sexta-feira, 24 de setembro de 2010

5 x favela- Agora por nós mesmos


Foto da duplinha fofa do episódio "Arroz com feijão"


Remake? Despolitização? Exploração? Que outros ão? Tanto burburinho sobre este filme me levou ao cinema para assisti-lo, há 2 semanas.

O filme foi realizado por jovens moradores de favelas do Rio, através de oficinas de roteiro em comunidades, produzidas por Ruy Guerra, Walter Salles, etc, como contraponto ao filme de 1962 do Centro Popular de Cultura, realizado por 5 jovens cineastas de classe média.

Está organizado em cinco episódios que, ao invés de reforçarem estereótipos e preconceitos, mostram o cotidiano dos moradores de favelas, evidenciando a alegria e o bom-humor, sem escamotear a violência, as diferenças de classes, etc. Tem trechos interessantes e engraçados, como no primeiro episódio "Fonte de renda", direção: Manaíra Carneiro e Wagner Novais, em que o 'playboy' da zona sul sacaneia o 'favelado' por tirar onda de 'fodido', embaralhando os papéis estanques de vítima e algoz. Como também ocorre no segundo episódio "Arroz com feijão", direção: Rodrigo Felha e Cacau Amaral, em que os garotos da favela labutaram para ganhar cincão para comprar um frango e foram roubados por meninos ricos. Aliás, este episódio me fez dar boas gargalhadas (sim, daquelas que ecoam no cinema!), assim como o último episódio "Acende a luz"- Direção: Luciana Bezerra que mostrou o retetê do dia e noite de natal em que faltou luz na favela, mas não faltou reinvidicação, integração e diversão. O quarto episódio "Deixa voar"- direção: Cadu Barcellos me mostrou a importância cultural da pipa no RJ, que eu não fazia ideia, e como a divisão territorial de dominação das facções do tráfico divide a população, estabelecendo fronteiras, entre outras coisas. E o terceiro... "Concerto para violino"- Direção: Luciano Vidigal, deu um certo embrulho no estômago por causa das cenas de violência, mas não caiu no clichezão do bandido e mocinho, mostrando a polícia embaralhada com os traficantes da área. Eu bem que queria não teria ouvido nenhum tiro e nenhuma cena de violência, mas isso seria a Poliana que mora em mim operando...



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