sexta-feira, 15 de outubro de 2010

As invasões bárbaras




Demorei muito tempo para conseguir ouvir meus amigos e assistir um dos filmes mais belos que já vi. O título simplesmente me afastava. E não sei porque raios eu pensava que era algo do tipo de Conan- o bárbaro... Mas que barbaridade, tchê! Digo agora, em forte gauchês! Belo exemplo de preconceitos que me atravessam e me empacam...

Até que um dia este filme chegou até mim através de Aurelius e fortemente comentado por pessoas próximas queridas e aí, depois de alguns cochilos e tentativas fracassadas, há cerca de um mês consegui finalmente vê-lo por inteiro e me permiti ser invadida por emoções que me tomaram de assalto, de modo sutil (sim, isto é possível)... O filme emociona muito, sem ser piegas, ao abordar temas que me são muito caros no meu trabalho e olhar psi, como doença em fase terminal, morte, sistemas de saúde, família, relacionamentos conturbados, posições políticas críticas, invenção de novos modos de relacionamento, drogas, etc, etc.

O filme canadense, de 2003, do diretor Arcand, ganhador do melhor filme estrangeiro, promove o reencontro de um grupo de amigos com experiência docente universitária (que passou por todos os -ismos), do filme O declínio do império americano (1986). Ao invés de sucumbirem ao drama da doença de Rémy, produzem outros modos de estar junto, potencializando a vida e suas memórias com muito humor.

A relação familiar, especialmente com o filho, também é abordada de modo belo, mostrando a aparente dicotomia entre o mundo capitalista e socialista, as diferentes formas de configuração familiar e ajuda a desmontar a necessidade de que a família tenha que ficar grudada para ser 'unida'. Preciso dizer o quanto me emociono com as falas da filha de Rémy, em alto mar? É da linha de que 'estar perto não é físico'...

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