Estava na companhia da minha Pequena - Laurinha, na livraria do Casarão em Santa Teresa, procurando um livro para presenteá-la quando vi este... e com os olhos marejados, pedi que ela lesse o título:
Este blog é um território para vadiar, de atenção às dobras dos acontecimentos, do acaso e dos bons encontros... Espaço para fazer reverberar afetações cotidianas! "(...) A vida não tem ensaio, mas tem novas chances... Viva a burilação eterna, a possibilidade: o esmeril dos dissabores! Abaixo o estéril arrependimento, a duração inútil dos rancores! Um brinde ao que está sempre nas nossas mãos: a vida inédita pela frente e a virgindade dos dias que virão!" Elisa Lucinda
sábado, 30 de janeiro de 2010
Clarice Presente
Estava na companhia da minha Pequena - Laurinha, na livraria do Casarão em Santa Teresa, procurando um livro para presenteá-la quando vi este... e com os olhos marejados, pedi que ela lesse o título:
Eu consisto...
Saudades da Pequena
Cidade do desejo
quinta-feira, 28 de janeiro de 2010
Três fogos
Larvas esculpidas
Lapidam labaredas
Transitam em passarelas
Serpenteiam partidas
Que já nascem banidas
Da vida
Da alma.
A lama
A chama
A cama
Vasos em conchas
Cheios de vazios
Três águas
A pedra, o poste, a ponte
O furo, o estrago, a abertura
O medo, a calma, o jogo
O trauma, o carma, a dama
O verde, a calma, acalma
A enchente, a gente, pingente
Que luz é essa?
'Que luz é essa que vem vindo lá do céu? ... Quem é que sabe o que é que vem trazendo esse clarão... Se é chuva ou ventania, tempestade ou furacão... Ou talvez alguma coisa que não é nem sim nem não...'
La dispute
Música para chacoalhar o dia
Elephant Gun (Beirut) |
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If I was young, I'd flee this town |
I'd bury my dreams underground |
As did I, we drink to die, we drink tonight |
Far from home, elephant gun |
Let's take them down one by one |
We'll lay it down, it's not been found, it's not around |
Let the seasons begin - it rolls right on |
Let the seasons begin - take the big king down |
Let the seasons begin - it rolls right on |
Let the seasons begin - take the big king down |
And it rips through the silence of our camp at night |
And it rips through the night |
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And it rips through the silence of our camp at night |
And it rips through the silence, all that is left is all |
That I hide |
quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
Efeito Rio na família
O Beijo Amargo
Dama, valete e rei - Você perdeu
Você perdeu
Noves fora, quase nada
E era de vidro o anel
Meia volta na ciranda
Não há estrelas no céu
Não tem saudade nem mágoa
Meu amor fala outra língua
De você o que naufraga
De você só o que míngua
Sua graça não me anima
O meu pranto não é seu
Já dobrei aquela esquina
Onde você me perdeu
Foi você quem se perdeu de mim
Foi você quem se perdeu
Foi você quem perdeu
Você perdeu
Foi você quem se perdeu de mim
Foi você quem se perdeu
Foi você quem perdeu
Você perdeu
Vou dizer num verso breve
Pra por num samba-canção
Que hoje a minha vida é leve
Sem você no coração
Hoje tenho quem desvele
Quem me vista à fantasia
Quem escreva em minha pele
Coisas que eu não lhe diria
Hoje a minha vida rima
E agradeço àquele adeus
Que eu vi naquela esquina
Em que você me perdeu
Foi você quem se perdeu de mim
Foi você quem se perdeu
Foi você quem perdeu
Você perdeu
Foi você quem se perdeu de mim
Foi você quem se perdeu
Foi você quem perdeu
Você perdeu
Foi você quem se perdeu de mim
Vozeirão: Bethânia
Disco: Tua (2009)
Composição: Márcio Valverde e Nélio Rosa
Dama, valete e rei
Quem nasceu valete
Não se mete a rei
O amor não vale trinca
Com a sorte não se brinca
E eu brinquei
O meu castelo eu fiz na lama
Era falsa a minha dama
Vou procurar esquecer
Ela foi o blefe que eu paguei pra ver
Vozeirão: Bethânia
Disco: Tua (2009)
Composição: Ruthinaldo de Oliveira e Silva e Pelopidas Guimarães Brandão Gracindo
Divino
Três meninas do Brasil
Foi apenas um sonho 2
terça-feira, 26 de janeiro de 2010
Foi apenas um sonho
Haiti- estamos abandonados
"A noite de ontem foi a coisa mais extraordinária de minha vida. Deitado do lado de fora da casa onde estamos hospedados, ao som das cantorias religiosas que tomaram lugar nas ruas ao redor e banhado por um estrelado e maravilhoso céu caribenho, imagens iam e vinham. No entanto, não escrevo este pequeno texto para alimentar a avidez sádica de um mundo já farto de imagens de sofrimento.
O que presenciamos ontem no Haiti foi muito mais do que um forte terremoto. Foi a destruição do centro de um país sempre renegado pelo mundo. Foi o resultado de intervenções, massacres e ocupações que sempre tentaram calar a primeira república negra do mundo. Os haitianos pagam diariamente por esta ousadia.
O que o Brasil e a ONU fizeram em seis anos de ocupação no Haiti? As casas feitas de areia, a falta de hospitais, a falta de escolas, o lixo. Alguns desses problemas foram resolvidos com a presença de milhares de militares de todo mundo?
A ONU gasta meio bilhão de dólares por ano para fazer do Haiti um teste de guerra. Ontem pela manhã estivemos no BRABATT, o principal Batalhão Brasileiro da Minustah. Quando questionado sobre o interesse militar brasileiro na ocupação haitiana, Coronel Bernardes não titubeou: o Haiti, sem dúvida, serve de laboratório (exatamente, laboratório) para os militares brasileiros conterem as rebeliões nas favelas cariocas. Infelizmente isto é o melhor que podemos fazer a este país.
Hoje, dia 13 de janeiro, o povo haitiano está se perguntando mais do que nunca: onde está a Minustah quando precisamos dela?
Posso responder a esta pergunta: a Minustah está removendo os escombros dos hotéis de luxo onde se hospedavam ricos hóspedes estrangeiros.
Longe de mim ser contra qualquer medida nesse sentido, mesmo porque, por sermos estrangeiros e brancos, também poderíamos necessitar de qualquer apoio que pudesse vir da Minustah.
A realidade, no entanto, já nos mostra o desfecho dessa tragédia – o povo haitiano será o último a ser atendido, e se possível. O que vimos pela cidade hoje e o que ouvimos dos haitianos é: estamos abandonados.
A polícia haitiana, frágil e pequena, já está cumprindo muito bem seu papel – resguardar supermercados destruídos de uma população pobre e faminta. Como de praxe, colocando a propriedade na frente da humanidade.
Me incomoda a ânsia por tragédias da mídia brasileira e internacional. Acho louvável a postura de nossa fotógrafa de não sair às ruas de Porto Príncipe para fotografar coisas destruídas e pessoas mortas. Acredito que nenhum de nós gostaria de compartilhar, um pouco que seja, o que passamos ontem.
Infelizmente precisamos de mais uma calamidade para notarmos a existência do Haiti. Para nós, que estamos aqui, a ligação com esse povo e esse país será agora ainda mais difícil de ser quebrada.
Espero que todos os que estão acompanhando o desenrolar desta tragédia também se atentem, antes tarde do que nunca, para este pequeno povo nesta pequena metade de ilha que deu a luz a uma criatividade, uma vontade de viver e uma luta tão invejáveis".
Otávio Calegari Jorge