domingo, 28 de junho de 2009

Película tirando a pele: Godard em cena













Passei a tarde de sábado (primeiro momento do "parcialmente em férias"), nas entranhas de Godard, numa visita a "Alphaville" e "Elogio ao amor", e por um fio a la Jean-Louis Roger (da Paris VIII, dos nojentos Foucault, Deleuze e outros tantos...), aceitando o convite-intimação da Mostra À Pele da Película. http://www.apeledapelicula.com.br/

Em Alphaville, a Capital da Dor, conforme André Parente (UERJ) Godard nos apresenta um filme extraordinário, que contém os três principais modelos de subjetivação presentes na tipologia deleuziana das imagens cinematográficas. O filme é apresentado como"um policial de série B - Uma Aventura de Lemmy Caution, personagem de uma série de telefilmes interpretados por Eddie Constantine - pelos diversos estereótipos e temas que ele contém: perseguições, universo noturno, peso da fatalidade, amor à primeira vista entre o detetive-espião e a mulher que poderia ser seu pior inimigo.
Alphaville pertence a um outro gênero de filme, o de ficção científica onde o homem, sua sensibilidade e sua sociedade são massacrados por uma tecnologia e uma lógica desumanas, implacáveis. Os habitantes de Alphaville têm seus gestos, vozes e pensamentos automatizados, por Alpha 60.
Filme de aventura policial, filme de ficção científica1, Alphaville é também um filme mítico. De fato, se por um lado Alphaville remete a um passado e a um futuro próximos - referimo-nos ao fascismo hitleriano e ao fascismo mais sutil do mundo da informação e da comunicação -, por outro ele se reporta a um tempo muito antigo, mais do que remoto, tempo das origens, onde a poesia e a noite pareciam existir absolutamente"
Pros mobilizados de plantão, vale ler o texto: http://www.ipv.pt/forumedia/3/3_fi1.htm
Já em o Elogio ao amor, minha dispersão costumeira (de-quando-em-vez-quase-sempre) habitou vários territórios outros. Mas pelo que vi, não fui a única...
"Atores que ensaiam para montar um filme sobre as fases de um relacionamento amoroso. Na tela, o passado é em cores. O presente, em P&B. Vai saber! Dá tempo de fazer piada com os americanos. Diz a personagem francesa ao produtor de cinema americano: - Mas Estados Unidos de onde? - Estados Unidos da América. - Da América? Mas o país não é toda a América. Veja o Brasil: Estados Unidos do Brasil. É por isso que vivem se apropriando da história dos outros países. Enfim, esquecem da fronteira, acham que o domínio é global e fazem de Hollywood um simulacro do mundo, comportando em seus estúdios a Itália, o Marrocos e quem mais desejarem. E aí eu tenho que parar de escrever. E aí eu não falei nem de metade do filme. E aí que Godard é assim, efusivo, multicolor, multisonoro, multivisual, multicolagem-multidescolagem. E eu procurei ser tão disperso quanto. E aí que... " http://cinemira.blogspot.com/2005/12/elogio-ao-amor-de-jean-luc-godard.html
Sinopse menos caótica, mas tb provocativa/convidativa: No Amor, há quatro tempos: o encontro, a paixão física, a separação e o reencontro. Uma voz “off” descreve estes quatro momentos-chave relatando a história de três casais: um casal de jovens, um de adultos e um de velhos. O que lhes acontece quando a guerra rebenta... Não se sabe se se trata de teatro ou de cinema, de romance ou de ópera.“Elogio do Amor” é o último filme de Jean-Luc Godard, um dos maiores ícones da Nouvelle Vague francesa. Esteve em competição na última edição do Festival de Cannes.
"não é o acontecimento que deve causar o sentimento, mas o contrário"...



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