BH, que acontecerá em outubro; fiz resumo de dois trabalhos (GT e uma mesa redonda) para apresentar no congresso da ABRAPSO em Maceió, em novembro (falta mandar o texto completo); submeti um artigo sobre a Loucura para publicação na Mnemosine; fiz resumo para apresentar um trabalho em novembro em Vitória, no Congresso Internacional de História (falta mandar o texto completo). Elaborei plano de curso e cronograma de 5 disciplinas novas que estou ensinando (eixo ciências sociais e humanas em saúde), nos cursos de Enfermagem e Fisioterapia, projeto de humanização da clínica-escola de Enfermagem. Leituras e escritos diversos sobre solidão, pensamento, novas tecnologias, etc. Curso de Spinoza e Deleuze, na UNIRIO, com Mário Bruno. Início da disciplina de Clínica e Subjetividade na Contemporaneidade, abordando o abecedário de Deleuze, na UFF, com Eduardo Passos e Cristina Rauter. E... ufa! Cansei só de listar...
Várias idas ao dentista para apertar o aparelho e o juízo, algumas boas idas ao cinema, poucas saídas etílicas e alguns bons encontros com amigos novos e mais antigos.
Sim! De julho a setembro recebi visitas de Aline (SP/SSA), Kátia (SCS/SSA), Dani (VIX/SSA), Cecis (SP/MUNDO/SSA), Clara e Aninha (SSA/VCA), que movimentaram minha rotina e fizeram a alegria da migrante (hehehe). Mas acho que não pude curtir como gostaria a presença destas figuras, pois estava atordoada com atividades ou com ressaca (hehehe). E claro, 4 sessões de análise às vésperas do feriado, que deram vários possíveis aos dias de sufoco...
Ah! E comecei a fazer aulas particulares (solidárias) de inglês com Bia, na companhia e casa de Pâmella. Tudo para ganhar mundo. Quem sabe serei uma surfer? Isso dá outro post... aguardem!
Este blog também sofreu os efeitos do novo momento, do novo ritmo e dos novos golpes da capoeira. Em alguns dias publicava vários posts como modo de suspender as demandas, o tempo cronológico, em outros dias sequer deixava algum rastro, porque não havia tempo ou simplesmente pelo desejo de afirmar o mais puro silêncio. E agradeço aos vários dias nublados, cinzentos, chuvosos e frios que possibilitaram mergulhar num turbilhão de afetos e encontros. E as várias madrugadas insones lendo, escrevendo, ouvindo música e desfrutando o ar mais puro e sereno da cidade que nunca dorme...
Ah! Ainda inventei de me enveredar pelo twitter, me resumindo e me divertindo também.
Ah! E consegui cortar meu cabelo aqui no Rio, pela primeira vez, depois de 7 meses na cidade e da fidelidade de 2 anos a Érica e suas mãos mágicas, que em outro momento, reencontrarei em Salvador. Será que este foi o motivo de ter sido atropelada por uma bicicleta na calçada, logo após ter saído do salão, linda e ruiva? hehehe
Ah! Fui impedida de mudar minha senha do cartão no BB da 28 porque meu documento de identidade (a carteira do CRP) foi considerado documento irregular, rendendo a uma briga infernal...
Ah! Conheci o som de Mayra Andrade, ouvi Beirut sem parar, e afirmei em alto e bom som que entojei de samba (mas sem deixar de ir...), comi vários pastéis de gorgonzola com tomate seco e alguns rodízios japoneses. Inaugurei a centrífuga, descobri sua importância e logo a queimei...
E nesta semana, começam as aulas na UERJ... curso de espanhol, disciplina de História Oral com Heliana Conde e Cidade e subjetividade com Maiolino. Ainda bem que neste final de semana pude descansar, relaxar, beber, me divertir (e inchar como boa boneca Michelin), sair com minhas amigas, comer muito, ir na Bienal do livro do Riocentro...
Deixa eu aproveitar antes que a TPM em dose dupla chegue... Fui!
Ah! (último ah do post, né Luana...) Quando compartilhava as angústias em relação ao fim dos dias de codó e do novo ritmo, meus amigos diziam que era o que gostava e sempre fiz... acertaram: ERA.

domingo, 13 de setembro de 2009

Interstício Outro

Mais uma madrugada insone
(Mas nada de solidão povoada)
Estive na boa companhia de Lu, Pâmella e Jaque
Desbravando o morro de Sta Marta pra conhecer o tal pagorap
E depois, a clássica saída na Lapa
Desta vez no Democráticos
Só no samba!
Coisa boa poder sair sem culpa por não estar estudando ou escrevendo!
E dormir até...

Daqui a pouco seguir rumo ao Riocentro, na Bienal do Livro
Fuuuuuuuuuuui

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Novo interstício

Enquanto a cidade desperta
Eu dou uma de esperta... rsrsrs
Driblei a noite, fiz vários gols
Mas o sono é um bom atacante
Vigiai!

(D)efeito Gremlins


Mais uma madrugada insone, eu e minha solidão amiga.
Ao articular as experiências migrantes do blog em análise com os textos anteriormente produzidos que foram sendo modificados, o intertexto vai se multiplicando num efeito gremlins!!!
E aí viu, já era...
Como cortar as asas do desejo?
Só o twitter e seus miserentos 140 caracteres pra chapar palavras que querem se espraiar num rizoma sem fim...

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

(In) exatidão



Stop

Acabou de anoitecer, mas meu corpo, velho e cansado, sente que dorme há horas.
É preciso deixar a carcaça relaxar, pra depois, mais solta, continuar à deriva.
Aperte o stop. Operação desligar para flanar...

Interstícios do dia e da noite

Os momentos que mais me afetam são aqueles que borram as fronteiras do dia e da noite, misturando cores, sons, cheiros, movimentos.
Como boa leoboqueirense, tenho fome de céu, de amplidão, de morros... e de perambular por aí, descobrir outros mundos... atravessar morros e erguer bandeiras como "vento negro, gente eu sou... quem vai embora tem que saber, é viração..."
Só agora me dou conta de que, desde que saí de Boqueirão e de Santa Cruz, há dez anos, é a primeira vez que a paisagem que contemplo pela janela é de morros e céu amplo. Isso graças ao arranha-céu que habito, na cobertura, 7o. andar. Nunca morei tão alto. Sempre preferi estar mais perto da terra, algo que desse a sensação de habitar uma casa.
Mas no Rio, avistar um morro pode ser sinal de perigo... moro perto dos Morros do Macaco e da Mangueira, que vivem intensos conflitos. De vez em quando ouço algum estampido. Mas quando os vejo, os sinto como morros amigos... negação? Na verdade, tenho medo é da polícia... de todas as formas policialescas...
Vou curtir o belo pôr-do-sol, ouvindo pela enésima vez Elephant Gun, do Beirut...

Beirutando

Enquanto biruto nos interstícios da experiência migratória, ouço Beirut... Eita som gostoso!
Aguardem as cenas dos próximos capítulos, qdo tiver afiada no inglês...
Vocal do Noel dos Errantes em turnê internacional...
Ai ai

http://www.beirutband.com/

Pagando a língua

Covardia

A chuva na madrugada foi muito festejada
Atraquei num pouso gostoso com Morfius
E quando desperto: Droga!
Sooooooooooool?! Como assim?!
Sacanagem! Covardia! Traição!
E agora?
O que faço com a vontade de navegar em mar aberto?
Sair da tirania do quarto privado?
Se aquiete mulher...
termina logo esse trabalho!
Logo, logo... outras viagens virão...
Ufa!

Atracando num pouso

Remos deixados de lado,
Chegou a hora de atracar,
Fazer um pouso,
Suspender o fluxo da escrita
Temporariamente...
Silêncio e quarto escuro,
Música de chill out,
Me entrego a Morfius...
Em breve continuaremos a viagem da escrita.

Diário de campo

Enquanto o outro blog não vem, tá pronto seu lobo?

Pizza de chocolate da Parmê e coca-cola pra ficar ligada
E fazer as ligas do que já escrevi em outros tempos, em outros espaços com as peripécias virtuais compartilhadas em um blog dispositivo analisador da experiência de migração de estudantes de pós-graduação...

Sigamos a viagem, num belo quarto à deriva!

Bom feriado

Ao invés da curtição em algum lugar paradisíaco nesse Brasil sem fim
A aposta (e o dever me chama...) é não viajar pra não espantar os devires, a la Deleuze...
Talvez eu seja uma das poucas criaturas que brinda a chuva, os raios e trovões como bons companheiros nesta madrugada. A maioria dorme e /ou lamenta.

Madrugada viva

Nas trilhas de Amélie, Jorge Ben Jor, Nando Reis e outros tantos intercessores
Na carona de Fernando Pessoa "navegar é preciso"
e das (sempre) perturbações de Clarice
Cá estou, varrendo a madrugada para fazer reverberar a solidão em sua potência máxima e me reconciliar num texto vivo...
Eita que este paper tá me torturando... e tenho que dar uma certa forma para entregá-lo na terça...
Sem feriado para vadiação, a não ser aquela produzida pelo pensamento, sempre à deriva, em seu processo virulento de tornar-se Vida...
Adoro o silêncio da madrugada, sinto o mundo todo suspirando aliviado, com menos tensões.
Vida pulsante e desejante nas entranhas do quarto privado e povoado...

domingo, 6 de setembro de 2009

Frações

Domingo
Dormindo
Dor min
Ops
Aleeeeeeeeeeeeerta...

De mal?


http://www.clicrbs.com.br

Pensamento à deriva

Pensar dói.
É um ato de violência.
Um estupro.
A força força a forca.
Vomita-se!
Pinduricalho de ideias,
Numa profusão de palavras e afetos,
Segue à deriva
Na Nau dos tolos...

Poética

Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente protocolo e manifestações de apreço ao sr. diretor.

Estou farto do lirismo que pára e vai averiguar no dicionário o cunho vernáculo de um vocábulo.

Abaixo os puristas.
Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais
Todas as construções sobretudo as sintaxes de exceção
Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis

Estou farto do lirismo namorador
Político
Raquítico
Sifilítico
De todo lirismo que capitula ao que quer que seja fora de si mesmo.

De resto não é lirismo
Será contabilidade tabela de co-senos secretário do amante exemplar com cem modelos de cartas e as diferentes maneiras de agradar &agraves mulheres, etc.

Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbados
O lirismo difícil e pungente dos bêbados
O lirismo dos clowns de Shakespeare.

- Não quero saber do lirismo que não é libertação.

Manuel Bandeira

Presente do Tempo

Belíssimo!
Assombro, encantamento e lágrimas me acompanharam enquanto assistia este vídeo sobre Areia, Tempo e Rostificações. Fantástico! Belo presente de feriado que recebi da Marisa, minha querida orientadora do doutorado, com o seguinte texto:
"Belíssimo! Acho que é meio assim que as vidas se produzerm em nossas mãos com paciência, sensibilidade e com uma agilidade de que não nos damos conta, talvez por isso, quase sempre, não percebemos nossa autoria. Bom feriado!"


http://www.youtube.com/watch?v=518XP8prwZo

sábado, 5 de setembro de 2009

Por Morfius

"E, por fim, tenho sono, porque, não sei porquê, acho que o sentido é dormir."

Fernando Pessoa- Desassossego

Paisagens sentimentais

"Se escrevo o que sinto é porque assim diminuo a febre de sentir. O que confesso não tem  importância, pois nada tem importância. Faço paisagens com o que sinto."
Fernando Pessoa- Desassossego

Ócio e plágio

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Felicidade

 
http://www.barutti.com.br/humor/tirinhas/hagar/hagar.asp

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Delírios à deriva

Acordei em cólicas, daquelas que provocam comichão em cada entranha de um corpo que mal desamanheceu.
Num misto de desejo.culpa.reparação.promessa.ação.desterritorialização e tantos atravessamentos, cá estou, nos interstícios de um texto à deriva... à espreita, tentando fazer dobras da solidão.isolamento.e/ou.produtiva.
Minhas aulas de inglês começaram ontem. As de espanhol começarão daqui a duas semanas. E eu quero ir agora pra Espanha. E agora é agora meeeeeeeeesmo!

terça-feira, 1 de setembro de 2009

I...nove

Novo mês
Nono mês
À espreita da nova estação
Quiça ela consiga derreter meu coração tropical coberto de neve