sexta-feira, 23 de julho de 2010

A vida dos homens infames


Só podia ser o Careca:

'... que pertencessem àqueles milhões de existências que estão destinadas a não deixar rastro; que nas suas infelicidades, nas suas paixões, naqueles amores e naqueles ódios, houvesse algo de cinzento e de ordinário aos olhos daquilo que habitualmente temos por digno de ser relatado; que, contudo, tenham sido atravessados por um certo ardor, que tenham sido animados por uma violência, uma energia, um excesso na malvadez, na vilania, na baixeza, na obstinação ou no infortúnio, tais que lhes proporcionassem, aos olhos daqueles que os rodeavam, e à medida de sua própria mediocridade, uma espécie de medonha ou lamentável grandeza.' (Foucault, o que é um autor?, 2009:96/97)

Nenhum comentário:

Postar um comentário