quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Maceió, tô indo!

Que doido... às vésperas da viagem pra Maceió, pra ABRAPSO, cá estou com a sensação de que a viagem é só no final de outubro... porque eu ainda estou em setembro!
Loucura demais pra minha cabeça aquariana que desacelerou, ainda mais tomando 3 antialérgicos por dia!
Até perdi o cel hoje... essa semana esqueci dele duas vezes... será que estou pronta pra viver sem celular? hehehe
Aí lembrei de Pâmella dizendo que não está preparada para ter uma amiga sem celular...
Mas que ando com vontade... ah... se ando... e em Maceió pretendo me desconectar da net também e tomar uns bons banhos de mar e tirar toda a nhaca...
Que bons ventos nos levem pros mares alagoanos e nos tragam de volta, com maior alegria e leveza! Oxalá!

Simplesmente eu, Clarice, Beth...

"Este espetáculo é uma declaração de amor a Clarice, por tudo o que sua literatura foi e continua sendo dentro de mim, por todas as portas e dimensões do caminho entre a lucidez e o silêncio, até a morte sem medo" (Beth Goulart)

Ontem à noite assisti novamente a peça 'Simplesmente eu. Clarice Lispector' com Beth Goulart, no teatro da UERJ. E mais uma vez me senti totalmente suspensa, tomada e expandida pela encarnação de Clarice em nós...

O primeiro encontro (na companhia de Lu e Pâmella) foi no CCBB, em um teatro mais intimista, onde o silêncio pairava... já na UERJ, alguns ruídos interceptavam o silêncio, mas foi emocionante ver um teatro grande (capacidade para 1200 pessoas) sendo capturado pela interpretação belíssima de Beth Goulart nos ajudando a 'alongar nossos olhares' sobre a vida através de Clarice. E neste segundo encontro, desfrutei da companhia de Marisa, Marin(d)a e Bruno.

'O propósito do Teatro é fazer o gesto recuperar o seu sentido, a palavra o seu tom insubstituível, permitir que o silêncio, como na boa música, seja também ouvido, e que o cenário não se limite ao decorativo e nem mesmo à moldura apenas - mas que todos esses elementos, aproximados de sua pureza teatral específica, formem a estrutura indivísivel de um drama' Clarice Lispector


Pertencimento, solidão, amor foram os temas que mais me afetaram... as palavras de Clarice são tão potentes que me atravessam em diversos momentos... e têm sido companhia constante da minha solidão, no silêncio que ora adormece, ora grita, ora simplesmente silencia...

E sua relação com a escrita? É, de algum modo, a minha relação também. 'Escrever é uma necessidade'.

"Não sou eu quem escrevo, são meus livros que me escrevem".

E dedico este post a minha amada amiga 'Michele', que é a própria Clarice encarnada em mim, um vírus vida entranhado que me faz acreditar que a vida é "POTÊÊÊNCIA!"

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

O que (não) pode (pede) o corpo?

Foram '788' degraus de itinerário terapêutico entre as unidades de saúde de Vila Isabel, Maracanã e Andaraí nas duas últimas semanas...
A cada degrau escalado, minha aversão e descrença nos serviços tradicionais têm aumentado. Atendimentos clássicos de livros e de reportagens de jornal apontam a ineficiência da saúde pública e do modelo biomédico. Bandeiras de luta antigas se atualizam e me dá vontade de... morar no Capão!
E em cada degrau, mais uma página lida de um livro-acompanhante. Foi assim que em duas salas de espera li "O Estrangeiro" de Albert Camus. E Zarastrustra (Nietzsche) me acompanhou também, junto com Paixão Segundo GH e Água Viva (Clarice Lispector). E até corrigi alguns trabalhos (!!!).
E foi deste modo que me dei conta do quanto 'faltou possível e eu me sufoquei' há cerca de 1 ano, resultando numa alergia que teima em me habitar e constantemente me entope, sufoca e arranha a garganta... são as ites (faringite, sinusite...) a comprovar que se por um lado a memória do corpo é mais lenta pra esquecer... por outro, há uma rapidez estúpida em expressar aquilo que não suporto e sufoco...
O que (não) pode (pede) o corpo?

Assim falou...

Friedrich Nietzsche – Além do bem e do mal.

'A semente do pensamento disseminado por Nietzsche no século 19 prefigurava o piloto do século 20 sobre os conceitos do existencialismo e da psicanálise. Este programa conta com entrevistas de grandes estudiosos do pensamento do Nietzsche sendo eles: Ronald Hayman e Leslie Chamberlain (biógrafos de Nietzsche), Andrea Bollinger (arquivista), Reg Hollingdale (tradutor), Will Self (escritor) e Keith Ansell Pearson (filosofa) que sonda a vida e os escritos de Nietzsche. Além de mostrar também o papel da irmã de Nietzsche na edição de suas obras para o uso como propaganda nazista. Contando também com partes de prosas aforísticas extraídas de obras como a parábola de um louco e assim falou Zaratustra, com isto transmitir a essência e o estilo do pensador profético'
http://cafesfilosoficos.wordpress.com/

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Estrela



Trem do desejo penetrou na noite escura
foi abrindo sem censura
o ventre da morena terra
o orvalho vale e a flor
que nasce desse prazer
nesse lampejo de dor
meu canto é só pra dizer
que tudo isso é por ti

Eu vi
Virei estrela

Uma jangada à deriva, céu aberto
leva aos corações despertos
a sonhar com terras livres
veio a manhã e eu parti
mas como cheguei aqui
os astros podem contar
no dia em que me perdi
foi que aprendi a brilhar

Eu vi
Virei estrela

Maria Bethânia
Composição: Vander Lee

Fui feita na Bahia

Fui feita na Bahia
Num terreiro de Oxum
Os tambores sagrados
Bateram pra mim
Me banhei com guiné
Alfazema e dandá
Defumei com quaró, benjoim
E de pano da costa
Batizei no Bonfim
Um velho preto alaketu
Me disse que foi
Lá de Ketu que eu vim
Eu já vim predestinada
Pra cantar assim
Sou iluminada, eu sou,
Sou de Ketu sim



(Maria Bethânia)

domingo, 25 de outubro de 2009

Amor, festa e devoção



Tive a imensa alegria de ir no show da sempre Diva "Maria Bethânia" que apresentou os discos "Tua" e "Encanteria". Foi minha 'estréia' no Canecão, ontem à noite, na companhia de Luciano, um amigo que surge como fruto dos bons acontecimentos da vida.
Com o vozeirão de sempre, um repertório que mistura "Amor, festa e devoção" em homenagem a sua mãe Dona Canô, Bethânia encantou e emocionou.
E os cenários? Nossa... Um deles era composto por várias fotos de casas de Santo Amaro da Purificação... e eu não aguentei, chorei muito... que saudade! Tema, aliás, presente em várias músicas, como a que fez em homenagem a Edith do Prato, que morreu este ano, aos 94 anos.
E presto homenagem a Lu, minha grande amiga e companheira, com lugar cativo em meu coração, que adoraria ter ido ao show, mas não pode ir.

Por isso... 'quando me perco, brilho'...

sábado, 24 de outubro de 2009

'bipada'


http://bichinhosdejardim.com/

Guerra na terra de Noel

Leiam o texto vivo de uma amiga muito querida que o Rio me possibilitou encontrar:

'Como nascem as guerras?


Pâmella Passos
Profª de História do IFRJ e Doutoranda da UFF

Como nascem as guerras? Essa é a pergunta que todo cidadão carioca, bombardeado nos últimos dias pela grande mídia deveria se fazer? Que a violência e o medo crescem, isso é fato, mas de onde eles vem?

Hoje, durante meu almoço, recorrentemente mal digerido devido as reportagens sensacionalistas de jornais como SBT-Rio, Balanço Geral (Record) e RJ TV, não pude terminar a refeição. Ela, a “Guerra contra o Tráfico” era anunciada em todos esses telejornais.

É verdade que infelizmente já assisti cenas mais chocantes nesses veículos de comunicação, como há algumas semanas a transmissão do desfecho de uma operação policial em que um atirador de elite da Polícia Militar, despedaça a cabeça de um bandido na Tijuca. No entanto, o que me fez parar de comer? O que me despertou dessa desumanização cotidiana na TV?

Não sei ao certo dizer, mas o fato é que o garfo caiu de minha mão quando um vídeo propagandeando o blindado Águia foi ao ar. A música, as cenas, as luzes...tudo, me lembrava as guerras do século XX. E como estas nasceram? Por que os homens daquela época aceitaram e lutaram nesta guerra que não era deles? Pensar sobre isso talvez nos ajude a decidir se acreditamos ou não nessa guerra.

O século XX foi marcado por duas grandes guerras mundiais, além da famigerada Guerra Fria e seus desdobramentos pelo mundo, como em nosso caso as ditaduras latino-americanas. No entanto, qual o motivo dessas guerras? Lembrando rapidamente das aulas de história na escola, reconhecemos a origem desses conflitos nas disputas imperialistas, ou ainda, nas demandas do sistema capitalista.

Bom, para muitos esse é um discurso esquerdista e ultrapassado, no entanto poderíamos pensar. Quantos milhões de reais são movimentados pela economia do tráfico? Como a matéria prima das drogas, que não são produzidas nas favelas, chega lá? De que forma as armas importadas e de alta tecnologia entram no país e vão parar nas mãos dos traficantes, que disputam entre si o mercado das drogas?

Parece-me que nem o Caveirão nem o blindado Águia são capazes de responder a essas perguntas. No entanto, são eles que estão sendo arduamente defendidos pela política de segurança pública de nosso estado. Por que o grampo telefônico que captou a conversa de um traficante ensinando ao outro como usar uma arma, não captou também os nomes e endereços de seus fornecedores?

Após perder o apetite, resolvi reler alguns textos e acho que encontrei uma resposta plausível. Está no livro do O longo Século XX do doutor em Economia e professor de sociologia Giovanni Arrighi. Ao falar sobre o final da Segunda Guerra Mundial e a situação econômica do período ele diz:

Esse impasse acabou sendo resolvido pela invenção da Guerra Fria. O medo conseguiu o que os cálculos de custo-benefício não tinham como conseguir, nem haviam conseguindo. (p. 305)

A Guerra contra o tráfico movimenta a economia. O medo libera recursos públicos que poderiam ser investidos em saúde, educação, transportes para compra de Caveirões e Águias, e assim optamos por uma guerra que não é nossa, e sim do capital.

Em uma de minhas últimas aulas sobre a Primeira Guerra Mundial utilizei o seguinte fragmento de um soldado de trincheira:

“O odor fétido nos penetra a garganta a dentro ao chegarmos na nossa nova trincheira... Chove torrencialmente e nos protegemos com o que tem de lonas e tendas de campanha afiançadas nos muros da trincheira. Ao amanhecer do dia seguinte constatamos estarrecidos que nossas trincheiras estavam feitas sobre um montão de cadáveres...”

Este soldado dormiu sobre humanos mortos por uma guerra que não era deles. A cada dia que se passa nessa guerra propagandeada, mães, tias, sobrinhos, filhos, avós, amigos recolhem os corpos dos seus, e nos becos, ruas e vielas desta cidade ficam as marcas de uma opção pela morte.

Por isso, declaro: Esta Guerra não é minha! Desejo uma paz pela vida e por outra política de Segurança Pública.


Deleuze e álcool- boa combinação

'Quando se bebe, se quer chegar ao último copo. Beber é, literalmente, fazer tudo para chegar ao último copo. É isso que interessa' (Abecedário de Deleuze, letra B)

'Dentre os comentários sobre a obra de Deleuze, o tema que trata de suas relações com o álcool é raramente abordado, para não dizer inexistente. Ora, ao longo de sua obra, Deleuze fala diversas vezes a respeito do álcool. Durante nossa discussão, dialogaremos, sobremodo, com três textos: a 22ª série da Lógica do sentido, o 2º capítulo dos Diálogos, e “B como Bebida”, do Abecedário. Cabe observar que não existe uma experiência unitária do álcool em Deleuze, mas experiências do álcool: A linha de fuga. Álcool e pensamento. Escrita e álcool. A literatura anglo-americana. A fissura. O sacrifício. A junção. O devir sóbrio e a linha de morte'

Para degustar mais, entrem no site:

http://cafesfilosoficos.wordpress.com/2009/10/23/integra-deleuze-e-o-alcool-daniel-lins/

onde Daniel Lins aborda esta 'boa' combinação. Um brinde!



quarta-feira, 21 de outubro de 2009

A Criança

A criança que pensa em fadas e acredita nas fadas
Age como um deus doente, mas como um deus.
Porque embora afirme que existe o que não existe
Sabe como é que as cousas existem, que é existindo,
Sabe que existir existe e não se explica,
Sabe que não há razão nenhuma para nada existir,
Sabe que ser é estar em um ponto
Só não sabe que o pensamento não é um ponto

(Poemas Inconjuntos- Fernando Pessoa)

'Minhomando'

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Heliana na veia

'Recomendação cretina: Evitemos as dicotomias!'

Essa frase só poderia ser da Heliana Conde!
Foi uma das pérolas da aula de hoje de História Oral quando discutíamos as implicações do pesquisador no campo.
E isso me fez pensar sobre algumas questões que estão me incomodando em relação a abordagem da mídia sobre os conflitos em Vila Isabel reatualizando a velha dicotomia 'bandido x mocinho'.
No post 'Noite (a)típica' falei sobre a superficialidade das notícias, do pânico moral e da defesa da polícia, o que gerou alguns questionamentos (que não foram postados), pois parecia que estava defendendo o tráfico de drogas.
Não é isso! O que estou tentando expressar é minha indignação em relação a essas dicotomias que são produzidas e equivocadas, levando a análises mais rasas que um pires!!!
O tráfico de drogas é efeito do capitalismo, da sociedade do consumo... e requer que se coloque em análise trocentas questões. A própria polícia tá envolvida até o osso com tudo isso!
Não aguento mais essa simplificação da vida em 'bem' e 'mal'!
Vou escrever sobre isso com mais calma em outro momento, mas a recomendação tá feita!!!

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

'Dèjamevi...'

Desassossegada

'Mais terrível do que qualquer muro,
pus grades altíssimas a demarcar o jardim do meu ser,
de modo que, vendo perfeitamente os outros,
perfeitissimamente eu os excluo e mantenho
outros'. Fernando Pessoa - Livro do Desassossego

domingo, 18 de outubro de 2009

Luan em festa

Olhem só que festa gostosa que eu perdi! Níver de Lulu- Luan, filho de Cauzita e Dionei, meu amiguinho/sobrinho com cara de Ben 10! Eu tou perdida no meio destas crianças! Nhac (não deixem meu estômago 'gastritado' saber...)
Um brinde aos meus brothers e a Lulu (cara de bompreço...) especialmente!

Amor em P e G



A Grande e a Pequena, minhas amadas... por quem sinto saudades que chegam a doer... e nada como Clarice para suavizar (e perturbar) meu coração:
"Sou dos que crêem no que é inacreditável. Aprendi a viver com o que não se entende." (Clarice Lispector)

Chico e a Solidão

Ratatatatá e seus efeitos

Ontem realmente o dia foi turbulento...
Depois que havia postado sobre a noite mal dormida por causa dos 'ratatatatatá' madrugada a fora, o tal 'pânico moral' seguiu produzindo efeitos... Ligação de amigos me alertando para ficar ou sair de casa (o que me deixou numa dúvida tremenda!), recados via msn de que um helicóptero havia caído e se era por aqui e só assim liguei a TV e vi que haviam atingido um helicóptero, bem perto daqui... ruas interditadas próximas da minha rua, ônibus sendo incendiados, protestos diversos e claro... pânico espalhado!
Havia uma tensão no ar, como ainda não havia percebido... quando saí de casa, por volta das 13 h, esse era o principal assunto nas ruas, no ponto de ônibus, no próprio ônibus e até mesmo na casa de Pat e César, em Copacabana, onde fui almoçar. E era o principal assunto na TV, nos jornais... e confesso, foi algo que martelou meu juízo também.
Passei uma tarde muito agradável e gostosa em boas companhias de vários lugares (Rio, Niterói, SP, Maranhão, Paraíba), tomando um bom vinho Porca de Murça. Comi um peixe capixaba preparado pelo prof Ronald, pirãozinho e uma sobremesa divina que esqueci o nome, e brownie. Resultado: aliviou a tensão, me ajudou a relaxar e foi rápido pra dormir quando cheguei em casa por volta das 19 h. Nem as novas imagens vistas pela tv, os estampidos guardados na memória e as várias ligações telefônicas para saber se eu estava bem conseguiram interceptar meu sono... capotei! E acordei por volta das 4 h passando mal... efeito do urucum e de mais um dia de ataque de boquinha nervosa... felizmente, o som que ouço agora é dos passarinhos cantando... ufa!

sábado, 17 de outubro de 2009

Madrugada (a)típica


Eita noite mal dormida, numa (a)típica noite carioca, atormentada pelo barulho ensurdecedor dos tiros que correram soltos no Morro dos Macacos até agorinha...
Há 8 meses morando no Rio, foi a primeira vez que ouvi tanto barulho e senti medo...
Enquanto estava trabalhando em um dos textos pra ABRAPSO e papeando com Marin(d)a pelo msn... 'meno male'! O duro foi dormir e ter o sono interceptado por tantos estampidos!
Dei algumas 'googladas' em busca de maiores informações e me indignei com a superficialidade das notícias e o quanto a mídia provoca pânico moral e defende a polícia!
Lu dormiu aqui e me disse que eu já estava me acostumando com essa realidade... porque não estava desesperada... embora eu tenha sentido medo como nunca antes, acho que ainda nego essa realidade (e me pelo de medo quando ouço a sirene da polícia...)

Bora movimentar essa manhã cinza...

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Para Lulu


Eu na night


Me diga...

"com que materiais constituímos a imagem do outro que amamos para nos fazermos cegos à sua opaca aspereza? como viemos a imaginar como indispensável o laço que nos sufoca e enfraquece? como podemos encontrar um modo de usar a vida naquelas junções que nos desconjuntam e liquefazem? como encontrar remédio para um amor ao desamor, como remediar algo que cresceu na lógica da dissemetria e da servidão voluntária? como salvar a própria pele quando viemos a compreender nossa implicação no jogo da ilusão que mantém vivo aquilo que hoje queremos mudar." (Tânia Gali Fonseca)

Camaleão


quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Campanha Marin(d)a Rio 2010




Menina doce, meio amarga (só ela pensa isso!), com um humor ímpar (mistura boa de capixaba e mineira) cheia de tiradinhas, parece desligada às vezes, mas é seu lado meio autista...
Totalmente conectada com tudo... faz vários conexões entre Rio, BH e Vitória (com pé musical em Pernambuco e umas derivas em Maceió). E as tantas entradas e saídas, de mochila nas costas e um sorrisinho mineirim estampado, os tantos sustos que me dá quase todos os dias (porque eu sou meio autista...), os bons papos e boas cervejas e parceria para comer tudo e de tudo, me fizeram acostumar e desejar sua presença nômade...
Ontem fiquei toda triste, quando falamos sobre a possibilidade dela não continuar no Rio em 2010... fiquei murcha mesmo... bom encontro, boba!
E agora tá oficialmente lançada a Campanha Marina Rio 2010!

Até parece que fui eu...

"estava a escrever porque precisava conversar com meu vazio. amanheceu demandando inspiração e expressão. encheu minha casa de impressões e derramou-as pelas frestas. e as fiz escorrerem um pouco com estas letras".

(Tânia Gali Fonseca)

Qualquer semelhança... não é concidência!!!

Aos mestres com carinho...

Há que se ter sempre bom humor para fazer da vida uma coisa outra, inventar modos de lidar com as agruras do cotidiano acadêmico, do efeito lattes (orkut acadêmico), de um cenário empresarial despontecializador... há que se criar linhas de fuga!
Pra marcar esta data, nada como Deleuze...

"Como tudo, são ensaios. Uma aula é ensaiada. É como no teatro e nas cançonetas, há ensaios. Se não tivermos ensaiado o bastante, não estaremos inspirados. Uma aula quer dizer momentos de inspiração, senão não quer dizer nada.

Mas não há outra palavra a não ser pôr algo na cabeça e conseguir achar interessante o que é dito. Se o orador não acha interessante o que está dizendo... Nem sempre achamos interessante o que dizemos. E não é vaidade, não é se achar interessante ou fascinante. É preciso achar a matéria da qual tratamos, a matéria que abraçamos, fascinante. Às vezes, temos de nos açoitar. Não que seja desinteressante, a questão não é essa. É necessário chegar ao ponto de falar de algo com entusiasmo. O ensaio é isso. Eu precisava menos disso. E as aulas são algo muito especial. Uma aula é um cubo, ou seja, um espaço-tempo. Muitas coisas acontecem numa aula." (abecedário de Deleuze, letra P)

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Sílvia Machete - Simplesmente A Mulher

Aureliano me falava, falava, falava... mandava link's e eu não dava muita ousadia... até ver o DVD na casa dele! E aí fiquei na fissura pra ver um show, até que rolou neste último domingo, na comemoração de 20 anos do CCBB. Que criatura maluca, hein? Muito deboche numa mistura boa de humor (escrachando inclusive os humores caricatos), baladinha, arte! E uma pomba na cabeça! Diversão garantidíssima!
Sílvia Machete... que rima com croquete, que rima com...

Palavrão é terapêutico

Tenho medo de quem não fala palavrão... e me indago: "Pra onde vai a '#&*?!'?"
Em certos contextos, um bom palavrão evita várias agressões, nós bem sabemos disso, afinal quem já sentiu vontade de bater em alguém e se controlou, dizendo vários palavrões? #&*?!
Também evita câncer, edema de glote, úlcera, rugas... expressar a raiva e outras emoções é crucial para desintoxicar o corpo e andar mais leve! É! Isso mesmo! Palavrão também emagrece! Além disso, melhora o humor e até diverte! #&*?!
Em alguns momentos, um belo palavrão sintetiza sentenças inteiras! Serve para vários contextos, PERO, infelizmente não podemos usá-lo em demasia, sob pena da linguagem ficar "empobrecida"; nem em qualquer lugar, por isso é sempre bom ter uma lista de palavrões mais "policamente corretos" para usar em contextos que poderiam gerar constrangimento ou ainda processos, etc... ser "safo" não faz mal a ninguém... também é terapêutico!

Garfield em mim

Meu presente de Dia das Crianças



Viviane Mosé

Poemas do livro Pensamento do Chão, poemas em prosa e verso


quem tem olhos pra ver o tempo soprando sulcos na pele

soprando sulcos na pele soprando sulcos?

o tempo andou riscando meu rosto

com uma navalha fina

sem raiva nem rancor

o tempo riscou meu rosto

com calma

(eu parei de lutar contra o tempo

ando exercendo instantes

acho que ganhei presença)

acho que a vida anda passando a mão em mim.

a vida anda passando a mão em mim.

acho que a vida anda passando.

a vida anda passando.

acho que a vida anda.

a vida anda em mim.

acho que há vida em mim.

a vida em mim anda passando.

acho que a vida anda passando a mão em mim

e por falar em sexo quem anda me comendo

é o tempo

na verdade faz tempo mas eu escondia

porque ele me pegava à força e por trás

um dia resolvi encará-lo de frente e disse: tempo

se você tem que me comer

que seja com o meu consentimento

e me olhando nos olhos

acho que ganhei o tempo

de lá pra cá ele tem sido bom comigo

dizem que ando até remoçando



Coisas da vida adulta

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Por um mundo menos samba

"Quem não gosta de samba...
Ou é... ou é...
Ou já enjoou, né?
vou me aposentar (venho ensaiando há meses!!!)
Depois do belíssimo show de Paulinho da Viola ontem, em comemoração aos 20 anos do CCBB, não vou me contentar com qualquer coisa... por isso, por um loooooooooooooooooooooongo período, recuso convites pra samba, ok?
Caríssim@s, acreditem, existem outras possibilidades musicais!!!

Ave Aurelius II

Conectado, desencanado, engraçado e muitos outros ados...
Obrigada pelas várias indicações e por tornar a vida mais leve de quem está ao seu redor!
Simplesmente A-DO-REI o show de Sílvia Machete!!! Ela é demais! Muito escrachada!
Eu me rendo... se bobear vou até no show da Lady Gaga! hahaha

domingo, 11 de outubro de 2009

Na vibe...

(Des)memoriando...

Ouvindo Céu (Menino, menino bonito, vai...) na rádio uol e descansando pós almoço com baião de dois a La Luana (com arroz integral, lentilha, creme laranja, cebola, alho, orégano, alecrim, manjericão, folha de louro), peixe assado e salada de tomate (obviamente não fiz compras desde que voltei de BH e fiz um 'restondonté').
Fiquei exausta tentando responder à pesquisa de Paty... já escrevi 6 páginas! E ainda faltam 17 questões... como tenho coisas a dizer, pensar e escrever... ave o infinito!
Interessante perceber que estou menos mobilizada com a história da gestão e mais tranquila. É importante parar para escrever 1 ano e pouco depois... suspender o tempo... ninguém suporta estar sempre na experiência!

Efeito Rio - parte 2


Sempre que saio do Rio "Rio", me refiro a ele como Salvador... até mesmo quando vou a Niterói... achava que fosse por causa das barcas, ilha de itaparica, enfim... mas não é... estranho, não? Por outro lado, todas as viagens, principalmente pro Rio Grande do Sul, Bahia e Minas, aumentam meu desejo de voltar pra casa, essa que estou habitando e construindo no Rio... sinto que volto mais alegre e afirmando minhas escolhas e o desejo de estar em movimento. Lembro da alegria da chegada do sul, no final de abril, quando sobrevoava a cidade para pousar no aeroporto Santos Dumont e ficava ainda mais encantada com a cidade (de cima, ela é realmente linda e encantadora...), reconhecendo o Cadeião (UERJ)... é aqui mesmo que quero continuar morando, pelo menos até ir pra Barcelona!

Por um mundo menos Psi!

Ter participado do Encontro de História Oral em BH me fez ver que existe um mundo além da Psicologia e da saúde...
No primeiro dia participei do GT memória corpo e esporte, para ver Marin(d)a apresentar seu trabalho sobre o futebol. E achei interessante minha posição de estrangeira, em vários sentidos. De estrangeira com passe livre, sem time e nem empresário... hehehe! Apesar de não curtir mais futebol, foi bacana pensar em várias possibilidades de análise e o quanto a metodologia precisa ser diversificada. Como estudar o corpo sem recurso audiovisual? E além disso, precisamos ir além de análises identitárias! Joguei isso pro grupo, mas o tempo foi curto para maiores problematizações. Me irritei com o carioquiocentrismo!!!
Algumas discussões continuaram depois no bar, no Bolão em Santa Teresa, onde Cássia nos acolheu. Assim como piadas em torno da esquina da esquina do Clube da esquina... hehehehe e várias fotos de uma amizade com cariocas que espero, perdure aqui no Rio.
No segundo dia, eu e Marin(d) pegamos uma palhinha da apresentação poética de Arnaldo Antunes na UFMG, mas só vimos pelo telão mesmo... agora é aguardar o seu show no Circo Voador no dia 23... e depois foi minha vez de apresentar trabalho sobre Loucos, anjos e demônios, no GT memória e saúde. E foi uma experiência muito bacana, pois tinha várias historiadoras com pesquisas interessantes e foi a primeira vez que falei sobre a minha pesquisa do mestrado sem me emocionar... nada como o tempo... e entender que também há um mundo possível fora da saúde!
E por fim, assisti a mesa "Múltiplas vozes e múltiplos olhares" com a participação de uma sociológa (que ficou perdida entre as tradicionais dicotomias), uma historiadora (uma picuda da FGV) que falou coisas interessantes e uma antropóloga, que sem dúvida, fez a melhor fala, problematizando os lugares de sujeito e objeto, habitando o entre e apostando na convocação política do ato de pesquisar. Adorei!!! Fala afetada e política!
E aí veio o temporal e eu decidi voltar um dia antes... afinal muitas coisas aguardavam no Rio...

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Delícias

Que delícia acordar cedo depois de uma ótima noite de sono...
que delícia acordar com Clarice Lispector lendo "A paixão segundo GH"...
que delícia acordar com um e-mail da Heliana Conde informando que meu artigo "Fazer falar a loucura" foi aceito pra publicação na Mnemosine...
que delícia acordar papeando com Marin(d)a...
que delícia comer pão de queijo daqui a pouco...
que delícia lembrar dos amigos mineiros e do jeitim bonitim dels conversá...
que delícia encontrar com Cássia daqui a pouquinho na UFMG...
que delícia ir num encontro não psi...
que delícias outras me aguardem neste dia cinza mas multicolorido em mim...

domingo, 4 de outubro de 2009

Fragmentos de Minas

Depois de 7 horas no ônibus (dormindo obviamente...), de ser recebida por Marin(d) e seu pai, seu Geraldo, de ter pegado o ônibus Céu Azul (e dispensado Kátia, Suzana...) de ter caminhado horas na feira hippie e um sol nos ombros e no nariz (marquinha clássica), descoberto a lógica mineira que habita Marina do " logo ali", de ter tirado uma soneca gostosa, jantado (queijo de minas, filé e torresmo, e cervejinha) num boteco na Pampulha, cá estou, na casa de Marin(d)a em "Belorizonte", já pronta pra morgar e começar minha atuação como etnógrafa no Encontro Regional de História Oral, na UFMG. Mas antes, mais um pouquinho de Clarice "Paixão segundo GH"...

sábado, 3 de outubro de 2009

Oh Minas, aí vamos nós!

Eu e minha boquinha nervosa...
eu e meu cansaço...
eu e minha curiosidade persistente...
em busca de novos horizontes, pelas trilhas e tramas da História Oral

A continuação

Este é o nome do documentário sobre Lenine, que vi com Aline nesta madrugada no Odeon, no FESTRIO, ao lado (ou quase, literalmente falando) de Roberta Sá e Pedro Luís.
Curti ver o processo de criação e produção artística de um dos músicos que mais tenho gostado atualmente. Dirigido por Júlio Pinto, o documentário faz uma cartografia da produção de "Labiata", último disco de Lenine, lançado em 2008 (ano em que ele tb se tornou avó?!)
Caramba, na boa... com aquelas paisagens eu viraria compositora fácil, fácil... hahaha
Tenho pensado seriamente em investir na minha veia escritora/compositora... levar uma vida mais divertida e leve, porém, não menos intensa... será?

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Rio 2016

Que paradoxo...
Tou arrepiada e soltei um berro daqueles com a decisão de que as Olimpíadas de 2016 serão no Rio!!!
A parte festiva, colorida me anima...
Pero...
Só de pensar no que isso implica... nos milhões desviados para assegurar essa festa... fico arrepiada e com vontade de fugir... pra Espanha! haha

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Mais um bro...

A era "bro" tá muito veloz... já entramos no segundo mês!!! E haja corpo pra dar conta de tudo até chegar o último "bro" e zarpar pro RS para relaxar e me entupir de família e amigos!!! Que vengam!!!