quarta-feira, 17 de março de 2010

Revoluciones en Lunes



Hoje faz um mês que saí de Cuba (e agora eu acho que já cheguei no Brasil...) E desde então tenho sido tomada por diversos estranhamentos... tudo é excessivamente colorido nas ruas... se antes eu já não tolerava a panfletagem propagantista, agora então... se antes já me incomodava por ver tantas pessoas morando nas ruas, agora então... se antes já não suportava os shopping´s centers, agora então... se antes eu já me irritava com engarrafamento, agora então... se antes já era difícil lidar com a falta de leitura dos alunos, agora então... se antes eu já me questionava sobre a minha necessidade de espaço, agora então...

Enfim... meu cotidiano tem sido profundamente abalado. A todo instante eu penso sobre o que é realmente básico... e como produzir mudanças concretas no meu cotidiano e também ter uma ação política mais incisiva.

Não basta mais pensar, problematizar a sociedade do consumo, do individualismo, do descarte... eu quero viver outro mundo.

Cuba reativou muitas forças e olha que tenho 'n' críticas ao socialismo... Realmente pretendo morar um tempo por lá para poder conhecer melhor. Mas antes disso 'yo tengo ganas de volver acá'... ando tão elétrica, que a insônia tem sido uma grande companheira (assim como as olheiras). Ainda mais depois de ter ido a Salvador no último final de semana e de sofrer por causa de tanta desigualdade... Imagine meu incômodo ao chegar na cidade e pegar um engarragamento de 1 h e meia do aeroporto até a Pituba e ver a paralela tomada por universidades privadas e shopping´s centers... e pra que tanto carro? Para que tanto des-per-dí-cio?

E transbordando, peço a força de Estamira com sua lucidez estonteante:

"A Minha missão, além de ser a Estamira, é mostrar a verdade e capturar a mentira (...) Você é comum. Eu não sou comum. (...) Eu sou a visão de cada um. Ninguém pode viver sem mim, sem a Estamira".

“lixo é resto e descuido”, “economizar as coisas é maravilhoso, pois quem economiza as coisas tem. Quem não tem, sofre.", disse Estamira, sobre o lixo. E ainda: “tudo é abstrato, até Estamira”, “na escola não se aprende e, sim, se copia” e “tudo que é imaginado existe, é e tem”.

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