quinta-feira, 29 de julho de 2010

Fale com Ele

Tinha que ser a Suely Belinha... Quero escrever assim quando crescer!

"...Por fim, a terceira sintomatologia, a exaustão sem fim (o tal “stress”), seria própria de uma subjetividade que não sucumbiu à vertigem diante da crueldade da vida, nem ao esvaziamento de sentido, e mantém em atividade as forças de criação e resistência que esta situação mobiliza. No entanto, por estarem dissociadas do corpo vibrátil e entre si, estas forças teriam perdido o ritmo. É que o ritmo é dado pelo processo de atualização de novos blocos de sensações em novas formas de existência, processo que uma vez realizado é seguido de repouso, ao mesmo tempo em que novos blocos de sensações já estão se formando, até que uma nova crise se instale e volte a desencadear um processo de atualização, e assim sucessivamente, como as noites sucedem os dias. Com o corpo vibrátil em coma que implica aquela dupla dissociação, as forças passam a funcionar sem ritmo, frenética e ilimitadamente, numa espécie de agitação estéril movida à ansiedade, que muitas vezes acelera-se mais ainda através de sua turbinagem com aditivos químicos – sejam eles produzidos e comercializados legalmente pela indústria farmacológica ou ilegalmente pelo narcotráfico. Subjetividades com esse sintoma são as favoritas para a cafetinagem do capital. São como as galinhas cultivadas em granjas high tech em que se elimina, pela luz, a sucessão dos dias e das noites, de forma que, desparametradas, elas produzam ovos ininterruptamente... Até que elas “burn out”, se queimem num curto-circuito irreversível de sua energia vital" (2003:9)

Para ler o texto na íntegra é só clicar em:

http://www4.pucsp.br/nucleodesubjetividade/Textos/SUELY/falecomele.pdf

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