sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Uma noite em 67




Foi uma delícia assistir o documentário, de Ricardo Calil e Renato Terra, que retrata um dos mais importantes festivais de música brasileira (numa época em que a TV não tinha sido invadida por sucessos de mulheres frutas, etc).

E pelo visto, eu era um bebezinho no cinema! O que tinha de gente cantarolando as canções com todo volume-que-não-se-pode-cantar-no-cinema, 'não tá no gibi'! Gente que viveu a efervescência da MPB, as 'turbulências' da tropicália, etc.

Eu, que sempre achei que nasci no tempo errado, me senti sincronizada... ainda mais ouvindo Chico cantando "Roda Viva", que é uma das minhas músicas preferidas! Ele, lindo como sempre, claro! E Caetano, com toda a sua baianidade? Como ele pode ter ficado tão chato? Chatices à parte, mas eu continuo curtindo "Alegria, alegria" (e ele como cantor, também...), que ele tenta se desvencilhar... E Gil, minha gente? Tava chapadaço e quase não foi ao festival!!! Tão lindo vê-lo nervoso cantando a belíssima música "Domingo no parque", acompanhado com nada mais, nada menos do que a galera boa dos Mutantes! E mais lindo ainda vê-lo agora falando de sua agonia no dia e com o processo de construção da tropicália, que o levava a posições estanques e desintegradoras que não o agradavam. Na boa, Chico e Gil continuam fantásticos! Caetano... la ele!!! E ainda tem a graça do Rei e de Edu Lobo, vencedor na 'corrida de cavalos'!

Se eu fosse jurada, iria ficar na maior dúvida!

Interessante pensar também o quanto aquele momento era atravessado pela ditadura, embora o filme não tenha evidenciado isso... a intensidade do festival precedeu o período do exílio de Chico, Gil e Caetano. Motivo pelo qual os três falam do festival com um misto de emoções...

Apesar de uma certa linearidade no modo de abordar o festival, eu adorei o filme! Muito interessante conhecer os bastidores, as percepções sobre as disputas de estilos (vale guitarra elétrica ou não?), entre outros. Recomendo!!!

Um comentário:

  1. O filme é bem legal. Fiz questão de levar o meu pai, já que ele viveu este período. Ele era uma da várias pessoas que cantarolaram durante o filme, o que achei lindo. A grande maioria das pessoas que estavam na exibição eram da faixa etária dele e se emocionaram tanto quanto ele. Minhas impressões foram muito parecidas com as suas, mas acredito que para as pessoas que viveram aquele período deve ser muito mais intenso.

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