domingo, 21 de fevereiro de 2010

Por um mundo sem médicos boçais!




Mira!

Nem começou o segundo ano do doutorado e já estou pensando no pós doc... Pois é...

Acostumada com a arrogância das escolas de medicina que, como costumo dizer, são verdadeiras 'fábricas de bocilidade', ao adentrar na ELAM- Escuela Latinoamericana de Medicina, passei a ouvir suas histórias, sentir seus cheiros, escutar os diversos idiomas que colorem o ambiente que fica 'a cerca del mar'... e acreditar que é possível um mundo sem médicos boçais!

A ELAM me impressionou e emocionou. Ao acolher estudantes de diversos países, não somente da América Latina, para formar médicos cidadãos, afirma seu compromisso social com a construção de um mundo mais humano e solidário. "Nos acusam de sermos comunistas e ensinar isso aos alunos... se ensinar a ser humano, cidadão e solidário é ensinar a ser comunista, então somos comunistas!"


Tive a oportunidade de conhecer uma estudante brasileira, de Brasília. Pensem na alegria de nosostras! É... sentimentos nacionalistas afloram nestas horas... O que foi o tom dos encontros dos colegas do congresso que também estavam na visita... Logo eu que problematizo essas questões?!

Como o tema da migração (pensada enquanto movimento e não enquanto circulação interna em um país) é transversal em minha vida e agora tenho pesquisado sobre isso, a ELAM aparece como uma ótima possibilidade de pós doc! Imagine poder desfrutar do cotidiano de uma instituição que acolhe pessoas de diversos países, culturas, idiomas e formações! E mira! Não são estudantes boçais burgueses que estão lá, mas filhos de campesinos, do MST, etc. que ao contrário do que rege a 'ordem médica' tão sedimentada na modernidade (e atualizadíssima na contemporaneidade), não estudam para serem deuses, mas para voltar a seus países e comunidades e poder contribuir para um mundo melhor.

Claro que a ELAM (e nosostros estamos de ojos bien abertos!) também deve ser atravessada por outras lógicas... 'pero, hay que mirar la luz del sol ahora!'

Che Guevara (que tem seu rostito espalhado (e vendido!) pelo mundão) deve ficar encantado! Mobilizada pela (s) experiência (s), ontem assisti novamente 'Diário de motocicleta', que narra as afetações do aventureiro que tornou-se um dos maiores revolucionários do século XX.
"Comandante! Che Guevara! Hasta siempre!"



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