Este blog é um território para vadiar, de atenção às dobras dos acontecimentos, do acaso e dos bons encontros... Espaço para fazer reverberar afetações cotidianas! "(...) A vida não tem ensaio, mas tem novas chances... Viva a burilação eterna, a possibilidade: o esmeril dos dissabores! Abaixo o estéril arrependimento, a duração inútil dos rancores! Um brinde ao que está sempre nas nossas mãos: a vida inédita pela frente e a virgindade dos dias que virão!" Elisa Lucinda
domingo, 16 de agosto de 2009
À deriva... em tempos de paz
Ao sair da ostra ontem, fiquei à deriva... em tempos de paz...
Curioso como o cinema sempre pode surpreender! Fui ao seu encontro sem maiores expectativas e assisti dois filmes muito interessantes, na boa companhia de Pâmella.
À deriva aborda os interstícios das relações afetivas e familiares, a descoberta de desejos, de afetos que tomam e geram tantos desdobramentos, mudando muitas vezes o curso de uma vida previsível... da moral e suas capturas que tentam confinar as pessoas à papéis delimitados, cheios de amarras... das rupturas que também podem ser modos confinados de repetir... ou não.
O filme, de Heitor Dhalia, foi o único brasileiro exibido no festival de Cannes deste ano e aplaudido durante 10 min. Quem se interessar, vale a pena ver o site:
http://www.aderivafilme.com.br/
E claro! Ir ao cinema, um modo de ficar à deriva...
Já Tempos de Paz, de Daniel Filho, me surpreendeu totalmente! Totalmente mesmo! Estava esperando que seria mais um filme pesado sobre o período pós guerra e na dúvida se seria interessante assisti-lo depois das mobilizações provocadas por À deriva. Entretanto, o filme é uma bela homenagem aos imigrantes que, por causa da guerra, chegaram ao Brasil, colorindo esta terra com suas histórias, desventuras e novos projetos de vida. A potência da arte para gerar bons encontros e fazer da vida uma coisa outra também é uma marca do filme. Belíssima atuação de Dan Stulbach, no papel de Clausewitz "Eu não vivi. Sou um colecionador de lembranças".
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